2
CIDADES
São Luís, 25 e 26 de março de 2017. Sábado e Domingo O Estado do Maranhão
Descoberta do tumor
no início é fundamental
para a recuperação
Maria Elisabeth Almeida descobriu que tinha câncer de colo de útero há cerca de
quatro anos; ela iniciou tratamento e em nenhum momento perdeu a esperança
Flora Dolores
LEANDRO SANTOS
Da equipe de O Estado
A
lavradora Maria Elisabeth Almeida, de 40
anos, é um exemplo de
vitória sobre o câncer de
colo de útero. Casada e mãe de quatro filhos, há cerca de quatro anos
ela descobriu que tinha o tumor uterino e desde então começou o tratamento. Em nenhum momento
perdeu a esperança de que poderia
ficar curada da doença e hoje é um
exemplo de perseverança a ser seguido. “Hoje eu posso dizer que estou curada”, relatou.
Moradora do município de Itinga do Maranhão, distante aproximadamente 700 km de São Luís, a
lavradora descobriu que estava com
o câncer após ter sangramento. Ela
foi a um hospital na cidade de Teresina (Piauí) e o médico a diagnosticou com a enfermidade, informando ainda que deveria se submeter a
todos os procedimentos para a retirada do tumor, o que incluía a quimioterapia e radioterapia.
Início
“Eu não sentia dores. Quando comecei a sentir, foi logo uma hemorragia. Por causa dela, eu procurei um
médico e pelos exames foi diagnosticado”, relatou Maria Elisabeth. “Fui
informada que estava no início e que
teria cura. Então, não me senti abalada”, complementou a paciente,
que disse também que anualmente
fazia os exames preventivos e a situação contribuiu para a descoberta do câncer logo em sua fase inicial.
No tratamento contra o câncer, o
apoio da família e dos amigos é fundamental, porque ajuda diretamen-
Maria Elisabeth faz tratamento há quatro anos; hoje se sente curada e faz planos para o futuro com sua família
te o paciente a passar pelos transtornos causados pela doença. E nesse aspecto, Maria Elisabeth também
não teve do que reclamar. “Em nenhum momento eu guardei o que ti-
Lavradora é
exemplo de vitória
sobre o câncer
nha descoberto. Todos abraçaram a
causa e estiveram sempre do meu lado me apoiando. Foi muito bom,
porque ninguém virou as costas para mim. Minha família e amigos, todos me ajudaram”, destacou.
Tratamento
Após o diagnóstico em Teresina, ela
retornou ao Maranhão e foi encaminhada para a cidade de Imperatriz, para o início do tratamento, onde foi submetida a uma cirurgia. Co-
mo lá não disponibilizava os serviços de quimioterapia, radioterapia
e braquiterapia, a paciente foi encaminhada para o Hospital Aldenora
Bello, em São Luís para dar continuidade às atividades.
Na capital maranhense, ela não
tinha amigos e nem familiares onde
pudesse ficar enquanto fazia o tratamento, uma vez que ele é demorado. Como a paciente é de baixa
renda, a Casa de Apoio da Fundação
Antônio Dino a acolheu enquanto
permanecia na cidade para os exames periódicos no Hospital Aldenora Bello. “Chegando aqui, eu fui
muito bem recebida e estou há quatro anos. Aqui nós nunca nos sentimos sós”, afirmou.
Assim que Maria Elisabeth chegou à cidade, ela passou três meses
seguidos na Casa de Apoio. Como o
tratamento é longo, atualmente ela
está retornando para a sua casa e se
deslocando para a unidade mantida pela Fundação Antônio Dino
Casas de apoio são importantes
para tratamento da doença
Flora Dolores
O tratamento contra o câncer, seja ele qual for, é extremamente desgastante e, nesse momento, toda
ajuda para o paciente é importante para que tenha boa recuperação,
que muitas vezes não depende
apenas da parte medicamentosa,
mas também de todo o auxílio das
pessoas que estiverem próximas.
É aí que se encaixa o trabalho
desenvolvido pelas casas de apoio,
mantidas pela Fundação Antônio
Dino. Localizadas nas imediações
do Hospital do Câncer Aldenora
Bello, elas facilitam o atendimento e a continuidade do tratamento para aquelas pessoas que vêm
do interior do Maranhão.
São duas casas existentes. Uma
delas é a Casa de Apoio Erosilda
Mota, que hospeda senhoras carentes, a maioria com câncer de co-
Paciente do interior do estado fica na Casa de Apoio durante tratamento
lo uterino, em tratamento ambulatorial no Hospital Aldenora Bello. Além do apoio material (medicamentos, passagens e exames) recebem suporte espiritual e participam de atividades socioculturais.
A outra é a Casa de Apoio Criança Feliz, criada para atender crianças e adolescentes com câncer vindas do interior do estado. Os jovens em tratamento recebem
apoio de voluntários e profissio-
duas vezes ao ano (de seis em seis
meses) para o acompanhamento
médico e para fazer todos os exames, a fim de evitar que o tumor volte a aparecer.
Apoio da família e
dos amigos é
fundamental
“Hoje eu me sinto curada e qualquer pessoa também pode ser curada. Daqui para frente eu planejo
valorizar mais a minha vida, continuar com o tratamento até quando
Deus permitir e repousar”, afirmou
Maria Elisabeth.
VÍDEO NA
VERSÃO DIGITAL
oestadoma.com
nais especializados e participam
de vários programas e atividades
educativas.
Além da acolhida os pacientes
recebem alimentação, transporte,
medicamentos, roupas, brinquedos, cestas básicas e toda uma ajuda psicológica, pedagógica e espiritual e várias atividades desempenhadas por profissionais e voluntários incansáveis. A fundação
está com planos de construir uma
casa para o público masculino.
“Sem essas casas de apoio,
muitos desses pacientes não teriam como continuar com o tratamento. Há toda uma equipe
preparada para trabalhar com esses pacientes. Aqui eles têm um
ambiente de carinho e aconchego e uma troca de experiências.
Para nós é gratificante estar ajudando esses pacientes e eles também estão nos ajudando, pois ficamos mais engrandecidos como
pessoas”, destacou Alice Dino,
coordenadora das Casas de Apoio
da Fundação Antônio Dino.