Apostila II - GEOCITIES.ws

BIOLOGIA
Palmares, 2007
ÍNDICE
I N T R O D U Ç Ã O......................................................... 3
A DIVERSIDADE DOS SERES..................................................... 4
SISTEMÁTICA OU TAXONOMIA.................................................... 4
O MUNDO VIVO: DIVISÃO EM REINOS............................................. 6
OS VÍRUS.................................................................... 7
O REINO MONERA.............................................................. 8
O REINO PROTOCTISTA........................................................ 10
O REINO FUNGI.............................................................. 12
O REINO METAPHYTA OU PLANTAE............................................... 14
O REINO METAZOA OU ANIMALIA................................................ 18
FISIOLOGIA DOS ORGANISMOS..................................................
NUTRIÇÃO: A OBTENÇÃO DE MATÉRIA E ENERGIA PARA O ORGANISMO.................
A RESPIRAÇÃO: AS TROCAS GASOSAS ENTRE O ORGANISMO E O MEIO.................
A CIRCULAÇÃO E O TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS.................................
A EXCREÇÃO: A ELIMINAÇÃO DE PRODUTOS INDESEJÁVEIS..........................
25
25
30
32
35
A COORDENAÇÃO..............................................................
A COORDENAÇÃO NERVOSA NOS ANIMAIS..........................................
OS HORMÔNIOS: A COORDENAÇÃO QUÍMICA DOS ANIMAIS............................
OS SENTIDOS................................................................
38
38
41
43
BIBLIOGRAFIA............................................................... 45
ANEXOS...............................................................................................................................46
Professora Amara Maria Pedrosa Silva
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INTRODUÇÃO
Querido aluno,
A cada dia o conhecimento se torna imprescindível tanto na vida pessoal como na vida profissional.
A globalização e o capitalismo tornam o mundo cada vez mais competitivo, e quem não estiver bem
instrumentalizado corre o risco de ficar à margem do processo.
A tecnologia está presente em tudo, desde o ato de escovar os dentes até o acesso à Internet via
telefonia celular.
A Biologia desponta como uma das ciências que mais se destacou no cenário tecnológico com as
técnicas de clonagem, os transplantes de órgãos e tecidos, a criação dos transgênicos, a decifração do
código genético humano, etc.
Estudar Biologia é compreender a nós mesmos e ao mundo que nos rodeia.
Decifrar os mistérios da natureza.
Maravilhar-se com a beleza do universo.
Curvar-se diante do CRIADOR!
Este material de estudo foi elaborado pensando em ajudá-lo a ingressar neste mundo fantástico. Ele
não substitui o uso de livros, apenas os complementa.
Espero que você possa ter sucesso nos seus estudos.
Um abraço,
Amara Maria Pedrosa Silva
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Permitida a reprodução desde que citados a fonte e o autor
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A DIVERSIDADE DOS SERES
A Terra existe como planeta consolidado há cerca de 4,5 bilhões de anos. Calcula-se, porém, que a
vida só surgiu há um bilhão de anos atrás. Eras, Períodos e Épocas geológicas se sucederam no
transcorrer de muitos milhões de anos, durante os quais os seres evoluíram. Desde os mais simples
microrganismos, que proliferaram nos mares cambrianos, até o surgimento do homem, a
biodiversidade foi fantástica. A vida se diversificou por incríveis e surpreendentes caminhos.
Apareceram as plantas, os animais e seres que, ainda hoje, são tão indefinidos nas suas formas e
maneiras de viver que, por vezes, torna-se difícil identificar a sua verdadeira natureza. Os
protozoários já foram considerados animais; alguns já estiveram em classificação de vegetais. Hoje,
são todos enquadrados entre os protoctistas.
A tendência para classificar seres vivos ou brutos, reais ou imaginários, remonta à pré-história. Aos
poucos, nossos ancestrais foram aprendendo a diferenciar plantas comestíveis das venenosas; os
solos férteis dos estéreis; os metais mais apropriados para confecção de utensílios e armas. Ao longo
da história, o homem aprendeu que a prática de classificar seres e objetos facilita a manipulação e a
compreensão das entidades classificadas, além de permitir que seu estudo seja compartilhado entre
pessoas, constituindo um eficiente método de comunicação. Classificar alguma coisa é agrupar tipos
com características comuns, tendo por objetivo tornar mais fáceis os conhecimentos gerais,
particulares e comparativos desses tipos.
Um sistema natural de classificação não se baseia apenas na morfologia e na fisiologia dos organismos
adultos, mas também no desenvolvimento embrionário dos indivíduos, no cariótipo de cada espécie,
na sua distribuição geográfica e no posicionamento dos seres perante seus ancestrais, no processo de
evolução das espécies. Uma classificação é tão mais perfeita quanto mais desenvolva uma visão geral
anatômica, fisiológica, embriológica, citológica, bioquímica, genética, geográfica e evolutiva dos
organismos.
SISTEMÁTICA OU TAXONOMIA
É a parte da Biologia que trata do estudo dos seres vivos, organizando-os em grupos ordenados (os
táxons ou categorias hierárquicas), e estabelecendo um sistema natural de classificação.
Etimologicamente vem do grego: taxis = ordem e nomos = lei.
A Nomenclatura Científica
Em cada um dos idiomas existentes, os seres vivos receberam nomes, formando uma coletânea de
muitos milhares de denominações, impossíveis de serem conhecidas no mundo todo. Esse fato
mostrou a necessidade de se padronizar todos os nomes dos seres vivos de modo que a denominação
de qualquer um deles seja entendida em qualquer língua. Após várias tentativas, em 1758, Karl von
Linnë, botânico e médico sueco, propôs as regras de uma nomenclatura binominal que serviram de
base para o sistema ainda hoje utilizado. Essas regras foram adotadas em 1901 e revistas em 1927 e
1961.
As principais regras são:
1. Todo nome científico deve ser latino de origem ou, então, latinizado.
Ex: Trypanosoma cruzi
2. Em obras impressas, todo nome científico deve ser escrito em itálico (letra fina e inclinada). Em
trabalhos manuscritos ou datilografados, na impossibilidade de se usar o itálico, esses nomes serão
grifados.
Ex: Zea mays ou Zea mays (milho)
3. Cada organismo deve ser reconhecido por uma designação única binominal, onde o primeiro nome
indica o gênero a que ele pertence, e o segundo nome indica a sua espécie em particular.
Ex: Oryza sativa
- arroz
Phaseolus vulgaris - feijoeiro
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4. O nome relativo ao gênero deve ser um substantivo simples ou composto, escrito com inicial
maiúscula. O nome relativo às espécies deve ser um adjetivo, escrito com inicial minúscula.
Ex: Homo sapiens
5. Os nomes de família levam, em zoologia, a terminação idae (ide, com e aberto) e, em botânica, a
terminação aceae (acee, com o segundo e aberto).
Ex: o cão e o lobo são da família Canidae.
o coqueiro e as palmeiras são da família Palmaceae.
Os Táxons ou Categorias Taxonômicas
A espécie é a unidade básica de classificação.
ESPÉCIE é um grupamento de indivíduos com profundas semelhanças recíprocas (estrutural e
funcional), os quais mostram ainda acentuadas similaridades bioquímicas; idêntico cariótipo
(equipamento cromossomial das células diplóides) e capacidade de reprodução entre si, originando
novos descendentes férteis e com o mesmo quadro geral de caracteres.
Indivíduos de espécies diferentes não se cruzam por falta de condições anatômicas ou por
desinteresse sexual. Quando se cruzam não geram descendentes porque seus cromossomos não
formam pares. E, quando geram, esses descendentes são estéreis. É o caso do cruzamento entre
cavalo (Equus cabalus) e jumenta (Equus asinus), cujos descendentes, híbridos, são os burros ou
mulas.
Criadores e sitiantes sabem que a mula (exemplar fêmea) e o burro (exemplar macho) são híbridos
estéreis que apresentam grande força e resistência. São o produto do acasalamento do jumento
(Equus asinus, 2n = 62 cromossomos) com a égua (Equus caballus, 2n = 64 cromossomos). O burro
ou a mula têm 2n = 63 cromossomos, porque são resultantes da união de espermatozóide, com n =
31 cromossomos, e óvulo, com n = 32 cromossomos.
Considerando os eventos da meiose I para a produção de gametas, o burro e a mula são estéreis. Os
cromossomos são de 2 espécies diferentes e, portanto, não ocorre pareamento dos chamados
cromossomos homólogos, impossibilitando a meiose e a gametogênese.
As espécies são agrupadas em gêneros.
Os gêneros se juntam de acordo com suas semelhanças e formam as famílias.
Diversas famílias podem ser agrupadas numa única ordem.
Por sua vez, as ordens mais aparentadas se congregam em classes.
O conjunto de classes afins constitui um filo. (*No reino Metaphyta ou Vegetal usa-se o termo
divisão).
A reunião de filos identifica um reino.
O reino é a categoria mais abrangente e a espécie é a mais particular.
REINO
Metazoa
Metaphyta
Metazoa
Metaphyta
FILO*
Chordata
Tracheophyta
Arthropoda
Tracheophyta
CLASSE
Mammalia
Angiospermae
Insecta
Angiospermae
ORDEM
Primata
Dicotyledoneae
Díptera
Dicotyledoneae
FAMÍLIA
Hominidae
Papilionaceae
Muscidae
Papilionaceae
GÊNERO
Homo
Phaseolus
Musca
Caesalpinia
ESPÉCIE
Homo sapiens
Phaseolus vulgaris
Musca domestica
Caesalpinia echinata
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Das Espécies aos Reinos
Os gatos domésticos (siamês, persa, vira-lata) pertencem à mesma espécie: Felis catus.
Já o gato selvagem europeu exibe outras características e é chamado Felis silvestris, e a nossa
jaguatirica é denominada Felis pardalis. Todos esses animais, embora sejam de espécies diferentes,
são portadores de características bastante próximas, fazendo parte do mesmo gênero: Felis. Do
mesmo modo, leões (Panthera leo), tigres (Panthera tigris), onças (Panthera onca) e leopardos
(Panthera pardus), animais silvestres de porte relativamente grande, pertencem ao mesmo gênero:
Panthera.
