UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
PROREITORIA DE ENSINO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE PSICOLOGIA- BIGUAÇU
KELLY DIAS DORVALINO
ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO FRENTE AO TRATAMENTO DE
FIBROMIALGIA
BIGUAÇU
2010
1
KELLY DIAS DORVALINO
ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO FRENTE AO TRATAMENTO DE
FIBROMIALGIA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como
requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em
Psicologia na Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI
– Centro de Ciências da Saúde.
Orientação: Professora Ivânia Jann Luna.
BIGUAÇU
2010
2
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela vida.
Aos meus pais pela oportunidade de estar na faculdade e pelo apoio incondicional durante
minha trajetória acadêmica.
Aos meus irmãos Luciane e Eduardo pelo apoio.
Ao meu namorado Paulo que mesmo distante fisicamente, esteve presente incentivando e
apoiando a conclusão desse trabalho.
À professora Ivânia (orientadora) pela compreensão, apoio e carinho nos momentos difíceis,
sempre me auxiliando com suas contribuições teóricas e práticas.
À professora Ana Paula e ao professor Mauro, por terem aceitado participar da minha banca.
Aos meus amigos pela paciência e carinho.
À minha amiga Renata, que também estava passando pelo mesmo processo, obrigada pelo
incentivo.
E a todos que, mesmo que indiretamente, contribuíram para minha jornada acadêmica.
3
RESUMO
Esta pesquisa tem como objetivo geral verificar as possibilidades de atuação do psicólogo
frente ao tratamento da Fibromialgia. O trabalho desenvolvido foi embasado em uma pesquisa
bibliográfica tipo exploratória, que consistiu em levantamento e estudo bibliográfico sobre
literatura científica a respeito da Fibromialgia, publicada nos últimos cinco anos. A
Fibromialgia é uma síndrome de dor crônica, com sintomas que podem variar desde leves até
casos de dores, fadiga, síndrome do cólon irritável, depressão, ansiedade entre outros,
podendo interferir no bem-estar do indivíduo o impossibilitando de desempenhar atividades
do seu dia-a-dia sejam elas no âmbito profissional ou social. Os sintomas e a cronicidade
dessa síndrome podem causar prejuízo à qualidade de vida dos indivíduos. Por meio do
levantamento bibliográfico buscou-se verificar as contribuições que a psicologia oferece para
o tratamento da Fibromialgia, e na promoção da qualidade de vida.
Palavras-chave: Fibromialgia, Dor Crônica, Psicologia, Qualidade de Vida
4
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 5
2 METODOLOGIA ................................................................................................................. 7
3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS............................................................... 9
3.1 PREVALÊNCIA DE SINTOMATOLOGIAS EMOCIONAIS ASSOCIADAS
À DOR CRÔNICA DE PACIENTES COM FIBROMIALGIA..................................................9
3.2. DIFERENTES PERSPECTIVAS DA PSICOLOGIA PARA O TRATAMENTO
DA FIBROMIALGIA.................................................................................................................11
3.3 INSTRUMENTOS USADOS PARA AVALIAÇÃO DAS DIVERSAS DIMENSÕES DA
FIBROMIALGIA........................................................................................................................17
3.4 ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO FRENTE AO TRATAMENTO DA FIBROMIALGIA.....20
4 CONCLUSÕES E SUGESTÕES......................................................................................... 24
REFERÊNCIAS........................................................................................................................ 26
1. INTRODUÇÃO
A Fibromialgia é uma síndrome caracterizada por dores no corpo. Os
sintomas são variáveis de pessoa para pessoa e, variando ao longo do tempo, o que
dificulta o tratamento e a própria adaptação do doente a um novo estilo de vida que
lhe permita lidar com a doença.
Segundo Oliveira e Camões (2003), os sintomas associados à Fibromialgia
são: fadiga, alteração no sono, rigidez matinal, sensação de edema e/ou formigueiro,
dor de cabeça crônica, dificuldade de memória, depressão, ansiedade, dor aguda
generalizada, coceira, síndrome do cólon Irritável, sintomas relativos aos órgãos
genitais e urinários e ainda outros sintomas associados.
Partindo desse pressuposto, os sintomas da Fibromialgia podem variar desde
físicos à psicológicos, podendo causar um impacto profundo na vida desses
indivíduos tanto no âmbito social como profissional, podendo ocasionar o
afastamento desses indivíduos de suas atividades profissionais ou ainda de momentos
de lazer. Como essas dores podem ser desacreditadas pelos demais indivíduos
inseridos no seu meio, isso faz com que estes se afastem do seu meio social, podendo
desestabilizar suas relações.
Segundo Souza e Carvalho (2003, p.516 apud Organização Mundial de
Saúde) propõe uma natureza multifatorial da qualidade de vida, refere-se a esse
conceito a partir de cinco dimensões, saúde física, saúde psicológica, nível de
independência, relações sociais e meio ambiente.
Pensar a Fibromialgia como um conjunto de sintomas que podem gerar
impacto na qualidade de vida de seus portadores, é imprescindível focar o papel do
psicólogo diante das possíveis formas de tratamento dessa síndrome, nas diferentes
perspectivas teóricas da psicologia, sendo assim um tema de relevância para uma
pesquisa bibliográfica da literatura disponível.
A Psicologia da Saúde, que tem como objetivo compreender como os fatores
biológicos, comportamentais e sociais influenciam na saúde e na doença. APA
(2003, apud CASTRO e BORNHOLDT, 2004, p.49), busca junto com as demais
abordagens da psicologia, atuar na reabilitação de indivíduos com doenças crônicas
promovendo assim a qualidade de vida, porém não deixando de pensar na
multidisciplinaridade do tratamento.
6
No tratamento da Fibromialgia, a Psicologia pode ter um papel importante, não
só no tratamento da dor, mas também no que diz respeito a outros sintomas
incapacitantes relacionados à ela. As abordagens psicológicas irão contribuir para
entender esse indivíduo adoecido e sua relação com o meio e a doença, atuando
diretamente no sofrimento psíquico, como depressão e ansiedade. As abordagens
Cognitivo Comportamental e Psicanálise, sendo essas duas as abordagens que
publicaram material referente a Fibromialgia, irão propor formas de intervenção,
porém ambas tem um mesmo objetivo, que é promover a qualidade de vida do
indivíduo.
Segundo Guimarães (1999) a abordagem Cognitivo-Comportamental entende
a dor a partir do envolvimento de variáveis afetivas, comportamentais, cognitivas e
físico-sensoriais.