Mas esses animais assemelham-se aos gatos e, por isso, tanto o gênero Felis como o gênero Panthera
pertencem à mesma família: Felidae. Muitas outras famílias de animais podem ser consideradas. A
família Canidae engloba o cão (Canis familiaris), o lobo (Canis lupus) e a raposa (Vulpes vulpes).
Os felídeos e os canídeos são comedores de carne, assim como a família Ursidae (ursos) e Hyaenidae
(hienas). Todas pertencem à ordem Carnívora. Como nem todo animal é carnívoro, existem outras
ordens como a dos roedores (paca, rato), a dos primatas (macaco, homem), a dos cetáceos (baleia,
golfinho), etc.
Os indivíduos dessas ordens, embora bem diferentes, apresentam uma característica comum: todas
as fêmeas possuem glândulas mamárias e são agrupados na mesma classe: Mammalia (mamíferos).
Os mamíferos, assim como os peixes, anfíbios, répteis e aves, apresentam na fase embrionária um
eixo de sustentação denominado notocorda, que origina a coluna vertebral. Por isso esses animais
pertencem ao mesmo filo: Chordata.
O filo dos cordados, juntamente com o dos equinodermos (estrela-do-mar), artrópodes (insetos),
anelídeos (minhoca), moluscos (caramujo) e outros, constituem o Reino Animalia ou Metazoa.
O MUNDO VIVO: DIVISÃO EM REINOS
Os Critérios Básicos de Classificação
Em 1969, foi idealizado o atual sistema de classificação que distribui os seres vivos em cinco grandes
reinos. Para essa classificação foram utilizados os seguintes critérios:
1. Número de células - Conforme os seres vivos sejam unicelulares ou multicelulares (pluricelulares);
2. Tipo de organização celular - Define se os seres vivos são procariontes (destituídos de carioteca membrana nuclear) ou eucariontes (possuidores de carioteca, nucléolo e organelas membranosas em
suas células).
3. Tipo de nutrição - Indicando se os organismos são autótrofos(sintetizam matéria orgânica a partir
da matéria inorgânica) ou heterótrofos (se nutrem por absorção ou ingestão do material orgânico
disponível no ambiente).
⇒ Reino Monera: todos os organismos unicelulares procariontes. Representado pelas bactérias e
cianobactérias.
⇒ Reino Protoctista: organismos uni ou multicelulares, eucariontes. Representado pelos
protozoários e algas.
⇒ Reino Fungi: organismos eucariontes heterotróficos por absorção. Representado pelos fungos,
cogumelos, mofos, leveduras.
⇒ Reino Metaphyta ou Plantae: organismos pluricelulares eucariontes autótrofos. Representado
por todos os vegetais ou plantas como as briófitas (musgos), pteridófitas (avencas),
gimnospermas (pinheiros) e angiospermas (feijão, coqueiro).
⇒ Reino Metazoa ou Animalia: organismos pluricelulares eucariontes heterótrofos por ingestão.
Representado pelos poríferos (esponjas), celenterados (corais), platelmintos (solitária),
nematelmintos (lombriga), anelídeos (minhoca), artrópodes (aranha), moluscos (polvo),
equinodermos (ouriço-do-mar) e cordados (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos).
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OS VÍRUS
Vírus (do latim, virus, veneno) são agentes infectantes de células vivas, causadores de doenças em
animais e plantas, e capazes de atacar outros organismos mais simples, até mesmo bactérias.
Apesar de ainda não terem sido qualificados entre os seres vivos, alguns biólogos, virologistas,
microbiologistas e pesquisadores já deram nomes científicos a muitos deles. Atualmente, os vírus são
quase sempre reconhecidos por letras ou siglas. Temos como exemplo o vírus causador da AIDS
chamado de HIV (Human Immunodeficiency Vírus), o causador do papiloma chamado de HPV (Human
Papiloma Vírus) ou alguns vírus que atacam bactérias, os fagos ou bacteriófagos, batizados como T2,
T3, T4, etc.
Os vírus não possuem organização celular, apenas uma estrutura molecular. Essencialmente, são
moléculas de nucleoproteínas auto-reprodutíveis e com capacidade de sofrer mutações. Essas duas
características são típicas dos seres vivos. Todavia, como não possuem organelas capazes de lhes
permitir a obtenção, armazenamento e utilização de energia, só conseguem subsistir no interior de
células vivas, de cujo equipamento funcional se utilizam para obter tudo de que necessitam. Fora de
células vivas eles se cristalizam e podem manter-se num vidro, por tempo indeterminado, como um
sal qualquer se mantém. Postos em contato com novas células hospedeiras reassumem
imediatamente sua atividade. Por isso, todos os vírus são necessariamente parasitas intracelulares e
não podem ser cultivados em meios artificiais.
A sua estrutura é formada por uma cápsula de natureza protéica e um miolo formado de ácido
nucléico. Esse miolo pode conter uma molécula longa de DNA (vírus do herpes, adenovírus,
bacteriófagos e outros) ou de RNA (da gripe, da poliomielite, da AIDS, do mosaico do tabaco, etc).
Raramente são encontrados DNA e RNA em um mesmo vírus.
Alguns vírus, como os bacteriófagos, atacam as células injetando-lhes o seu ácido nucléico. Outros
penetram por inteiro na célula hospedeira, como faz o vírus da gripe. No protoplasma da célula
atacada, o DNA ou RNA viral se reproduz, utilizando os nucleotídeos da célula. Depois, ainda se
valendo do equipamento enzimático e da energia fornecida por moléculas de ATP dessa mesma célula,
os provírus já formados (partículas virais em formação) roubam-lhes os aminoácidos para a fabricação
da cápsula protéica. Rapidamente eles se reproduzem dentro da célula, originando vírus completos,
que a destroem e partem para atacar outras.
Na espécie humana, os vírus determinam numerosas doenças (viroses) tais como hepatite infecciosa,
poliomielite, herpes, varíola, febre amarela, hidrofobia, gripe, AIDS, febres hemorrágicas (ebola,
dengue), certas pneumonias e encefalites, rubéola e as habituais viroses de infância como sarampo,
catapora ou varicela e caxumba, entre outras.
Existe perfeita relação bioquímica entre a natureza molecular de cada tipo de vírus e certos receptores
específicos da superfície das células, justificando o tropismo dos vírus por determinados tipos de
tecidos. Assim, o vírus da gripe ataca as células das vias respiratórias; o da hidrofobia ataca as células
do sistema nervoso; o da caxumba acomete as glândulas salivares parótidas; o da AIDS destrói os
linfócitos T4 do sistema imunológico. Por isso, os vírus são comumente classificados como
pneumotrópicos, neurotrópicos, adenotrópicos, dermotrópicos, etc.
Alguns grupos recebem nomes especiais como arbovírus e retrovírus.
Os arbovírus (arthropod-bornvirus, vírus oriundos de artrópodes) são transmitidos ao homem e outros
mamíferos por meio de insetos silvestres. São
exemplos o da febre amarela e o da dengue, que são
transmitidos por mosquitos do gênero Aedes.
Os retrovírus são aqueles cujo miolo de RNA tem de
formar uma molécula de DNA na célula hospedeira, a
qual vai presidir a reprodução de numerosas cópias
do RNA viral.
O vírus da AIDS pertence a este grupo.
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O REINO MONERA
Reúne os organismos procariontes, aqueles cujas células, ainda que dotadas de material nuclear, não
possuem um núcleo individualizado pela falta de cariomembrana e, por isso, simulam ter células
anucleadas. Também não se observam no seu citoplasma as estruturas ou organelas membranosas
como mitocôndrias, cloroplastos, complexo golgiense e outras. Até mesmo o retículo endoplasmático
está ausente ou é muito reduzido. As moneras são unicelulares, mas comumente se mostram em
grupamentos multicelulares, formando filamentos, cachos ou outras formas de agregação.
O reino Monera compreende os filos Schizophyta e Cyanophyta.
Filo Schizophyta (bactérias):
São os organismos mais disseminados pela face da Terra. Estão presentes no ar, na água, no solo,
nos objetos, na superfície do nosso corpo; vivendo livremente ou praticando o parasitismo. Têm
dimensões muito pequenas e são medidas em micrômetros (um milésimo do milímetro). Algumas
medem menos de um micrômetro. Algumas são providas de flagelos, os quais são apenas
modificações da membrana celular.
A imensa maioria é heterotrófica, vivendo de saprobiose (nutrem-se de matéria orgânica em
decomposição), do mutualismo (nas raízes das leguminosas) ou do parasitismo (causando doenças
nos animais e vegetais). As autótrofas realizam a fotossíntese ou quimiossíntese (sulfo, ferro e
nitrobactérias). Na fotossíntese bacteriana não há liberação de oxigênio para o ambiente e ela se
realiza mesmo no escuro, pois a luz utilizada é a infravermelha. Algumas espécies são anaeróbias
(Clostridium tetani) embora a maioria tenha respiração aeróbia. A forma mais comum de reprodução é
a assexuada por bipartição ou cissiparidade, ainda que por vezes ocorra a conjugação.
Muitas são utilizadas pela indústria na fabricação do vinagre, do iogurte e de antibióticos como a
tirotricina, a bacitracina e a polimixina, produzidos pelos Bacillus brevis, B. subtilis e B. polymyxa.
De acordo com suas formas, classificam-se em:
TIPOS
FORMAS
APRESENTAÇÃO
Isolados
Grânulos
COCOS
Associados
EXEMPLOS
Micrococos
Micrococcus ureae
Pares (diplococos)
Gonococos
Fileiras
(estreptococos)
arredondados
Streptococcus haemolyticus
Cachos
(estafilococos)
Staphylococcus aureus
BACILOS
Bastonetes
Bacilo de Koch e de Hansen
ESPIRILOS
Filamentos longos, espiralados, rígidos, que se
deslocam por meio dos movimentos de flagelos
situados nas extremidades
Spirillum gallinarum
ESPIROQUETAS
VIBRIÕES
Filamentos longos, espiralados, flexíveis, que se
deslocam por meio de movimentos ondulatórios do
corpo
Treponema pallidum
Bastões em forma de vírgula
Vibrio cholerae
Leptospira
icterohaemorragiae
Os Micrococcus ureae são encontrados nos sanitários, decompondo a uréia da urina em amônia; os
gonococos (Neisseria gonorrheae) causam a gonorréia ou blenorragia; o Streptococcus haemolyticus é
comum nas infecções das amídalas e suas toxinas lançadas no sangue provocam a febre reumática e
doenças cardíacas; os Staphylococcus aureus formam pus nos abscessos. As menores e mais
rudimentares bactérias são as riquétsias e os micoplasmas, também conhecidos como PPLO
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(pleuropneumonia like organisms – organismos semelhantes aos da pleuropneumonia). As riquétsias
são tão pequenas que há quem as considere um meio-termo entre vírus e bactérias. A Rickettsia
prowazeki, causadora do tifo exantemático é transmitida por piolhos e pelo chato (piolho pubiano).