Para Lima e Carvalho (2008 apud Chiozza, 1987, p. 148) a meta do
procedimento psicanalítico é ressignificar a história do paciente, o que equivale a
uma ressignificação dos fatos, sendo que a substituição do significado arrasta
consigo uma magnitude de afeto suficiente para dar-lhe significância.
A pesquisa bibliográfica realizada teve como objetivo geral, o levantamento
das possibilidades de atuação do psicólogo frente ao tratamento da Fibromialgia, a
partir disso foram pesquisados a prevalência de sintomatologias emocionais, como
ansiedade e depressão em indivíduos portadores da síndrome. Pensando nas
possibilidades de atuação do psicólogo, não poderia deixar de verificar as diferentes
abordagens da psicologia que respaldam o trabalho do profissional diante do
tratamento. Para um melhor planejamento do plano terapêutico, se faz necessário
uma avaliação psicológica do indivíduo com dor crônica (FIGUEIRÓ, 1999), com
isso foram pesquisados, quais os instrumentos utilizados para avaliação psicológica
de indivíduos fibromiálgicos. Por fim, foi pesquisado a eficácia da atuação do
psicólogo na busca pela qualidade de vida desses indivíduos.
2. METODOLOGIA
A metodologia que foi utilizada para o desenvolvimento desse estudo foi a
pesquisa bibliográfica e exploratória, que consistiu em levantamento e estudo
bibliográfico sobre literatura científica a respeito da Fibromialgia, publicada nos
últimos cinco anos.
A pesquisa bibliográfica segundo Gil (1991) se desenvolve a partir de
materiais já elaborados e publicados, constituindo-se principalmente de livros e
artigos científicos. Gil (1991), ainda coloca que, o objetivo principal da pesquisa
bibliográfica é, além de proporcionar uma visão mais ampla acerca de determinado
fato, o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições.
Segundo Marconi e Lakatos (1999), acrescentam que a Pesquisa Bibliográfica
deve possibilitar a apresentação do tema sob um novo enfoque, não se limitando a
uma mera repetição das idéias dos autores consultados.
Na pesquisa foram utilizados como base de dados, sites com acesso a
periódicos publicados nos últimos cinco anos, sendo eles: Scielo - www.scielo.br,
BVS Psicologia – www.bvs-psi.org.br, Psicologia – www.psicologia.com.pt/artigos,
www.artigocientifico.com.br e www.peppsi.bvs-psi.org.br/scielo, considerando que
essas bibliotecas incluem as principais revistas científicas brasileiras, livros de
acervo das bibliotecas universitárias como UNIVALI e UFSC, sendo que para a
pesquisa foram usadas palavras chaves como, Fibromialgia, dor crônica, psicologia e
qualidade de vida.
Tipo
Livros
Quantidade
7 Exemplares
Artigos
20 Artigos
Após o levantamento bibliográfico, os documentos que foram encontrados
foram impressos, lidos em sua totalidade e analisados, visando responder à pergunta
orientadora da pesquisa e demais objetivos. Conforme Gil (1991, p. 66), “na
obtenção do material bibliográfico, deve-se realizar uma leitura do mesmo,
atendendo a alguns procedimentos”.
8
Portanto foi realizada a leitura exploratória, este item teve por objetivo
verificar em que medida o material consultado interessava à pesquisa. A leitura
seletiva se objetivou em selecionar se de fato essa material seria utilizado na
pesquisa. A leitura analítica, após seleção dos materiais pertinentes à pesquisa foram
ordenadas as informações contidas no mesmo, de maneira que possibilitou a
obtenção de respostas ao problema proposto. Foram realizados os seguintes passos:
leitura integral da obra (livros, artigos, periódicos), identificação das idéias-chaves,
hierarquização das idéias e a sinterização das idéias. A leitura interpretativa, foi o
item final do tratamento dos dados e, teve por objetivo relacionar o que autor afirma
com o problema para o qual se propõe uma resposta.
3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A partir do levantamento do material bibliográfico referente ao assunto proposto
foram definidos quatro temas principais. O primeiro aborda a prevalência de
sintomatologias emocionais, como a ansiedade e depressão em pacientes com Síndrome da
Fibromialgia, que segundo os autores estes sintomas que estão associação a síndrome, ainda
não se sabe se estes são causa ou efeito desta. O Segundo tema vai possibilitar um
aprofundamento das perspectivas terapêuticas para o tratamento da Fibromialgia, as
abordagens pesquisadas foram Cognitivo Comportamental e Psicanálise, sendo estas as que
publicaram material referente ao tema. O terceiro tema tem o intuito de verificar quais os
diferentes instrumentos usados para avaliação das diversas dimensões da Fibromialgia.
O quarto tema apresenta aspectos da atuação do Psicólogo frente ao tratamento desta
síndrome e verifica o impacto desta na qualidade de vida dos portadores da Síndrome da
Fibromialgia - SFM .
3.1 Prevalência de sintomatologias emocionais associadas à dor crônica de
pacientes com Fibromialgia
Segundo Guimarães (1999, p.13) a dor é parte integrante da vida, presente ao longo de
todo o ciclo desenvolvimental desde o nascimento até a morte. Desta forma todos em algum
momento da vida já vivenciaram a sensação de desconforto que é dor, no entanto cada um vai
vivenciar a experiência da dor de uma maneira diferente. É difícil para alguém descrever a
própria dor e impossível para qualquer um de nós conhecer exatamente a experiência de dor
da outra pessoa (GUIMARÃES 199 p.15).
A sensação de dor pode gerar sofrimento, desconforto e ainda assumir um papel de
alerta, de que algo não anda bem com o corpo, no entanto conviver com as dores durante um
longo período pode se tornar um estresse. Segundo Martins e Vandenberghe são diversas as
causas e significados da dor:
É sinônimo de sofrimento, mas também é um mecanismo de defesa do organismo;
faz parte de um sistema de fuga e representa perigo. Por isso, a dor quando crônica e
sem causa identificável concreta, assim como na Fibromialgia, a sensação de perigo
se torna incompreensível, gera medo e mantém a pessoa numa reação de alerta
10
constante, um estado de estresse contínuo, que pode comprometer a saúde e a vida
da pessoa. (MARTINS E VANDENBERGHE, p. 1104)
Conforme Vieira e Lima (2002, p.553 apud Oliveira e Sommermam, 2008, p.132), “a
doença crônica caracteriza-se por um curso longo, podendo ser incurável, deixando seqüelas e
impondo limitações às funções do individuo, requerendo adaptação”.
A Síndrome da Fibromialgia é caracterizada como dor crônica e por se tratar de
patologia crônica e extremamente variável, a SFM pode dificultar ou impedir as atividades de
trabalho ou mesmo de lazer. Desta forma, com freqüência, os pacientes apresentam períodos
de irritabilidade, ansiedade ou depressão. (JACOB, JACOB e JACOB, 2005, p. 637.)
A prevalência de sintomas psicológicos como depressão e ansiedade são reconhecidos
como manifestações importantes na SFM. Como a etiologia dessa síndrome ainda é
desconhecida, não se sabe se estes sintomas são causas ou efeito da síndrome. Pensando nos
sintomas psicológicos como uma possível causa ou efeito, Chaitow descreve que:
A possível componente psicológica na SFM é uma área de estudo repleta de
crenças arraigadas e respostas defensivas. Um largo numero de opiniões médicas
atribui todo o fenômeno da SFM – e Síndrome da fadiga crônica SFC – à área das
doenças psicossomáticas/psicossociais, enquanto a uma posição igualmente bem
definida de muitos profissionais de saúde (assim como por muitos pacientes) que
considera que os sintomas ansiedade e depressão são mais comumente um resultado
que uma causa da dor e inaptidão experimentadas na SFM. (CHAITOW 2002, p. 7
apud MCINTYRE, 1993)
As sintomatologias psicológicas como ansiedade e depressão ainda geram discussões
acerca de sua causalidade e/ou efeito diante da SFM, estes sintomas relacionados à dor
crônica podem gerar sensação de desamparo em pacientes fibromiálgicos, se os sintomas
forem inexplicáveis do ponto de vista médico, a probabilidade de depressão é ainda maior
(FIGUEIRÓ 1999, P. 144), com isso essas incertezas podem suscitar um sentimento de inaptidão
diante da doença, aumentando a probabilidade desses sintomas gerarem impacto negativo na
vida desses indivíduos, provocando limitações funcionais na adaptação deste as suas rotinas.
Segundo Castro et. al., (2006), diversos trabalhos enfatizam que mesmo em quadros
eminentemente orgânicos, a influência dos aspectos psicológicos têm sido relevantes na
queixa de dor. Desse modo, as síndromes dolorosas crônicas podem favorecer o aparecimento
da depressão, ou a depressão preceder ou predispor as pessoas a desenvolverem queixas
dolorosas crônicas.
Para Berber et. al. (2005, p.53) a depressão piora a funcionalidade social e emocional.
Pacientes depressivos têm tendência ao isolamento, a sentimentos de derrota e frustração, o
que dificulta o seu relacionamento com outros indivíduos e o perturba emocionalmente.
11
Além da depressão que pode piorar a funcionalidade social e emocional, outro
transtorno psiquiátrico associado a pacientes com dor crônica é o da ansiedade. A ansiedade
pode ser situacional (quando está associada a determinadas circunstâncias), ou ser constante
na vida do indivíduo (CASTRO et. al., 2006), podendo surgir como um sintoma agravante
dessa síndrome.
Segundo Figueiró (1999) nos transtornos de ansiedade há um alto nível de
preocupação e focalização somática, há aumento na probabilidade de perceber a dor. A
ansiedade também causa aumento da tensão muscular e atua igualmente pelos mecanismos de
estresse para aumentar a prevalência de dor.
Para Castro et. al., (2006), alguns autores demonstraram que pacientes com dor
crônica apresentaram muita preocupação, tensão, nervosismo e apreensão frente à sua doença,
que proporcionam níveis de ansiedade mais elevados do que na população em geral.
Desta forma os sintomas da depressão e ansiedade devem ser tratados com a mesma
importância que os sintomas físicos, Knoplich (2001) e Villalpando, Sotres, Manning e
González (2005) abordam a necessidade da Fibromialgia ser encarada como um sofrimento
que envolve tanto o aspecto biológico como o psicológico. A partir do exposto sabe-se que as
sintomatologias psicológicas podem gerar inaptidão dos indivíduos fibromiálgicos bem como
interferir no bem-estar psicológico e na qualidade de vida do indivíduo.
No entanto Figueiró (1999 apud Merskey) adverte que não devemos afirmar que uma
dor é causada ou mesmo agravada por patologia mental a menos que tenhamos evidências
positivas dessa patologia, obtida por avaliação psiquiátrica e psicológica adequada, e salienta
que podemos oferecer considerável ajuda psicológica e realizar diagnósticos e tratamentos
psiquiátricos úteis na investigação e cuidados dos pacientes com dor crônica.
3.2 Diferentes Perspectivas da Psicologia para o tratamento da Fibromialgia
Antes de verificar as diferentes perspectivas psicológicas para o tratamento da
Fibromialgia, é importante conceituar a psicologia da saúde.
Para Remor (1999), a saúde foi desde sempre uma das principais preocupações vitais
para todos, considerada como valor principal tanto pessoal como cultural, ainda que possa ser
entendida desde diferentes pontos de vista. A Organização Mundial da Saúde (1964), passou a
definir a saúde como um estado completo de bem-estar físico, mental e social, não somente a
12
ausência de infecções ou doenças. Sendo assim a saúde necessita ser parte integrante na vida
dos indivíduos, uma conquista diária.
Como há uma integração de aspectos físicos, emocionais e sociais para obtenção da
saúde, a Psicologia passa a ter na área da saúde um campo de pesquisa, a “Psicologia da
Saúde”, Remor (1999 apud Carrobles 1993), vai conceituar Psicologia da Saúde como:
Campo de especialização da psicologia que centra seu interesse no âmbito dos
problemas de saúde, especialmente físicos e médicos, com a principal função de
prevenir a ocorrência dos mesmos ou de tratar ou reabilitar estes no caso de que seja
necessário, utilizando-se uma metodologia, princípios e conhecimentos da atual
psicologia científica, sobre a base de que o comportamento constitui, junto com as
causas biológicas e sociais, os determinantes principais, tanto da saúde como da
maior parte das doenças e problemas humanos de saúde existentes na atualidade.
(REMOR, 1999, p. 209 apud CARROBLES, 1993).
A Divisão de Psicologia da Saúde da APA American Psychological Association,
estabeleceu dez objetivos prioritários para a Psicologia da Saúde (REMOR, 1999, p.212 apud
CARROBLES, 1993).
1. Compreender e avaliar a interação existente entre o estado de bem-estar físico e os
diferentes fatores biológicos, psicológicos e sociais.
2. Entender como as teorias, os princípios e os métodos de pesquisa psicológica podem
aplicar-se para potencializar os enfoques biomédicos na promoção da saúde e o
tratamento da doença.