Os PPLO são menores que as riquétsias e, à vezes, menores do que alguns vírus. São as menores
células conhecidas. São encontradas nos esgotos, no solo e nos organismos, causando doenças
pulmonares, renais, nas articulações de aves, ratos e até na espécie humana.
Algumas bactérias patogênicas para o homem
DOENÇA
TRANSMISSÃO
BACTÉRIA
Hanseníase
Contato direto
Mycobacterium leprae
Tuberculose
Vias respiratórias
Mycobacterium tuberculosis
Tétano
Ferimentos contaminados
Clostridium tetani
Blenorragia ou gonorréia
Contato sexual
Neisseria gonorrheae
Pneumonia
Vias respiratórias
Diplococcus pneumoniae
Difteria ou crupe
Vias respiratórias
Corynebacterium diphiteriae
Cólera
Alimentos e água
Vibrio cholerae
Leptospirose
Urina de ratos
Leptospira icterohaemorragiae
Sífilis ou lues
Contato sexual
Treponema pallidum
Disenterias
Alimentos e água
Salmonella sp./Shigella sp.
Coqueluche
Vias respiratórias
Borttedela pertussis
Tracoma
Objetos contaminados
Chlamidia trachomatis
Peste bubônica
Pulga do rato
Pasteurella pestis
Meningite
Vias respiratórias
Neisseria meningitidis
Botulismo
Enlatados contaminados
Clostridium botulinum
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Filo Cyanophyta (cianofíceas, cianófitas ou cianobactérias):
Enquadra organismos isolados ou coloniais, com clorofila, mas sem cloroplastos.
Todos autótrofos fotossintetizantes e bons assimiladores do nitrogênio do ar, razão pela qual se
constituem, geralmente, em espécies pioneiras na instalação de sucessões ecológicas.
Reproduzem-se por cissiparidade e são comuns em solo úmido e em rochas, bem como na água doce
ou salgada.
Possuem um rudimento de retículo endoplasmático na periferia de seu citoplasma. Nas membranas
desse proto-retículo se localizam os pigmentos de clorofila.
Não possuem flagelos. Algumas espécies se locomovem por meio de movimentos oscilatórios.
Os principais exemplos são dos gêneros Oscillatoria, Anabaena e Nostoc.
O REINO PROTOCTISTA
Formado por organismos unicelulares eucariontes (com núcleo individualizado pela presença da
cariomembrana). O citoplasma já possui algumas estruturas membranosas como retículo
endoplasmático, vacúolos, mitocôndrias e plastos, embora nem sempre estejam todas elas presentes
no mesmo indivíduo.
Esse reino compreende os filos Protozoa, Euglenophyta, Chrysophyta, Pyrrophyta, Chlorophyta,
Rhodophyta e Phaeophyta.
Filo Protozoa (protozoários):
Organismos microscópicos, unicelulares que podem viver isolados ou em colônias. Todos são
heterótrofos. Alguns têm vida livre enquanto outros realizam o parasitismo, raramente são comensais.
Sua reprodução é assexuada por cissiparidade ou gemulação; entre paramécios pode ocorrer a
conjugação.
A maioria deles pode se apresentar sob duas formas, conforme as circunstâncias: a forma trofozoítica
que é característica da espécie; e a forma cística que é sempre esférica e se constitui num recurso de
defesa ou proteção quando o meio se torna inóspito ou no período de reprodução.
A classificação dos protozoários se baseia principalmente nos meios de locomoção. Eles se dividem em
Rhizopoda, Flagellata, Ciliophora e Sporozoa.
Classe Rhizopoda ou Sarcodina: (rizópodos)
Movimentam-se por meio de pseudópodos. Realizam a fagocitose
para captura de alimentos. Seus principais representantes são as
amebas. Existem amebas de vida livre na água (Amoeba proteus),
comensais do tubo digestivo dos animais (Entamoeba coli) e
parasitas intestinais do homem (Entamoeba histolytica).
Classe Flagellata ou Mastigophora: (flagelados)
Movimentam-se por meio de flagelos cujo número é variável de acordo com a espécie. Os
tripanossomos possuem apenas um; as tricomonas apresentam 4 ou 6; as giárdias têm 8; as
triconinfas possuem dezenas.
A Trichonynpha aggillis e o Lophomonas blattarum vivem em mutualismo nos intestinos
de cupins e baratas, respectivamente, decompondo a celulose da madeira, do papel ou
de outros materiais ingeridos. A maioria vive em parasitismo. São parasitas da espécie
humana:
- Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas;
(paciente 2)
- Leishmania brasiliensis, provoca a úlcera de Bauru ou
leishmaniose;
- Trichomonas vaginalis, ocasiona corrimento vaginal;
– Giardia lamblia, provoca fortes cólicas intestinais e
biliares.
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Classe Ciliophora: (ciliados)
Movimentam-se por meio de cílios numerosos. Têm dois ou mais núcleos e são quase todos de vida
livre, infusórios, saprobiontes ou comensais. O exemplo mais conhecido é o paramécio.
A única espécie parasita do homem é o Balantidium coli, causador de disenteria.
Classe Sporozoa: (esporozoários)
Não possuem organelas locomotoras. São todos parasitas,
geralmente parasitando o sangue. Penetram nas hemácias e
nelas se reproduzem, rompendo-as para reinfectar outras. São
por isso qualificados como hemosporídeos.
Os exemplos mais importantes são do gênero Plasmodium (P.
malariae, P. falciparum, P. vivax) causadores da malária
humana e transmitidos por meio do mosquito Anopheles sp
(paciente 1). Há doenças parecidas no boi e no cão produzidas pelo gênero Piroplasma e transmitidas
por carrapatos.
Filo Euglenophyta (euglenas):
Representam um grupo com numerosas espécies todas de hábitat dulcícola, dotadas de um único
flagelo longo e numerosos cloroplastos bem definidos. São autótrofas, mas se tornam heterótrofas se
perderem os cloroplastos. Reproduzem-se por cissiparidade longitudinal. Possuem apenas um núcleo
central e um a dois vacúolos pulsáteis. O protótipo é a Euglena viridis.
Filo Chrysophyta (crisófitas ou diatomáceas):
Do grego chrysos = ouro e phyton – planta; são conhecidas como algas amarelas ou douradas.
Possuem uma carapaça silicosa constituída de duas peças que se encaixam; apresentam contornos e
desenhos variáveis com ornamentos delicados. Após sua morte, suas carapaças sedimentadas no
fundo das águas formam a ‘terra das diatomáceas’, industrializada como diatomito para o fabrico de
filtros, isolantes térmicos (amianto) e abrasivos para polir metais.
São todas autótrofas fotossintetizantes e reproduzem-se por divisão direta binária. Há espécies
dulcícolas e marinhas.
Filo Pyrrophyta (dinoflagelados ou pirrófitas):
São aquáticos, na maioria marinhos e alguns apresentam bioluminescência (Noctiluca milliaris). Fazem
parte do plâncton. Todos possuem carapaça e dois flagelos e movem-se em rodopios (pião).
A superpopulação de pirrófitas provoca as ‘marés vermelhas’. Nesses casos, a grande quantidade de
catabólitos tóxicos eliminados por esses organismos provoca grande mortandade de peixes,
tartarugas, focas, aves litorâneas e outros.
Filo Chlorophyta (algas verdes, clorófitas ou clorofíceas):
Representam as algas mais numerosas e espalhadas pelos ambientes terrestres. Vivem na água doce
ou salgada; na terra úmida e em locais secos; sobre troncos de árvores ou em mutualismo com
fungos, formando os liquens. Há espécies unicelulares e pluricelulares; microscópicas e
macroscópicas. As espécies unicelulares são geralmente portadoras de flagelos locomotores. A
clorofila se apresenta na estrutura de cloroplastos.
As clorófitas integrantes do plâncton marinho são responsáveis pela maior parte do oxigênio do ar
atmosférico, eliminado graças à intensa fotossíntese que realizam. Reproduzem-se por meio de
esporos (zoósporos ou esporos móveis, dotados de flagelo) ou então sexuadamente, por conjugação.
Pode ocorrer também a hormogonia: o talo se fragmenta e cada parte origina um novo filamento.
Entre as mais conhecidas citamos a Spirogyra, encontradas em charcos e rios) e a Ulva ou alface-domar (usada como alimento).
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11
Filo Rhodophyta (algas vermelhas, rodófitas ou rodofíceas):
São geralmente muito desenvolvidas, quase todas pluricelulares, macroscópicas e marinhas. Suas
células, além da clorofila, possuem um pigmento vermelho – a ficoeritrina – responsável pela cor que
apresentam.
A gelidium produz uma substância gelatinosa conhecida como gelose ou ágar-ágar, utilizada pela
indústria farmacêutica no fabrico de laxantes; é também empregada no preparo de gomas e como
meio de cultura para bactérias. A carragem, gelatina usada na fabricação de sorvetes, é também
retirada dessas algas.
Filo Phaeophyta (algas marrons ou pardas, feófitas ou feofíceas):
São muito desenvolvidas, algumas espécies alcançam mais de 10 metros de comprimento. Além da
clorofila, possuem a fucoxantina, um pigmento marrom que lhes dá a cor característica.
São muito usadas na China e no Japão para a alimentação humana. Na Europa algumas espécies
servem de forragem para o gado. Nos EUA são empregadas como fertilizantes, pois são ricas em sais
de potássio, sódio e iodo, constituindo-se em ótimo adubo para o solo.
Os exemplos mais conhecidos são os sargaços as laminárias e o gênero Fucus (Fucus vesiculosus).
O REINO FUNGI
Compreende um grupo particular de seres conhecidos como fungos ou eumicetos (do gr. eu = bem,
verdadeiro, perfeito e mykes = cogumelo).