3. Compreender a natureza da resposta de estresse e sua importância na etiologia e o
processo de aquisição de um grande número de problemas de saúde.
4. Entender como os métodos e técnicas comportamentais e cognitivas podem ajudar as
pessoas a enfrentar e controlar o estresse.
5. Desenvolver habilidades necessárias para construir e aplicar programas cujo objetivo
seja o de criar ou incrementar hábitos e estilos de vida pessoais de saúde.
6. Compreender as dificuldades que experimentam os pacientes ao decidir buscar
tratamento para suas moléstias ou problemas.
7. Ser consciente do estado e das condições experimentadas pelos pacientes no âmbito
hospitalar, assim como, dos fatores que afetam a aderência aos tratamentos médicos e
as fontes de problemas no que as relações médico-paciente se refere.
8. Entender as diferenças existentes entre os métodos psicológicos e médicos para
reduzir a dor e como podem combinar-se estes para melhorar a eficácia do tratamento.
9. Ser conscientes do impacto que as doenças incapacitantes e terminais produzem nos
próprios pacientes e suas famílias.
13
10. Descobrir e entender como as técnicas e os princípios psicológicos podem aplicar-se
para ajudar aos pacientes a afrontar (coping) e tratar de controlar as doenças crônicas.
Com isso a Psicologia da Saúde a partir dos seus objetivos irá junto com as
perspectivas psicológicas (Cognitivo Comportamental e Psicanálise), auxiliar na promoção da
saúde de indivíduos fibromiálgicos.
Diante das sintomatologias psicológicas apresentadas e da conceituação da Psicologia
da Saúde, é possível pensar nas possibilidades de atuação do psicólogo, frente ao tratamento
da Fibromialgia. As abordagens psicológicas irão subsidiar a intervenção deste profissional no
sofrimento psíquico do indivíduo. Durante o tratamento, o psicólogo vai auxiliar este
indivíduo na compreensão que este faz da sua doença e da relação que esta tem com o meio
em que vive, sendo que este sofrimento pode prejudicar a qualidade de vida e ainda acentuar
os sintomas psicológicos associação a síndrome, como a ansiedade e depressão. A partir disto
as abordagens que serão citadas posteriormente irão compreender esse indivíduo no processo
de adoecimento, propondo formas de intervenção para o alívio dos sintomas, sendo assim
possibilitando promoção da qualidade de vida.
Segundo Sardá (2007, p. 15), independente da abordagem psicológica utilizada,
podemos pressupor que aceitar a realidade de conviver com as dores crônicas é um grande
desafio para maior parte das pessoas com dor crônica. Não obstante é um passo extremamente
importante para o melhor convívio com a cronicidade de uma doença. A aceitação da dor
crônica tem sido definida como: viver com a dor sem reações desnecessárias ou esforços para
tentar controlá-la ou evitá-la (SARDÁ, 2007, p. 16).
Sardá (2007, p. 17 apud Risdon et. al., 2003), descrevem três principais dimensões do
conceito de aceitação: não focalizar somente a dor, mas também outros aspectos da vida;
reconhecer que a possibilidade de cura em termos de eliminação total da dor seria improvável
de acontecer; rejeitar o fato de que aceitação da dor e desta condição de cronicidade é
diferente de fracasso.
Pacientes não bem adaptados a dor apresentam maior ansiedade relacionada a esta e
menos aceitação da dor do que pacientes bem adaptados. Os fatores de ansiedade e aceitação
contribuíram significativamente para a diminuição da depressão e ansiedade da dor (SARDÁ,
2007, p. 18 apud MCCRACKEN e ECCLESTON, 2003).
Partindo desse pressuposto, as abordagens irão auxiliar o indivíduo a compreender a
doença e se posicionar diante dela, em um processo de aceitação, já que a eliminação total da
dor dificilmente é alcançada.
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Segundo Teixeira et al. (1999, p.128), a terapia comportamental, hoje bastante
utilizada para o tratamento da dor, consiste em um conjunto de métodos destinados a auxiliar
o indivíduo a modificar o comportamento, seja ele sadio, doentio ou doloroso, ou as atitudes
relacionadas com a dor. A Terapia Cognitiva Comportamental é baseada no modelo cognitivo
do funcionamento humano, segundo o qual comportamentos e emoções são mediados por
processos simbólicos subjacentes. Estas variáveis cognitivas, inferidas pelo terapeuta a partir
dos comportamentos e dos relatos do paciente, são considerados o cerne do problema
(VANDENBERGHE, 2005).
Segundo Figueiró (1999), o modelo cognitivo-comportamental é um dos mais
empregados no mundo e entende a dor como uma experiência que ocorre em um contexto
social, utilizando o modelo do condicionamento operante. Assim os comportamentos
dolorosos do paciente reforçam comportamentos significativos nos acompanhantes, que
reforçam os primeiros. Se o comportamento doloroso é reforçado, o modelo comportamental
assume o controle, e a dor e as incapacidades continuam. O tratamento objetiva desenvolver
comportamentos adaptativos por reforço e os comportamentos dolorosos e desadaptativos
recebem atenção mínima.
Existem justificativas importantes para uma abordagem cognitiva da dor crônica. A
literatura empírica indica que a atribuição externa e o pensamento catastrófico contribuem
para a intensidade da dor (Vandenberghe, 2005 apud Camacho & Aarte, 2001; Turner, Jensen
& Romano, 2000). A terapia cognitiva, como descrita acima é a abordagem de escolha para a
modificação
de
tais
vieses
no
processamento
de
informação
pelo
paciente
(VANDENBERGHE, 2005).
Outro conceito importante para o tratamento do paciente com dor crônica é o de
crenças, que são pensamentos que indivíduo tem a respeito de seu problema doloroso. Com
isso o sucesso da terapia Cognitivo-Comportamental depende da alteração das crenças
disfuncionais (FIGUEIRÓ, 1999, p.150).
Para Teixeira et. al.(1999, p. 128), a terapia Cognitivo Comportamental é muito eficaz
nos casos em que a dor é causa de grande incapacidade, especialmente quando as situações
ambientais representam o componente fundamental do comportamento doloroso (dor
operante). As técnicas de relaxamento proporcionam grande conforto quando a síndrome
miofascial dolorosa é expressiva. Além de melhora da dor, reduzem a ansiedade e geram
sensação de descanso e de bem-estar mental e físico. (TEIXEIRA et. al. 1999, p.128).