Nele se enquadram organismos eucariontes unicelulares e pluricelulares, mas suas células muito
longas, as hifas, não apresentam contornos bem definidos, formando uma massa contínua com muitos
núcleos, o micélio. Os tipos maiores como as orelhas-de-pau e os portadores de um píleo (chapéu) em
forma de sombrinha são conhecidos como cogumelos. Não se deslocam livremente e são heterótrofos
por absorção (digestão extracorpórea). Suas células apresentam uma parede celular formada por
quitina. O glicogênio é seu carboidrato de reserva. Reproduzem-se por meio de esporos. A parte aérea
dos cogumelos macroscópicos é na realidade o seu órgão reprodutor, chamado de corpo de
frutificação.
Os unicelulares e microscópicos podem ser parasitas ou desenvolvem ação fermentativa, sendo
chamados de leveduras ou fermentos. Alguns produzem antibióticos e outros formam o mofo ou bolor.
Entre os macroscópicos existem espécies comestíveis e outras extremamente venenosas.
Eles se dividem em várias classes como os ficomicetos, ascomicetos, basidiomicetos e outras.
Ficomicetos: são microscópicos quando isolados, mas em conjunto podem assumir formações
macroscópicas. Algumas espécies são parasitas de plantas, atacando as batatas, cereais e videiras;
outras provocam doenças em animais como o gênero Saprolegnia que parasita os peixes; outras
provocam o mofo ou bolor dos alimentos como o Rhizopus stolonifer (mofo negro) e o Mucor
racemosus (mofo branco-esverdeado). O Aspergillus fumigatus provoca uma reação alérgica
respiratória nos seres humanos.
Ascomicetos: do gr, ascon = bolsa, saco e mykes = cogumelo. Constituem a classe mais numerosa.
Sua característica é a presença de esporos (ascóporos) que se desenvolvem dentro de hifas especiais
em forma de pequenas bolsas ou sacos chamados de ascos. São comuns os ascomicetos bem
desenvolvidos e comestíveis.
Entre os microscópicos destacamos o Penicillium notatum, produtor da penicilina; os P. camembert e
P. roquefortii usados na fabricação dos queijos camembert e roquefort; e o Saccharomyces cerevisiae
ou levedura de cerveja, usado na fabricação de cerveja, pão, cachaça, etc., e que provoca a
fermentação alcoólica do açúcar.
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Basidiomicetos: compreende a maioria dos cogumelos de jardim e cogumelos comestíveis. Sua
característica é a formação de hifas especiais chamadas basídios, com aspecto de clava, que se
desenvolvem nas bordas das lamelas encontradas na parte inferior do píleo, onde ficam os esporos.
São exemplos importantes a Amanita muscaria (cogumelo mata-mosca) extremamente venenosa e do
qual se extraem a muscarina e o LSD, que atuam sobre o sistema nervoso central; e o Cantharellus
cibarius ou agárico que é comestível.
Alguns fungos formam associações mutualísticas com algas, constituindo os
liquens. As algas, sendo clorofiladas, produzem carboidratos que nutrem o fungo.
Estes, por sua vez, absorvem água e sais minerais do ambiente, facilitando a vida
da alga. O Lecanora esculenta se desenvolve nos desertos, incluindo o Saara; é
suculento e comestível, provavelmente terá sido o ‘maná do céu’ que alimentou
os hebreus na sua fuga do Egito.
Na espécie humana alguns fungos microscópicos causam doenças conhecidas como micoses. Entre as
mais comuns temos a impigem ou pitiríase, aspergilose pulmonar, frieira ou pé-de-atleta e candidíase
ou monilíase (vaginal, intestinal e sapinho). As micoses que atacam a pele são chamadas
genericamente de dermatomicoses.
Juntamente com as bactérias, os fungos desempenham papel vital na reciclagem da matéria ao
decompor os restos orgânicos, transformando-os em compostos inorgânicos e devolvendo-os ao ciclo
natural.
"Arpergillus" e "Penicillium" são ascomicetos relativamente comuns sobre frutos podres, que dão a cor
azulada às laranjas emboloradas e que se reproduzem por conidiósporos conforme a e b
respectivamente.
Em c são mostrados endósporos produzidos no interior de um esporângio, como no bolor comum.
Em e mostra-se a formação de ascósporos no interior de um esporângio chamado asco.
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O REINO METAPHYTA OU PLANTAE
Também chamado reino vegetalia ou vegetal, abrange todos os organismos qualificados como plantas.
Suas principais características são:
⇒
Organismos eucariontes pluricelulares;
⇒
Todos clorofilados e autótrofos fotossintetizantes;
⇒
Possuem células com parede celular formada de celulose, ainda que sobre ela possam ocorrer
outros reforços de natureza química diversa (suberina, lignina, cutina, etc).
⇒
Têm o amido como carboidrato de reserva principal;
⇒
Mostram-se, na quase totalidade, incapazes de se locomover, exceto algumas espécies de algas
verdes dotadas de flagelos.
Eles constituem os grandes produtores de matéria orgânica dos ecossistemas terrestres e nutrem direta
ou indiretamente os outros seres vivos (heterótrofos), produzindo oxigênio.
Neste reino estão incluídas as briófitas, as pteridófitas, as gimnospermas e as angiospermas.
Classificação das Plantas
REINO
VEGETAL
AVASCULARES
(sem vasos condutores)
BRIÓFITAS
VASCULARES OU TRAQUEÓFITAS
(com vasos condutores)
PTERIDÓFITAS
CRIPTÓGAMAS
(sem flores e sementes)
GIMNOSPERMAS
(sem frutos)
ANGIOSPERMAS
(com frutos)
FANERÓGAMAS OU
ESPERMÁFITAS
(com flores e sementes)
Divisão Bryophyta (briófitas ou muscíneas):
São vegetais minúsculos, com poucos milímetros de altura. Já apresentam uma estrutura orgânica
definida, ainda que muito simples, pois ainda não são portadores de todos os órgãos que caracterizam
uma planta superior. São dotados de folhas, de um pequeno caule e de rizóides que servem para a
absorção da água. Como não apresentam vasos condutores de seivas, a água e os nutrientes passam de
célula a célula por difusão direta, abastecendo toda a estrutura.
Não possuem flores, sementes nem frutos. Reproduzem-se por metagênese ou alternância de gerações.
Em seu ciclo de vida verifica-se a participação de gametas que dependem da água para que ocorra a
fecundação. Nesse caso, o gameta masculino se desloca no meio líquido até o gameta feminino. A fase
de esporófito é curta, enquanto a fase de gametófito é duradoura. Os musgos são os espécimes mais
significativos do filo.
A - esporófito
B - gametófito
musgo
Ciclo de vida das briófitas
Metagênese ou alternância de gerações
Divisão Tracheophyta (traqueófitas: pteridófitas, gimnospermas e angiospermas): Este filo engloba
todos os vegetais que apresentam vasos condutores de seivas.
Pteridófitas
Foram as primeiras plantas vasculares que apareceram na Terra. Durante o Período Carbonífero, há 300
milhões de anos, elas dominaram a Terra, formando enormes florestas com espécies de grande porte.
São mais desenvolvidas do que as briófitas, pois já possuem raízes, caule (sempre do tipo rizoma) e
folhas. Todavia não apresentam flores nem frutos.
Reproduzem-se por meio de esporos, no processo conhecido por metagênese. A fase de esporófito é
duradoura, enquanto a fase de gametófito é passageira. Dependem da água para a fecundação, pois os
gametas masculinos precisam nadar até a oosfera (gameta feminino). Os principais representantes são
os fetos, avencas, samambaias e xaxins.
Samambaiaçu
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Gimnospermas
Abrangem todas as plantas traqueófitas dotadas de órgãos bem desenvolvidos como raízes, caule, folhas,
flores (sem ovários) e sementes. As gimnospermas (do gr. gymnos = nu e sperma = semente) possuem
as sementes nuas; não existe a estrutura de um fruto envolvendo ou encobrindo a semente. Uma
característica fundamental é a de não mais dependerem da água para sua reprodução, pois o grão de
pólen (elemento reprodutor masculino) pode ser transportado para outra flor pelo vento ou pequenos
animais (insetos, aves e moluscos), isso permite também que esses vegetais possam se propagar por
todos os tipos de ambiente.
As mais comuns entre nós são as coníferas. Suas folhas são aciculares, ou seja, em forma de agulhas
longas e verdes. Suas flores são secas e grosseiras e se chamam cones ou estróbilos, e são formadas por
folhas ou escamas. Os cones masculinos
produzem grãos de pólen e os femininos
produzem óvulos. Após a fecundação dos
óvulos, o cone feminino se transforma em uma
pinha repleta de sementes. Cada semente é
um pinhão.
As gimnospermas mais conhecidas são o
pinheiro comum (Pinus silvestris), o cipreste
(gêneros Cupressus e Thuya), o pinheiro-deNatal (Criptomeria japonica), o cedro comum
(Cedrus libani), os abetos ou pinheiro-doCanadá (Abies balsamea) e a gigantesca e
milenar sequóia (Sequoiadendron giganteum),
a maior árvore do mundo, capaz de viver por
cerca de 3 mil anos.
No Brasil temos como único representante, a araucária ou pinheiro-do-Paraná (Araucaria angustifolia),
que forma a mata de araucárias no sul do país.
Angiospermas
São as plantas mais evoluídas dos tempos atuais. Possuem raízes, caule, folhas, flores e frutos com
sementes. Suas flores são, geralmente, vistosas, coloridas, perfumadas e delicadas, e se constituem em
estruturas destinadas a proteger os órgãos de reprodução – o androceu e o gineceu. A semente é
protegida pelo fruto, que se forma a partir do desenvolvimento do ovário (do gr. aggeion = caixa, urna,
vaso e sperma = semente). O fruto contém substâncias nutritivas que irão enriquecer o solo onde a
semente irá germinar. De acordo com o número de cotilédones encontrados nas sementes, elas são
divididas em monocotiledôneas e dicotiledôneas.
As monocotiledôneas apresentam apenas um cotilédone em cada semente. O albúmen ou endosperma é
bem desenvolvido e nutre o embrião nas suas primeiras fases de crescimento. São exemplos
importantes: as gramíneas (arroz, trigo, milho, capins, bambu, cana-de-açúcar); as palmeiras (carnaúba,
babaçu, coco-da-bahia, dendê, buriti); as bromeliáceas (abacaxi, sisal, agave) e as musáceas
(bananeiras).
As dicotiledôneas apresentam dois cotilédones em cada semente que irão nutrir o embrião, pois o
albúmen ou endosperma é pouco desenvolvido. São exemplos importantes: as leguminosas (pau-brasil,
feijão, amendoim, soja, ervilha); as cucurbitáceas (abóbora, melancia, melão, pepino); o cafeeiro e a
laranjeira.
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Características Gerais das Angiospermas
ESTRUTURAS
MONOCOTILEDÔNEAS
DICOTILEDÔNEAS
RAIZ
Fasciculada (em cabeleira) (6)
Axial ou pivotante (5)
CAULE
Colmo, estipe, rizoma e haste
Tronco e haste
FOLHA
Estreita e paralelinérvea (3)
Larga e peninérvea
Trímera (verticilos em nº de 3 ou
múltiplo)
(1)
Pentâmera ou tetrâmera (verticilos em nº de 5, 4
ou múltiplos) (2)
Feixes lenhosos e liberianos
dispersos
Feixes lenhosos e liberianos reunidos em grupo.
1 cotilédone, endosperma
desenvolvido
2 cotilédones, endosperma não desenvolvido
FLOR
VASOS CONDUTORES
SEMENTE
(4)
Estrutura da Flor
Verticilos florais protetores
Cálice: sépalas
Corola: pétalas
Verticilos florais reprodutores
Androceu: estames
(filetes e anteras)
Gineceu: carpelos ou pistilos
(ovário, estiletes e estigmas)
Estrutura do Fruto
Pericarpo: epicarpo, mesocarpo e endocarpo
Semente: tegumentos, amêndoa (albúmen e embrião)
A – mesocarpo
B – endocarpo
C – epicarpo
D – pericarpo
E - semente
Polinização é o transporte do grão de pólen de uma flor para outra, pode ser feita pelo vento, pela água
ou por animais.
Fecundação é a união do núcleo espermático do pólen (gameta masculino) com a oosfera (gameta
feminino).
A dispersão das sementes é feita pelo vento, água, animais ou pela própria planta.
polinizada pelo vento
polinizada por animais
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O REINO METAZOA OU ANIMALIA
Aqui se enquadram todos os seres vivos que são qualificados tipicamente como animais. O reino é
extremamente heterogêneo e as características mais comuns, ainda que nem sempre estejam
integralmente presentes em todas as espécies, são:
⇒
Organismos eucariontes multicelulares;
⇒ Células desprovidas de parede celular embora, em alguns casos, possa ocorrer um reforço de
quitina;
Carboidrato de reserva representado, geralmente, pelo glicogênio;
Maioria dotada de movimentos ativos, com algumas espécies fixas;
Nutrição sempre heterotrófica, geralmente por ingestão;
⇒ Quase todos dotados de sistema nervoso e com capacidade de responder rapidamente à ação de
estímulos externos;
⇒ Reprodução sexuada, por meio de gametas, na quase totalidade das espécies, fazendo exceção
apenas alguns celenterados que podem realizar a gemulação ou brotamento, e alguns vermes
turbelários e anelídeos poliquetos que podem reproduzir-se por divisão simples assexuada.
⇒
⇒
⇒
O reino se divide em nove filos: Porifera, Coelenterata, Platyhelminthes, Nemathelminthes, Annellida,
Arthropoda, Mollusca, Echinodermata e Chordata.
GRUPOS
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
EXEMPLOS
I – INVERTEBRADOS Não formam notocorda durante o desenvolvimento embrionário
Poríferos ou espongiários
Aquáticos, fixos ao fundo, corpo esponjoso
Esponjas
Cnidários ou celenterados
Aquáticos,urticantes
Água-viva, corais
Platelmintos
Vermiformes, achatados
Tênias, planária
Nematelmintos
Vermiformes, cilíndricos
Lombrigas
Anelídeos
Corpo segmentado em anéis
Minhoca, sanguessuga
Crustáceos
Artrópodos
Camarão, caranguejo
Insetos
Mosca, borboleta
Patas
Aracnídeos
Aranha, carrapato
articuladas
Diplópodos
Piolho-de-cobra
Quilópodos
Centopéia
Moluscos
Corpo mole, com ou sem concha
Caracol, polvo
Equinodermos
Marinhos, coberto de espinhos
Estrela-do-mar
II – CORDADOS
Formam notocorda durante o desenvolvimento embrionário
A - Protocordados
Conservam a notocorda por toda a vida
B-Eucordados- Vertebrados
Anfioxo
A notocorda é substituída pela coluna vertebral
1 - Ciclóstomos
Boca circular(ventosa),aquáticos, pisciformes
Lampreia
2 – Peixes
Aquáticos, escamas, brânquias e nadadeiras
Sardinha, tubarão
3 – Anfíbios
Larva aquática, adulto terrestre
Sapos, rãs
4 – Répteis
Locomoção por rastejamento
Cobras, jacarés
5 – Aves
Corpo coberto de penas
Pingüim, coruja
6 – Mamíferos
Fêmeas dotadas de mamas
Homem, baleia
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Filo Porifera (poríferos ou espongiários):
São os mais simples na escala zoológica, com a estrutura do corpo formada apenas por duas camadas de
células que não chegam a formar tecidos. Não apresentam simetria, órgãos ou sistemas e são fixos às
rochas no fundo das águas (bentônicos). Há espécies dulcícolas, mas a maioria é marinha. A sustentação
do corpo é feita por meio de uma estreita malha de espículas calcárias ou silicosas. Alguns não possuem
espículas, sendo macios e usados como esponja natural.
De forma geral, o corpo pode ser interpretado como um saco com numerosos pequenos orifícios inalantes
(os óstios ou poros) e um único orifício exalante (o ósculo). Há uma cavidade central chamada
espongiocele. A água circula entrando pelos óstios, passando pela espongiocele e saindo pelo ósculo.
Detritos alimentares e oxigênio são absorvidos da água que entra, enquanto os excretas celulares são
eliminados com a água que sai. A espongiocele é revestida por células (os coanócitos - providos de
flagelo e uma gola ou colarinho) que realizam a digestão intracelular dos alimentos. Não possuem
sistema nervoso. Exibem cores variadas como amarelo, vermelho, cinza, esverdeado, etc.
A reprodução é sexuada (do zigoto se forma uma larva ciliada) ou assexuada (brotamento). Têm grande
capacidade de regeneração.
Filo Coelenterata (celenterados ou cnidários):
São animais aquáticos, geralmente marinhos, já dotados de células organizadas em tecidos e dispostas
em duas camadas, embora o corpo mostre consistência gelatinosa. Todos têm simetria radial e não
possuem sistemas circulatório, respiratório nem excretor. A rede nervosa é difusa. São todos predadores
de outros animais. Têm uma única abertura que se abre na cavidade gastro-vascular e que funciona
como boca e como ânus. Apresentam tentáculos com células urticantes, os cnidoblastos ou cnidócitos,
especializadas para a defesa e captura de alimentos. Essas células possuem uma cápsula com filamento
distensível e inoculador de substâncias irritantes.
A reprodução pode ser assexuada ou sexuada. A maioria tem um ciclo vital com uma fase medusóide
(livre) e outra polipóide (fixa). Geralmente as formas medusóides se reproduzem sexuadamente, dando
formas polipóides, e estes, assexuadamente, originam novos medusóides. Esse é um caso de alternância
de gerações ou metagênese. Há espécies que só passam pela fase de pólipo, como as anêmonas e os
corais. Estes se reproduzem ou por processos assexuados (divisão binária simples ou gemulação) ou
sexuados. Os indivíduos podem ser independentes ou coloniais.
Os principais representantes são os corais, as anêmonas-do-mar, as hidras, as caravelas e as águasvivas.
Filo Plathyhelminthes (platelmintos):
São vermes achatados; aquáticos, terrestres ou parasitas. O corpo é dotado de três extratos de células.
Apresentam simetria bilateral do corpo.
O sistema nervoso é ganglionar. O sistema digestivo, quando presente, tem uma única abertura (planária
e esquistossomo). As tênias não possuem qualquer rudimento de sistema digestivo e se nutrem por
absorção através da vasta superfície corporal. O sistema excretor é formado por protonefrídias (célulasflama). O aparelho reprodutor é bem desenvolvido, principalmente nos parasitas, podendo ocorrer a
reprodução assexuada e a autofecundação. Alguns apresentam grande capacidade de regeneração.
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Tênias e esquistossomos são parasitas, a planária tem vida livre.
Tênia:
I – cabeça ou escólex
II - animal
III - estróbilo
IV - larva
Filo Nemathelminthes (nematelmintos):
São aquáticos, terrestres ou parasitas. Caracterizam-se pelo corpo longo, cilíndrico, não segmentado em
anéis, revestido por uma espessa cutícula de quitina. O tubo digestivo é completo (boca e ânus). Não
possuem sistemas circulatório nem respiratório. O sistema excretor é rudimentar e a reprodução é
sexuada com fecundação interna (ovíparos).
Compreendem diversas classes, dentre as quais a principal é a dos nematóides, que abrange diversas
espécies parasitas de plantas e do homem.
Na espécie humana, causam doenças chamadas de verminoses ou helmintoses. São exemplos mais
notáveis: Ascaris lumbricoides, Ancylostoma duodenale, Necator americanus e Enterobius vermicularis
(oxiúro), todos parasitas intestinais. A Wuchereria bancrofti, conhecida como filaria, parasita os vasos
linfáticos.
Filo Annellida (anelídeos):
São seres aquáticos, terrestres ou parasitas. Invertebrados vermiformes,
têm o corpo segmentado (repetição de partes iguais), com segmentação
homônoma, cada anel ou metâmero externo corresponde a uma loja
distinta internamente, ainda que essas lojas se comuniquem e façam
continuidade. Apresentam simetria bilateral.
A respiração é cutânea nos terrestres e branquial nos aquáticos. A circulação é fechada e simples. A
maioria já possui apêndices locomotores (cerdas) que não são articulados. O sistema nervoso é
ganglionar. O tubo digestivo é completo. Habitualmente se reproduzem por processo sexuado (as
minhocas são hermafroditas de fecundação cruzada), mas entre os poliquetos alguns fazem a reprodução
assexuada por fragmentação do corpo (hormogonia).