Segundo Texeira et. al (1999, p.129)Para implantação dessas estratégias, é
fundamental que os doentes, família, acompanhantes e equipe de saúde estejam instruídos,
15
informados e envolvidos de maneira explícita e clara a respeito delas e sobre a necessidade de
não valorizar em demasia as queixas dos doentes. Com a valorização da dor por terceiros, é
possível que o indivíduo acometido por ela, possa usá-la para ter ganhos secundários, já que a
dor tem um caráter subjetivo dependemos também da interpretação que o indivíduo faz dela,
muitas vezes estando esta sujeita ao significado que o paciente lhe atribui . (Angelotti, 2007,
p.40)
Segundo Angelotti (2007, p. 41 apud Redondo et. al., 2004), as alternativas não
farmacológicas de tratamento são mais eficazes no manejo de pacientes de Fibromialgia.
Além disso eles apontam que o tratamento combinado – terapia cognitivo-comportamental
associada a exercícios físicos – melhora as manifestações clínicas da Fibromialgia, porém por
curtos períodos de tempo. O dado sugere a necessidade de acompanhamento regular dos
pacientes.
Com isso o tratamento com a terapia Cognitivo-Comportamental objetiva promover
comportamentos adaptativos saudáveis por meio de reforços, com o intuito de reduzir a
atenção para os comportamentos dolorosos e alteração das crenças disfuncionais.
Segundo Lima e Carvalho (2008, p.147 apud Knoplich 2001) destaca que o tratamento
da Fibromialgia deve ser feito com o enfoque sociopsicossomático, por parte dos especialistas
que tratam esses pacientes. O autor diz que a abordagem deve ser, desde o início,
conjuntamente somática e psicológica.
O conceito atual de ' psicossomática', de acordo com Silva e Muller (2007 apud
Lipowiski, 1984), tem a intenção de abarcar uma visão de integralidade do homem, ou seja,
sua totalidade, um complexo mente-corpo em interação com um contexto social. Aborda a
inseparabilidade e a interdependência dos aspectos psicológicos e biológicos da humanidade.
Para a Psicanálise, por sua vez, a dor é uma forma de expressão de desconforto, mas
também de arranjo defensivo do psiquismo diante da angústia. A dor, ao mesmo tempo em
que incomoda, apazigua; não só sinaliza desarranjo, mas também o encobre. Na Psicanálise,
portanto, a dor é tomada como expressão subjetiva de um conflito inconsciente (CAMPOS,
p.1 apud PRADO, 2010).
Segundo a autora citada anteriormente:
A Psicanálise não tem por finalidade principal eliminar o sintoma, embora os
processos analíticos sejam motivados por ele. “O sofrimento psíquico impulsiona
uma investigação que lançará luz a lados obscuros do sujeito sofrente, inconscientes,
que por sua vez influenciam suas atitudes, escolhas, visão de mundo. Por meio desse
processo, o indivíduo poderá apropriar-se de seu desejo e desta forma encontrar
mais sentido no modo de encaminhar sua vida. A conseqüência direta desse
processo de se conhecer via relação com o analista é o rearranjo da economia
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libidinal e nessa esteira pode se dar a remissão de sintomas, quando não, o
surgimento de formas mais criativas, mais integradas e menos onerosas ao sujeito
em lidar com seu sintoma”. (CAMPOS, p.1 apud PRADO, 2010)
A meta do procedimento psicanalítico é ressignificar a história do paciente, o que
equivale a uma ressignificação dos fatos, sendo que a substituição do significado arrasta
consigo uma magnitude de afeto suficiente para dar-lhe significância (LIMA e CARVALHO,
2008, p. 148 apud CHIOZZA, 1987).
À medida que se fala sobre a dor e suas representações, a pessoa passa a ter maior
experiência e maior compreensão sobre ela, podendo sair da posição passiva da vivência e
assumir uma postura de crescer na experiência. Há que se considerar, também, que a dor, em
muitos casos, será uma eterna companheira da pessoa, a qual terá que se submeter a algumas
restrições. É necessário dar uma significação ao processo de adoecer (LIMA e CARVALHO,
2008, p. 149 apud SASDELLI e MIRANDA, 2001).
Segundo Lima e Carvalho (2008, p. 148 apud Montagna, 1996), a leitura dos próprios
sentimentos feita pela pessoa e a linguagem que permite expressá-los verbalmente estão
cheias de buracos, de brancos, e cabe à análise tentar ajudar a preencher. Ainda referente aos
mesmos autores, do ponto de vista cognitivo, colocar em palavras uma experiência traumática
modifica a memória, organizando a experiência emocional em algo coerente, que pode ser
mais facilmente assimilado e colocado de lado.
O sintoma doloroso é definido, sob o referencial da Psicanálise, como uma formação
defensiva do psiquismo, que contribui para a preservação do indivíduo (CAMPOS, p.1 apud
PRADO, 2010). Entre as características que propiciam o surgimento de quadros dolorosos é
possível citar a fragilidade egóica, dificuldades de simbolização, isto é, com empobrecimento
psíquico e tendência a expressar no corpo os conflitos emocionais (CAMPOS, p.2 apud
PRADO, 2010).
Angelotti (2001) coloca que os indivíduos relativamente inativos são especialmente
vulneráveis à experiência dolorosa, pois, não tendo mais com que ocupar a atenção,
concentram-se na dor.
A dor faz parte da etiologia da síndrome da Fibromialgia, o que segundo Lima e
Carvalho (2008, p. 148 e 149 apud Sasdelli e Miranda, 2001), a dor articula-se como
funcionamento psicológico do ser singular, e ao abordar o paciente é importante considerar
que é necessário usar a condição da empatia, colocar-se no lugar do outro, para buscar
compreender o que a dor representa para ele; tentar perceber se o doente consegue ter algum
ganho secundário com ela.
17
Na estrutura da personalidade do doente crônico observam-se tendências à regressão e
à passividade, deixando este de ser agente no processo de tratamento e delegando essa função
a outros. Também se faz presente à dependência excessiva, necessitando do cuidado de
outros, à semelhança da dependência vivida no início da vida (LIMA e CARVALHO, 2008,
p. 153 e 154 apud COELHO, 2001).
Para Loduca (1999, p.198), tratar de indivíduo com dor não se resume a diagnosticar e
receitar remédios. Tornou-se consenso na literatura que qualquer abordagem que procure
assisti-lo com eficiência necessita de um enfoque multidisciplinar.
A abordagem Psicanalítica vai auxiliar o indivíduo no processo de ressegnificação dos
fatos ligados ao adoecimento. Embora as duas abordagens citadas anteriormente tenham
diferentes olhares sob o indivíduo adoecido, ambas terão o mesmo objetivo, que será o alívio
dos sintomas referentes à Fibromialgia.