Divide-se em três classes:
- poliquetos: com muitas cerdas, geralmente marinhos. Nereis sp.
- oligoquetos: com poucas cerdas, habitualmente terrestres. Lumbricus terrestris (minhoca).
- hirudíneos: sem cerdas, aquáticos (dulcícolas), todos parasitas hematófagos, portadores de ventosas.
Hirudo medicinalis (sanguessuga).
Filo Arthropoda (artrópodes):
São invertebrados providos de apêndices articulados (arthron = articulação). É o filo mais numeroso e
polimorfo dentre todos. São animais de simetria bilateral, corpo segmentado e revestido por uma cutícula
de quitina que representa o seu exoesqueleto (Exoesqueleto não é estrutura exclusiva de insetos, pois
ocorre também em outros artrópodes como crustáceos e aracnídeos, além de aparecer em
representantes do filo moluscos (ostras, caramujos) e celenterados (corais). Ele confere proteção contra
o ataque de predadores. Porém, limita o crescimento e, muitas vezes, a locomoção do animal.) Algumas
espécies realizam mudas periódicas do tegumento (ecdises). Alguns crustáceos apresentam uma
carapaça calcária por fora do esqueleto quitinoso.
O tubo digestivo é completo e com glândulas anexas. A circulação é aberta. A respiração é branquial nos
de hábitat aquático e traqueal ou filotraqueal nos de vida terrestre. O sistema nervoso é ganglionar, com
uma dupla cadeia ventral de gânglios. Os órgãos dos sentidos são muito especializados e situados na
cabeça (olhos, órgãos auditivos e antenas sensoriais). A reprodução é sexuada com fecundação interna
(ovíparos). O desenvolvimento geralmente ocorre por meio de metamorfose completa ou incompleta.
Classes principais: aracnídeos, insetos, crustáceos, quilópodos e diplópodos.
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Aracnídeos: Seres terrestres. Corpo dividido em cefalotórax e abdome, com quatro pares de patas
(octópodos) e sem antenas. São portadores de palpos (apêndices parecidos com patas) destinados à
função sexual e à preensão de alimentos. Muitos causam doenças no homem. A classe se divide em
diversas ordens, das quais as principais são os araneídeos, os ácaros e os escorpionídeos.
-Os araneídeos ou aranhas possuem, junto à boca, órgãos inoculadores de veneno chamados quelíceras.
Algumas espécies tecem teias. Existem espécies peçonhentas.
- Os ácaros enquadram os carrapatos e certos parasitas semimicroscópicos da pele, como o Demodex
folliculorum, que ataca os folículos pilosos, desencadeando as crises de acne ou cravo; e o Sarcoptes
scabiei, causador da sarna. Ácaros semimicroscópicos, que vivem em nossas casas, são os principais
causadores das crises de alergia respiratória.
- Os escorpionídeos reúnem os escorpiões ou lacraus. Apresentam palpos em forma de pinças e um
aguilhão (na extremidade posterior do abdome) inoculador de peçonha bastante perigosa.
Insetos: É a classe mais numerosa. Seres terrestres, aéreos e aquáticos. Corpo dividido em cabeça,
tórax e abdome. Um par de antenas (sensorial), um par de mandíbulas (nutrição) e três pares de patas
(hexápodos). A maioria possui asas (dípteros ou tetrápteros) embora algumas espécies sejam ápteras
como a traça, a pulga, o piolho e as formas mais comuns de formigas. A metamorfose pode ser completa
(ovo, larva, pupa e imago) ou incompleta (ovo, ninfa e imago).
Compreendem diversas ordens como: dípteros (moscas e mosquitos), lepidópteros (borboletas e
mariposas), hemípteros (percevejos), coleópteros (besouros), ortópteros (baratas, gafanhotos e grilos),
himenópteros (formigas, abelhas e vespas), etc.
Alguns insetos têm importância médica por atuarem como vetores ou transmissores de doenças infectocontagiosas como a malária, a doença do sono, o mal de Chagas, a febre amarela, a dengue, a filariose,
a leishmaniose, etc. as moscas berneiras, na fase de larva, parasitam a pele de mamíferos, causando a
berne ou bicheira.
Aparelho bucal
I -abelha,
II - pernilongo
III – borboleta
IV - gafanhoto
Desenvolvimento
A – direto - ametábolo
B – metamorfose incompleta -hemimetábolo
C - metamorfose completa - holometábolo
Crustáceos: Seres aquáticos, com exceção do tatuzinho.
Podem apresentar uma crosta calcária. O corpo se divide em cefalotórax e abdome, na grande maioria.
Apresentam dois pares de antenas; olhos pedunculados em alguns e sésseis em outros; um par de
mandíbulas; cinco pares de patas ambulacrárias no cefalotórax (decápodos) e número variável de patas
natatoriais no abdome. Geralmente utilizados na alimentação humana. São exemplos: o camarão, a
lagosta, o siri, etc.
Quilópodos e Diplópodos: Seres terrestres. Corpo cilíndrico, vermiforme, longo; com cabeça e tronco
segmentado em muitos anéis. Um par de antenas.
Os quilópodos (lacraia) têm um par de patas em cada anel, onde o primeiro serve para injetar veneno.
Os diplópodos (embuá ou piolho-de-cobra) possuem dois pares de patas por anel.
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Filo Mollusca (moluscos):
Animais de corpo mole podem ser aquáticos (maioria) ou terrestres. O corpo apresenta simetria bilateral
e às vezes é protegido por uma concha calcária; são constituídos de cabeça, pé e massa visceral. Na
cabeça se encontram os órgãos dos sentidos: olhos, tentáculos táteis e receptores de gosto e olfato. A
massa visceral é o conjunto de órgãos destinados à digestão, respiração, circulação, excreção e
reprodução. O pé é especializado para a locomoção, fixação e escavação. O corpo é envolvido por uma
prega dorsal da epiderme, o manto, que secreta a concha, a qual funciona como esqueleto.
O sistema digestivo é completo. A circulação é aberta. A respiração pode ser branquial, cutânea (lesmas)
ou ‘pulmonar’ (caracóis). O sistema nervoso é ganglionar. A reprodução é sexuada por fecundação
externa (pelecípodos) ou interna (cefalópodos e gastrópodos).
As principais classes são os gastrópodos, pelecípodos e cefalópodos.
Os gastrópodos, conhecidos como caramujos, caracóis e lesmas, possuem concha univalva (exceto a
lesma), dois pares de tentáculos (um olfativo e um com olhos), corpo dividido em cabeça, massa visceral
(com manto) e pé. Possuem rádula, língua áspera com dentes quitinosos, que raspa os alimentos.
Os pelecípodos são as ostras, mexilhões, mariscos e outros. Possuem concha bivalva, cabeça pouco
distinta da massa visceral e pé em forma de lâmina de machado. São geralmente fixo às pedras do fundo
através do bisso (estruturas produzidas por glândulas do pé). Algumas espécies produzem pérolas.
Os cefalópodos são exclusivamente marinhos e desprovidos de concha (exceto o Nautilus e a fêmea do
Argonauta). Abrangem o polvo, a lula, o nautilus e o argonauta. Apresentam tentáculos com um bico
córneo no centro (boca) para triturar os alimentos. Algumas espécies possuem uma bolsa com tinta
(nanquim ou sépia) usada como defesa.
lula
Filo Echinodermata (equinodermos):
Exclusivamente marinhos. Simetria radial no adulto e bilateral na larva. Dotados de endoesqueleto
calcário com projeções espinhosas, recoberto por uma epiderme fina. O sistema digestivo é completo,
com boca ventral e ânus dorsal. Podem ser carnívoros e predadores ou herbívoros e detritívoros. A
respiração é branquial. A reprodução é sexuada, com fecundação
externa e desenvolvimento por metamorfose. Apresentam capacidade
de regeneração. Possuem um sistema aqüífero, substituto do sistema
circulatório, e que também ativa os pés ambulacrários, pequeninas
formações na base desses animais que lhes permite o deslocamento
sobre o funda do mar sem movimentar os braços.
Os principais representantes são as estrelas-do-mar, pepinos-do-mar, ouriços-do-mar e lírios-do-mar.
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Filo Chordata (cordados):
São os mais evoluídos. Apresentam um eixo de sustentação dorsal, a notocorda.
O sistema respiratório é derivado da faringe (fenda branquiais). O tubo nervoso é único e dorsal. A
circulação é fechada e o sangue possui hemoglobina em quase todas as espécies, o coração é ventral. O
tubo digestivo é completo e com glândulas anexas. Possuem cauda na fase embrionária, podendo
permanecer no adulto.
Dividem-se em subfilos: Protochordata (hemicordados, urocordados e cefalocordados) e Vertebrata.
Protocordados:
- Hemicordados: São longos, vermiformes e marinhos. Ex.: balanoglosso.
- Urocordados ou tunicados: Seu representante é a ascídia, animal fixo, globoso, geralmente colonial,
sem cauda e sem notocorda. Na fase larvar é móvel, com cauda e notocorda. São marinhos.
- Cefalocordados: Seu representante é o anfioxo. Animal que lembra um peixe pequeno sem nadadeiras
pares. É marinho e apresenta fendas branquiais e notocorda durante toda a vida.
Vertebrados ou Eucordados: Possuem notocorda na fase embrionária, na fase adulta ela é substituída
pela coluna vertebral (vértebras ósseas ou cartilaginosas) que serve de eixo de suporte do corpo.
Possuem caixa craniana envolvendo os órgãos do sistema nervoso central que é bem desenvolvido.
O subfilo está dividido em seis classes: Cyclostomata, Pisces, Amphibia, Reptilia, Aves e Mammalia.
Os ciclóstomos são cartilaginosos; sem mandíbulas e sem nadadeiras pares nem escamas; boca circular
em ventosa; sete fendas branquiais; ectoparasitas de peixes. Seu representante é a lampréia.
Peixes: Seres exclusivamente aquáticos; com cinco fendas branquiais persistentes, com paredes
ramificadas (brânquias); nadadeiras. Pecilotermos. Circulação fechada simples e coração com duas
cavidades. Linha lateral que percebe as vibrações e pressão da água. Excreção por rins. Reprodução
sexuada, fecundação interna (ovovivíparos e vivíparos) ou externa (ovíparos), larva chamada de alevino.