3.3 Instrumentos Usados para Avaliação das Diversas Dimensões da
Fibromialgia
Para Pimenta (1999), o controle de sintomas objetivando mais conforto,
independência, felicidade e preservação da dignidade da pessoa deve ser prioridade de
qualquer atendimento em saúde, especialmente naqueles portadores de quadros crônico. Para
isso o processo terapêutico deve contar com o suporte dos testes, que irão subsidiar o trabalho
dos psicólogos envolvidos no tratamento da dor crônica. A avaliação da experiência dolorosa
é fundamental para se compreender a origem e magnitude da dor, para implementação de
medidas analgésicas e verificação da eficácia das terapias instituídas. (PIMENTA, 1999, p.34)
Segundo Sardá e Cruz (2007) existem evidências científicas sobre a participação de
variáveis biológicas e psicológicas na dor, embora um diagnóstico preciso nem sempre é uma
tarefa fácil, dada as características e condições peculiares da etiologia e manifestação das
síndromes dolorosas nas pessoas e a subjetividade da dor.
A necessidade de qualificar e quantificar a sensação dolorosa e medir o alívio obtido
com as terapias levou ao desenvolvimento de instrumentos de avaliação de dor que
facilitam a comunicação com o doente e permitem comparações individuais e
grupais, possibilitam maior compreensão da experiência dolorosa e das repercussões
desta na vida do doente, auxiliam no diagnóstico e na escolha terapêutica.
(PIMENTA, 1999, p.35)
18
A avaliação da dor realizada uma única vez ou muito esporadicamente é de validade
limitada. As avaliações devem ser seqüenciais, a intervalos regulares e bem documentadas.
Podem ser utilizados diários que podem ser preenchidos pelo doente ou por cuidador.
(PIMENTANTA, 1999. p. 34 e 35)
Sardá e Cruz (2007 apud Craig 1994), pontuam que a avaliação da dor deve abordar
duas dimensões: os aspectos sensoriais da dor e a resposta emocional do indivíduo à
experiência dolorosa, ou seja, as dimensões sensoriais e emocionais.
Segundo Pimenta (1999, p.35), os instrumentos podem ser de auto-relato, de
observação do comportamento e de medidas das respostas biológicas á dor.
Para Sardá e Cruz (2007), os testes psicológicos, técnicas eminentemente
quantitativas, visam compreender objetivamente determinadas variáveis, traços e estados
emocionais. Sua abordagem de alguns aspectos facilita a comparação dos resultados do
indivíduo avaliado com outros, bem como a comunicação dos resultados. Segundo Figueiró,
(1999, p.141), a avaliação completa da dor inclui a análise dos aspectos psicológicos da dor e
o efeito da dor no comportamento e na estabilidade psicológica. Ainda citando o mesmo
autor, as avaliações psicológicas poderão ajudar a determinar a existência de fatores
psicológicos que poderão influenciar no manejo futuro (FIGUEIRÓ, 1999, p. 140).
Para um melhor planejamento do plano terapêutico, se faz necessário uma avaliação
psicológica do individuo com dor crônica. Essa avaliação freqüentemente inclui uma
entrevista e o uso de instrumentos psicométricos específicos. Esses tipos avaliações
constituem um desafio, pois muitos pacientes estão inconscientes dos aspectos psicológicos
envolvidos e relutantes a submeter-se àquelas (FIGUEIRÓ, 1999, p. 141).
Para Pimenta (1999), os objetivos da avaliação da experiência dolorosa são estabelecer
os elementos determinantes ou contribuintes para o quadro fisiopatológico, aquilatar as
limitações e sofrimento advindos da dor e nortear a escolha das intervenções implementares.
Segundo Figueiró (1999, p.148), a avaliação psicológica pode ser constituída de:
•
Entrevista – História da dor: características da dor, estratégias de enfrentamento,
comportamentos dolorosos, utilização do sistema de saúde, história do uso de
medicamentos e drogas, impacto vocacional, ocupacional e financeiro, incapacidades
funcionais, relacionamentos familiares e conjugais, sofrimento emocional e transtornos
psicológicos. Background familiar, educacional, marital, vocacional, médico psiquiatra,
uso de álcool e drogas, litígio e penal, perdas recentes. Exame do estado mental e
entrevistas psiquiátricas.
•
Testes – Psicofísico: torniquete, pressão, frio, calor.
19
Psicométricos: VAS, MMPI, Inventário McGill, Questionário de Comportamentos Doentios,
Inventário Beck de Depressão, Inventário Multidimensional de Dor, Inventário de Qualidade
de Vida da Organização Mundial de Saúde, Índice de Incapacidade Dolorosa e Medidas
Comportamentais, entre outros.
•
Intervenções Psicológicas – Pacientes com Dor Crônica se beneficiam de tratamentos
comportamentais orientados para o insight que melhorem a forma de enfrentamento e a
funcionalidade, reduzam a ansiedade e diminuam a intensidade da dor. Essas técnicas incluem
biofeedback, treinamento de relaxamento, hipnose, dessensibilização, reabilitação vocacional,
manejo de contingente e modificação comportamental.
Especificamente no caso dos pacientes com dores crônicas, existe a necessidade de
comparar os resultados dos testes que avaliam padrões ou estados psicológicos com
os de uma população que não apresenta dor crônica, uma vez que determinados
níveis de depressão, ansiedade, somatização e outros aspectos estão freqüentemente
associados à dor, ainda que apenas a partir de determinados níveis esses estados
emocionais possam atuar como fatores em quadros álgicos. (SARDÁ e CRUZ,
2007, p. 108)
Sardá e Cruz (2007, p.109 a 111), citam os principais instrumentos para avaliação de
pacientes com dor, são eles:
•
A Escala Visual Analógica(EVA), avalia a intensidade da dor. Esse
instrumento foi um dos primeiros a ser utilizado na avaliação da dor e fornece uma importante
visão da experiência dolorosa do paciente especialmente no que se refere à dimensão
sensório-discriminativa.
•
Questionário McGill, também é um instrumento que avalia a dor e visa
acessar as dimensões sensoriais, afetivas e avaliativas da dor, formando um índice de dor.
•
MMPI Inventário Multifásico de Personalidade Minnesota, para a
população com dor sua aplicabilidade consiste em avaliar a presença de traços
psicopatológicos como fatores importantes na etiologia da dor.
•
West Haven-Yale Multidimensional Pain Inventory (MPI Inventário
Multidimensional da Dor), baseado no modelo cognitivo-comportamental, visa medir
principalmente o impacto da dor na vida do paciente e a participação do paciente em
atividades rotineiras.
•
Behavioral Assessment of Pain - BAP (Avaliação Comportamental da
Dor), baseado no modelo biopsicossocial, visa avaliar as diversas dimensões da dor.
•
Questionário 16 PF, instrumento multidimensional, que visa acessar os
dezesseis traços primários de personalidade.
20
•
Inventário de Depressão Beck, visa diagnosticar a depressão em pacientes
psiquiátricos.
•
SCL-90-R (Inventário de Sintomas), foi desenvolvido para identificar
sintomas psicológicos. No Brasil este teste ainda não é normatizado, embora avalie aspectos
importantes da dor.
•
Pain Patient Profile (Perfil do Paciente com Dor) visa identificar estresse
associado à dor, graus de estresse e a influência de aspectos psicológicos na dor.
Para Pimenta (1999), os objetivos da avaliação são estabelecer os elementos
determinantes ou contribuintes para o quadro, aquilatar as limitações e sofrimento advindos
da dor, nortear a escolha das intervenções analgésicas e verificar a efetividade das
intervenções implementadas.
Vale ressaltar que os testes são instrumentos que poderão auxiliar o Psicólogo e
demais profissionais envolvidos no tratamento de indivíduos com dor crônica, podendo
possibilitar a identificação de aspectos psicológicos associadas à ela , sendo está uma
característica da Síndrome da Fibromialgia.
3.4 ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO FRENTE AO TRATAMENTO DA
FIBROMIALGIA
O papel do psicólogo frente ao tratamento da Fibromialgia se faz necessário, tanto
quanto a atuação de um médico, de um fisioterapeuta, de um educador físico, entre outros
profissionais que atuam, para junto com o paciente fibromiálgico buscar possibilidades de
enfrentamento dessa doença. Em uma equipe multidisciplinar o psicólogo poderá assumir o
papel de facilitador da comunicação e interação entre a equipe e o paciente e ainda entre
paciente e seus familiares, que também são afetados nesse processo de adoecimento.
O tratamento desta síndrome, que afeta os mais variados aspectos do indivíduo,
necessita de uma visão holística e um atendimento multidisciplinar. O paciente tem
que ser pensado como um ser que possui uma debilitada condição física
desencadeada pela perda de energia e pela dor, afetando psicologicamente o que o
torna um ser emocionalmente vulnerável, e socialmente descriminado, tendo
constantemente a sua credibilidade à prova, impotente diante dos limites que a
doença impõe, além de outros aspectos complexos que se apresentam na dinâmica
da sua relação com a doença. (OLIVEIRA e CAMÕES, 2003, pg. 5)
21
Com isso Cailliet (1999), coloca que “a vida do paciente com dor crônica pode sofrer
a influência de várias pessoas da sociedade: psicólogos, líderes religiosos, comentaristas e
membros da família”.
Segundo Oliveira e Camões (2003), “devido ao grande impacto desta síndrome na
qualidade de vida dos fibromiálgicos, a psicologia possui recursos e instrumentos que podem
ajudar a aliviar algumas das sintomatologias destes doentes, através de um plano
psicoterapêutico”.
Visto isso o psicólogo não irá atuar apenas no enfoque do tratamento da dor, mas irá
pensar também em como atuar diante de outros sintomas incapacitantes relacionados a essa
doença, como o sofrimento psíquico desse indivíduo e ainda a adesão ao tratamento.
Como a dor crônica em grande parte não apresenta indícios de cura, o psicólogo
poderá atuar na mediação de forma que este indivíduo consiga aderir ao plano terapêutico
proposto por uma equipe multidisciplinar. Aderir ao tratamento significa aceitar a terapêutica
proposta e segui-la adequadamente. Vários são os fatores que influenciam na adesão
característica da terapia: peculiaridades do paciente, aspectos de relacionamento com a equipe
multiprofissional, variáveis socioeconômicas, entre outros (ARAUJO et. al., 2004 apud
KURITA e PIMENTA, 2003).
Martim Grabois, presidente da American Pain Society em 1996, em comunicação
pessoal relatou que os custos anuais de um paciente são reduzidos d 24 mil para 14 mil
dólares quando se acrescentam as intervenções psicossociais ao tratamento (FIGUEIRÓ,
1999, p.143).
A dor crônica tem um caráter incapacitante e se não tratada adequadamente pode
agravar as sintomatologias físicas e ainda as psicológicas, provocando uma repercussão
negativa nas esferas da vida do indivíduo. Com isso pode gerar um comprometimento na
qualidade das relações pessoais, profissionais e sociais, podendo culminar no agravamento
dos sintomas de ansiedade e depressão.
Souza e Carvalho (2003), uma boa saúde é o melhor recurso para o progresso pessoal,
econômico e social, e uma dimensão importante da qualidade de vida.
Partindo desse pressuposto dentre as possibilidades de atuação do Psicólogo frente ao
tratamento da Fibromialgia, este terá sua atuação pautada na promoção da qualidade de vida
desses indivíduos, possibilitando a adaptação a nova condição de vida permeada pela
cronicidade da doença, fazendo com este adira ao tratamento proposto além do
acompanhamento psicoterapêutico subsidiado pelas abordagens descritas anteriormente.
22
Dantas, Sawada, Malerbo (2003), irão definir Qualidade de vida como sendo, “uma
noção eminentemente humana e abrange muitos significados que refletem conhecimentos,
experiências e valores de indivíduos e coletividades
Segundo a Organização Mundial de Saúde a qualidade de vida tem uma natureza
multifatorial, referindo esse conceito a partir de cinco dimensões:
(1) saúde física, (2) saúde psicológica, (3) nível de independência (em aspectos de
mobilidade, atividades diárias, dependência de medicamentos e cuidados médicos e
capacidade laboral), (4) relações sociais e (5) meio ambiente. Trata-se de visão
global, que considera as varias dimensões do ser humano na determinação dos níveis
de qualidade de vida de cada individuo. (Souza e Carvalho, p. 516, 2003)
Souza e Carvalho( 2003, p. 516 apud Wilheim 1978, p. 133) “já agregava a esse
conceito a mesma visão, entendendo-o como a “sensação de bem estar dos indivíduos”,
relativo a fatores objetivos e subjetivos da experiência humana.”
O conceito de qualidade de vida dado pela Organização Mundial de Saúde vai permitir
um norteamento, porém cada indivíduo vai quantificar subjetivamente o que para si, é
qualidade de vida. Cada um vai determinar um fator que é importante para se alcançar à
qualidade de vida, sejam eles, saúde física, psicológica, independência financeira, entre outros
determinantes.