- Os condrícties são cartilaginosos. Têm nadadeiras pares e ímpares; não possuem bexiga natatória; a
boca é ventral e as fendas branquiais são descobertas. Predominantemente vivíparos. Possuem cloaca e
intestino com válvula espiral. São os tubarões e as arraias.
- Os osteícties (maioria) são ósseos. Têm nadadeiras pares e ímpares e escamas; possuem bexiga
natatória; a boca é anterior e as fendas branquiais são protegidas pelo opérculo. A bexiga natatória
funciona como pulmão em alguns casos (pirambóia). Predominantemente ovíparos. São exemplos o
cavalo-marinho, o poraquê, a enguia, o bacalhau, a piranha, o pirarucu, a piaba, o tilápia, etc.
1,3 - cartilaginosos
2,4 - ósseos
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1,2,4 – peixes ósseos
3
- peixe cartilaginoso
5
- mamífero
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Anfíbios: Nascem na água e tornam-se terrestres. Possuem brânquias na fase larvar (girino) e pulmões
na fase adulta. Podem apresentar cauda e patas na fase adulta (salamandras), só patas (sapo) ou só
cauda (cobra-cega). O esqueleto é ósseo. A pele é úmida, lisa, com glândulas mucosas e cromatóforos
(células pigmentadas). O sistema digestivo é completo, apresentando cloaca. Excreção por meio de rins.
Reprodução sexuada com fecundação externa; são ovíparos e sofrem metamorfose. Possuem respiração
cutânea intensa para compensar a respiração pulmonar precária. São pecilotermos. A circulação é
fechada, dupla e incompleta, o coração tem três cavidades. O sistema nervoso apresenta encéfalo,
medula e nervos cranianos.
Répteis: São terrestres ou aquáticos, mas só se reproduzem na terra. Movimentam-se por
rastejamento. A reprodução é sexuada com fecundação interna, põem ovos com casca calcária e o
embrião apresenta alantóide e bolsa de água (âmnio, o que evita a desidratação). O sistema digestivo é
completo, com cloaca. A pele é seca e impermeável (queratinosa), desprovida de glândulas; com
escamas, carapaças ou placas. Alguns realizam mudas periódicas do tegumento. São pecilotermos. A
circulação é fechada dupla e incompleta, o coração tem três cavidades (exceto nos crocodilianos). Os
pulmões são bem eficientes. O sistema nervoso se divide em encéfalo, medula e nervos cranianos. A
excreção é feita por meio de rins bem desenvolvidos.
As ordens mais comuns são: ofídios, lacertílios, quelônios e crocodilianos.
- Os ofídios abrangem as cobras e serpentes. Alguns possuem dentes especiais que injetam um veneno
produzido pelas glândulas salivares.
- Os lacertílios ou sáurios são os lagartos. Não são peçonhentos, com exceção do monstro de Gila, do
golfo do México, e do dragão de Komodo, da Indonésia.
- Os quelônios compreendem as tartarugas (marinhas), cágados (dulcícolas) e jabutis (terrestres).
- Os crocodilianos são os mais desenvolvidos. Compreendem os jacarés (Brasil) e crocodilos (América do
Norte, África e Ásia).
Aves: Seres adaptados ao vôo; com esqueleto ósseo leve e reforçado, ossos pneumáticos ligados aos
sacos aéreos dos pulmões. Pele seca (escamosa nos membros posteriores) e coberta de penas. Na
cauda possuem glândulas uropigeanas que secretam gordura para lubrificar as penas. Olhos com
membrana nictante. Quatro membros (os anteriores em forma de asa); homotermos (temperatura
constante). Circulação fechada, dupla e completa (coração com quatro cavidades). O bico córneo é
adaptado a vários tipos de alimentos. Sistema digestivo completo e terminado em cloaca. Excreção por
rins. Sistema nervoso com encéfalo, medula e nervos cranianos. Sexos separados com acentuado
dimorfismo sexual. Reprodução sexuada com fecundação interna; todos ovíparos; incubam os ovos e
cuidam da prole. Erroneamente chamados de pássaros, tal denominação pertence apenas à ordem
passeriforme (sabiá, canário, pardal, etc). Os pingüins, emas, avestruzes, e outros não conseguem voar.
Mamíferos: São os mais evoluídos; estão adaptados à vida aquática, aérea, subterrânea e,
principalmente, terrestre.
A cobertura de pêlos, a gordura e o coração eficiente garantem a homotermia. O sistema nervoso é
muito desenvolvido com encéfalo, medula e nervos cranianos. Reprodução sexuada com fecundação
interna (vivíparos e com útero – exceto os monotremados); placentários (exceto os monotremados e
marsupiais); e grande proteção à prole. Glândulas mamárias, sebáceas, sudoríparas, etc. Endoesqueleto
ósseo. Sistema digestivo completo, com glândulas anexas, terminado em ânus (exceto nos
monotremados). Pele queratinizada coberta de pêlos. Excreção por rins. Respiração pulmonar auxiliada
pelo músculo diafragma. Circulação fechada, dupla e completa (coração com quatro cavidades), hemácias
anucleadas.
Formam um grupo muito heterogêneo quanto ao tamanho, forma do corpo e hábitat. O homem, o
canguru, a baleia, o hipopótamo, o porco, o morcego, a preguiça, o rato, o coelho, o gato, o leão e o
macaco são exemplos de mamíferos.
Os monotremados, ornitorrinco e éqüidna põem ovos, embora amamentem os filhotes.
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ornitorrinco
FISIOLOGIA DOS ORGANISMOS
NUTRIÇÃO: A OBTENÇÃO DE MATÉRIA E ENERGIA PARA O ORGANISMO
Para poder sobreviver os organismos vivos necessitam de abastecer-se de substâncias com as quais
obtêm energia e materiais para o reparo de seu desgaste. Se o organismo é jovem, parte desse material
é destinada ao crescimento. Através da nutrição o ser vivo obtém os átomos e as moléculas das
substâncias que formam seu corpo.
Chama-se nutriente a qualquer substância essencial à manutenção da vida. Os alimentos que ingerimos
diariamente contêm esses nutrientes que podem ser classificados em macronutrientes e micronutrientes.
Como o próprio nome diz, macronutrientes são aqueles necessários em grande quantidade Os nutrientes
necessários em pequenas quantidades são denominados micronutrientes.
Com relação à nutrição, os seres vivos podem ser divididos em dois grandes grupos: os autótrofos e os
heterótrofos.
Os organismos dotados de clorofila são capazes de realizar o processo conhecido como fotossíntese. Pela
fotossíntese eles transformam as substâncias minerais retiradas do ambiente (gás carbônico, água e sais
minerais) em moléculas orgânicas formadoras de seu corpo. São os organismos autótrofos
fotossintetizadores. Para a transformação das substâncias minerais em moléculas orgânicas é
fundamental a energia da luz do Sol, que é transformada em energia química, ficando armazenada nos
compostos orgânicos formados. Algumas bactérias do solo também são autótrofas, só que não usam a
energia da luz do Sol, mas sim a energia liberada nas reações de oxidação de minerais. São os
organismos autótrofos quimiossintetizadores, pois usam a energia química para fabricar compostos
orgânicos.
Os outros seres vivos (animais, fungos, protozoários, etc.) dependem dos seres autótrofos para obter a
matéria-prima necessária à construção de seu corpo e à produção de energia. São os organismos
heterótrofos.
Todas as células necessitam de alimentos que utilizam, em parte para obter energia e, em parte, como
material de construção. Para os indivíduos heterótrofos, porém, os alimentos não se encontram no
ambiente numa forma que lhes permita sua utilização direta pelas células. As grandes moléculas que
deles fazem parte terão de ser desdobradas em moléculas menores, e essa é a finalidade da digestão.
Os esquemas ao lado representam o
processo
digestivo
como
uma
necessidade comum a diferentes tipos
de organismos.
- Hidra de água doce: A digestão iniciase na cavidade gastrovascular (tubo
digestivo com uma só abertura) e
termina em vacúolos digestivos das
células que a revestem.
No
paramécio
a
digestão
exclusivamente intracelular.
é
- A evolução nos animais acabou por
permitir que o movimento dos alimentos
se
fizesse
num
só
sentido,
e
conseqüentemente, que as suas transformações se sucedessem em cadeia, o que tornou a digestão mais
fácil e eficiente, como na lombriga.
A Digestão: A Quebra das Moléculas Grandes
Dá-se o nome de digestão às transformações químicas por que sofrem os alimentos a fim de serem
incorporados e utilizados pelas células. Tais transformações envolvem a fragmentação e a hidrólise de
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grandes moléculas, que são reduzidas a moléculas menores, solúveis em água e facilmente absorvíveis
pelas células.
Podemos dividir o processo digestivo em três etapas.
1ª etapa: Fragmentação das partículas nutritivas. Consiste na trituração dos alimentos. Para isso
alguns animais dispõem de estruturas especializadas. Assim, os mamíferos, os répteis e os peixes
dispõem de dentes; as aves utilizam a moela; os equinóides possuem a lanterna-de-aristóteles; os
moluscos possuem a rádula; alguns artrópodos utilizam as mandíbulas, etc.
2ª etapa: Redução das partículas alimentares em produtos solúveis.
3ª etapa: Absorção dos nutrientes.
Há três tipos básicos de digestão: intracelular, extracelular e extracorpórea.
A digestão intracelular ocorre no interior de vacúolos do
citoplasma (vacúolos digestivos) graças à ação das enzimas dos
lisossomos. É um tipo de digestão encontrado em protozoários e
células de alguns animais como os coanócitos dos poríferos e os
leucócitos e macrófagos dos vertebrados.
A digestão extracelular ocorre fora das células, ou seja, numa
cavidade (trato digestivo) ou fora do corpo. Esse tipo de
digestão
é
encontrado
em
anelídeos,
nematelmintos,
equinodermos,
moluscos,
artrópodes,
protocordados
e
vertebrados.
A digestão extracorpórea acontece nos fungos e aranhas. Esses organismos lançam para fora suas
enzimas digestivas e depois absorvem os nutrientes já digeridos. As cobras e estrelas-do-mar prédigerem seus alimentos.