Prover ótimas condições de sobrevivência não garante a elevação dos níveis de
qualidade de vida, visto que o que determina é a forma e a capacidade do individuo
em perceber e se apropriar dessas condições. (...) Além disso, viver com qualidade é
uma condição que satisfaz as exigências e demandas que determinada situação
inflige aos indivíduos, dentro de um contexto particular. (Souza e Carvalho, 2003,
p.516)
Dessa forma, Souza e Carvalho (2003, p. 516 apud Rueda, 1997), considera a
qualidade de vida como uma condição complexa e multifatorial sobre a qual é possível
desenvolver algumas formas de medidas objetivas, através de uma série de indicadores,
porém a vivencia que o sujeito – ou grupo social – pode ter de si mesmo, tem um importante
peso específico.
Com isso Souza e Carvalho (2003), colocam que “a qualidade de vida não pode ser
tomada como um conceito geral, mas entendida dentro da experiência cotidiana e pessoal de
cada um dos envolvidos”.
Pensando ainda na qualidade de vida como uma construção subjetiva de cada
indivíduo Fleck, Leal, Louzada, Xavier e Chachamovich (1999), conceituaram qualidade de
vida,
como a percepção dos indivíduos ou grupos em satisfazer suas necessidades,
aproveitando as oportunidades para alcançar um estado de felicidade e realização
pessoal. É a percepção do indivíduo: de sua posição na vida, no contexto da cultura
e sistemas de valores nos quais ele vive, e em relação aos seus objetivos,
23
expectativas, padrões e preocupações. (SILVA e MULLER, 2007 apud FLECK,
LEAL, LOUZADA, XAVIER ECHACHAMOVICH, 1999)
Para Petrone (1994), “qualidade de vida é entendida no sentindo de satisfação, vida
como realização das aspirações, dos desejos, externalizações também parciais dos impulsos,
dos quais se é consciente ou não”.
Mesmo se tendo definições do que é qualidade de vida, cada indivíduo vai construir
subjetivamente o que para si é ter qualidade de vida, pautado na busca pela satisfação pessoal.
A presença concomitante de distúrbios psíquicos provoca maiores limitações
funcionais, afetando ainda mais negativamente a qualidade de vida das pessoas, tanto no
aspecto físico como no intelectual e emocional, e reduzindo a capacidade da pessoa para o
trabalho, a vida familiar e social (Lima e Carvalho, 2008, p.147 e 148 apud Torres, Troncoso
& Castillo, 2006).
Os efeitos incapacitantes da dor crônica nos indivíduos, podem contribuir para um
sofrimento prolongado, gerando um sentimento de frustração e impotência, reforçando o
processo de adoecimento. Diante disse se aponta a necessidade de ter um acompanhamento de
um profissional habilitado para auxiliar este indivíduo a desenvolver novas estratégias de
enfrentamento, possibilitando a este um auto conhecimento, aceitação da nova condição e
adesão ao tratamento.
4 CONCLUSÕES E SUGESTÕES
O interesse pelo tema surgiu pela necessidade de verificar as possibilidades de
atuação do Psicólogo diante do tratamento de Síndromes Dolorosas, mais especificamente a
Síndrome da Fibromialgia, que é caracterizada como dor crônica.
Conforme Vieira e Lima (2002, p.553 apud Oliveira e Sommermam, 2008, p.132), “a
doença crônica caracteriza-se por um curso longo, podendo ser incurável, deixando seqüelas e
impondo limitações às funções do indivíduo, requerendo adaptação”.
A partir da pesquisa bibliográfica, verificou-se que sintomatologias emocionais
como ansiedade e depressão estão comumente associadas à síndrome e que diante dos
sintomas incapacitantes da SFM, esta pode causar um impacto na qualidade de vida dos
indivíduos fibromiálgicos.
As sintomatologias psicológicas como ansiedade e depressão ainda geram discussões
acerca de sua causalidade e/ou efeito diante da SFM, sendo que estes sintomas relacionados à
dor crônica podem gerar sentimento de desamparo e inaptidão em pacientes fibromiálgicos.
A pesquisa desse tema é de extrema relevância, no entanto constatou-se uma carência
de publicações enfocando a atuação da Psicologia diante do tratamento da Fibromialgia, visto
que os sintomas não são apenas físicos, mas também emocionais, sendo que este último se
não for avaliado e tratado compromete todo o processo de adaptação a síndrome e adesão ao
tratamento, visto que a cura desta é incerta. Para realização desta pesquisa foi proposto a
utilização de livros e periódicos publicados nos últimos cinco anos, no entanto em alguns
momentos foram utilizados materiais mais antigos devido a carência de literatura atualizada, o
que nos remete a importância de serem feitas mais pesquisas relacionadas a essa temática.
A psicologia tem o suporte de diferentes perspectivas psicológicas, no entanto no
momento de se verificar as diferentes perspectivas envolvidas no tratamento da Fibromialgia,
verificou-se apenas publicações referentes a abordagem Cognitivo-Comportamental e a
Psicanálise sendo que esta encontra-se limitada em material bibliográfico, o que dificultou a
pesquisa. O que foi possível verificar é que o material encontrado na literatura nacional é
restrito a um grupo de autores, não permitindo uma abrangência maior de considerações a
respeito do tema.
Para subsidiar a atuação o Psicólogo a abordagem Cognitivo Comportamental é muito
forte no que diz respeito ao tratamento da dor crônica, sendo esta a abordagem que mais
publicou material.
25
O envolvimento da psicologia no tratamento de síndromes dolorosas é imprescindível,
já que independente dos fatores orgânicos justificarem a dor, os aspectos psicológicos estão
diretamente relacionados ao processo de adoecimento do indivíduo.
A dor crônica exerce impactos negativos em diversos aspectos da vida dos indivíduos.
Em geral, há um declínio significativo da funcionalidade, dos relacionamentos sociofamiliares
e da qualidade de vida nos indivíduos com dor crônica.
Embora a dor crônica não tenha cura, existem possibilidades de se conviver com ela,
através de um processo de aceitação e ainda adesão ao tratamento proposto para redução dos
sintomas incapacitantes. Acredito que a psicologia tem muito a contribuir para obtenção de
resultados positivos diante do tratamento, auxiliando o indivíduo a se ver diante da doença e
com isso buscar alternativas de se conviver com ela sem causar maiores danos a sua vida, se
tornando um agente de mudança da sua própria vida.
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