A Digestão Extracelular
O sistema digestório dos animais é a sede principal das transformações dos alimentos. Pode ser completo
(tubo digestivo dotado de duas aberturas: boca e ânus) e incompleto (tubo digestivo com uma única
abertura – encontrado nos cnidários e platelmintos). Em alguns grupos de animais o sistema digestório
não termina no ânus, mas numa cavidade denominada cloaca. Possuem cloaca os peixes, os anfíbios, os
répteis, as aves e os mamíferos monotremados.
O sistema digestório completo consta de um tubo digestivo e glândulas
anexas. O tubo digestivo dos mamíferos é constituído de boca (1),
faringe, esôfago (3), estômago (5), intestino e ânus. O intestino
apresenta duas porções: o delgado (6 - constituído de duodeno e jejunoíleo) e o grosso (constituído de ceco, colo (8) e reto). As glândulas anexas
são o fígado (2), o pâncreas (4) e as glândulas salivares. O fígado
apresenta um órgão em forma de bolsa (7 - a vesícula biliar) onde fica
armazenada a bile. Esse órgão possui um duto de desembocadura no
duodeno (o canal colédoco) por onde a bile é eliminada no intestino. As
aves possuem uma dilatação no esôfago (o papo) onde o alimento é
amolecido, e seu estômago possui duas porções: o proventrículo e a
moela. No proventrículo ocorre a digestão química de proteínas e a moela
faz o papel de dentes, triturando os alimentos. O papo é encontrado
também em anelídeos e moluscos com a mesma finalidade: amolecer os
alimentos.
Veremos como acontece a digestão extracelular nos seres humanos.
Após a mastigação, o alimento é deglutido. Na faringe, no esôfago, no estômago e nos intestinos ele é
impelido pelos movimentos peristálticos, cuja ação é involuntária, controlada pelo sistema nervoso
autônomo. Ao passar em órgãos como a boca, o estômago e o intestino, os alimentos sofrem ações
químicas dos sucos digestivos.
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Podemos dividir o processo químico da digestão em etapas que ocorrem em órgãos diversos com nomes
diferentes: insalivação (ocorre na boca), quimificação (ocorre no estômago) e quilificação (ocorre no
intestino).
SUCOS DIGESTIVOS
ÓRGÃOS ELABORADORES
ENZIMAS COMPONENTES
Saliva
Glândulas salivares
Amilase salivar (ptialina)
Suco gástrico
Estômago
Pepsina, renina
Maltase, lactase, peptidase,
Suco entérico
Intestino delgado
Lípase entérica, sucrase(invertase)
Tripsina, nucleases, quimotripsina,
Suco pancreático
Pâncreas
lípase pancreática,
amilase pancreática,
Bile
Fígado
Não contém enzimas
Condições para a insalivação
. Ação do sistema nervoso autônomo parassimpático, estimulando a secreção de saliva. Essa ação se faz
por mecanismos reflexos: estímulo da visão, cheiro e gosto dos alimentos.
. Valor ótimo de pH ao redor de 7,0; aproximadamente neutro.
. Ação da saliva, que contém a enzima ptialina ou amilase salivar. Sob a ação da amilase, o amido
hidrolisa-se, reduzindo-se a compostos de cadeia menor até chegar à maltose.
(amilase) Amido + H2O

maltose
Glândulas salivares
Condições para a quimificação
. Ação do sistema nervoso. A visão, o cheiro e o sabor dos alimentos provocam uma reação do sistema
nervoso que envia impulsos às células da parede do estômago para que este secrete o suco gástrico.
. Ação do suco gástrico que contém essencialmente água, ácido clorídrico e enzimas.
A pepsina provoca o rompimento das ligações peptídicas entre os aminoácidos das proteínas,
fragmentando-as em peptídeos.
(pepsina) Proteína + H2O
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
peptídeos
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A renina produz a coagulação das proteínas do leite permitindo que elas fiquem mais tempo no estômago
para que a sua digestão seja mais completa.
O ácido clorídrico proporciona um pH ao redor de 2,0; que é um valor ótimo para a atividade da pepsina.
Além disso, tem ação germicida, reduzindo a fermentação bacteriana.
Condições para a quilificação
O intestino delgado está separado do estômago por uma válvula de estrutura muscular denominada
piloro. Sua primeira porção, de cerca de l5 cm de comprimento, é o duodeno, seguindo-se ao jejuno-íleo
que se comunica com o intestino grosso. São as seguintes as condições para ocorrer a quilificação:
. Valor ótimo de pH igual a 8,0. (O suco pancreático é rico em bicarbonato de sódio e tem efeito alcalino).
. Ação do sistema nervoso autônomo, estimulando a secreção intestinal.
. Ação hormonal. A ação das gorduras do quimo provoca a liberação da bile e do suco pancreático.
. Ação dos sucos digestivos.
A bile, embora não contenha enzimas, possui sais biliares que facilitam a emulsificação das gorduras,
favorecendo a ação das lipases sobre as gotículas de gordura da emulsão e a solubilização dos produtos
finais da digestão, para que possam introduzir-se nos vasos linfáticos da mucosa intestinal.
A hidrólise das proteínas é catalisada pela tripsina e pela quimotripsina, enzimas do suco pancreático,
que as transformam em peptídeos. Estes, hidrolisados pelas peptidases, convertem-se em aminoácidos.
(tripsina) Proteínas + H2O

peptídeos
(quimotripsina) pH = 8,0 (peptidases) Peptídeos + H2O

aminoácidos
O amido não digerido na boca, sob a ação da amilase pancreática, é transformado em maltose. Os
dissacarídeos (maltose, sacarose e lactose) são transformados em monossacarídeos.
(maltase)
(invertase)
(lactase)
Maltose + H2O
Sacarose + H2O
Lactose + H2O
glicose + glicose

glicose + frutose


glicose + galactose
As gorduras são inicialmente emulsificadas pela bile e, posteriormente, hidrolisadas pelas lipases entérica
e pancreática que as transformam em ácidos graxos e glicerol.
Gorduras + bile

(lipases) Gordura emulsificada
gordura emulsificada

ácidos graxos + glicerol
As nucleases catalisam a hidrólise de ácidos nucléicos, transformando-os em nucleotídeos.
Interações hormonais que auxiliam na liberação de
secreções no sistema digestivo humano:
A colecistocinina desencadeia o esvaziamento da
vesícula biliar no duodeno e estimula a secreção do suco
pancreático.
A secretina estimula a liberação do suco pancreático no
duodeno.
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A gastrina propicia o aumento das secreções gástricas com seu conteúdo proteolítico.
O pâncreas, estimulado pela secretina, possibilita a alcalinização do intestino delgado.
A enterogastrona inibe a secreção de suco gástrico e retarda o esvaziamento do estômago.
A absorção dos nutrientes
Essa é a última etapa, consiste na penetração dos produtos da digestão através da mucosa intestinal. Os
produtos não aproveitáveis sofrem desidratação no intestino grosso, transformando-se num material
pastoso e castanho denominado fezes, que é eliminado do organismo através da defecação.
Os monossacarídeos e os aminoácidos são absorvidos pela parede do intestino delgado e transportados
pela corrente sangüínea aos vários tecidos.
Os ácidos graxos são absorvidos pelos vasos linfáticos.
A água, as vitaminas e os sais minerais não sofrem digestão, portanto são absorvidos integralmente
pelos capilares sangüíneos.
Uma parcela da glicose absorvida é utilizada como fonte de energia na respiração; a outra parte é
armazenada no fígado e nos músculos na forma de glicogênio. Os ácidos graxos são utilizados em parte
como fonte de energia; o restante é empregado na síntese de gorduras. Os aminoácidos são utilizados
para a síntese de novas proteínas, que podem formar estruturas celulares, pigmentos respiratórios,
enzimas, hormônios, anticorpos e coagulantes sangüíneos.
A figura ilustra a digestão nos ruminantes, entre os quais
citamos bois, cabras, girafa, camelo, veado, etc. Durante
várias horas do dia apenas cortam os vegetais e os
engolem sem mastigação. Depois de mastigado, o
alimento, acompanhado de grande quantidade de saliva, é
deglutido, passando pela faringe e seguindo pelo esôfago
até a pança. Aí existem bactérias que secretam enzimas
capazes de hidrolisar a celulose, transformando-a em
glicose. O estômago é dividido em 4 compartimentos:
pança ou rúmen, barrete ou retículo, folhoso e coagulador.
Desses quatro, apenas o coagulador apresenta glândulas
secretoras de enzimas, funcionando, portanto, como o
verdadeiro estômago. Na primeira câmara estomacal
(rúmen), que funciona como armazenadora, ocorre uma intensa fermentação, proporcionada por uma
abundante flora bacteriana.
Pouco a pouco, o alimento passa para o retículo onde é compactado em massas mais ou menos esféricas
e, por inversão voluntária do peristaltismo do esôfago, essas massas voltam à boca e são novamente
mastigadas. Esse retorno do rúmen à boca é o que se denomina ruminação.
Deglutido novamente, passam ao folhoso onde a água excedente é absorvida, depois, no coagulador,
ocorre a digestão química e finalmente passam para o intestino, onde se completa a digestão.
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A RESPIRAÇÃO: AS TROCAS GASOSAS ENTRE O ORGANISMO E O MEIO
Respiração é o conjunto de processos cuja finalidade é a liberação da energia contida em moléculas de
compostos orgânicos existentes no interior das células (carboidratos, ácidos graxos, aminoácidos). Tais
moléculas constituem os metabólitos, e sua oxidação produz catabólitos (resíduos) e libera energia. Essa
energia é aproveitada na execução das reações químicas posteriores que completam o metabolismo
celular. Além disso, é utilizada para manter a temperatura corporal dos animais homotermos. O principal
metabólito utilizado pelas células é a glicose. Por isso, é comum representar-se a respiração pela
equação:
C6H12O6 + 6O2

6CO2 + 6H2O + Energia
Essa equação se refere à respiração no nível celular.
No nível do organismo podemos dizer que a respiração é o fenômeno de trocas gasosas entre o
organismo e o ambiente, isto é, aquisição de oxigênio (O2) e liberação de gás carbônico (CO2).
Os seres que utilizam o oxigênio para a respiração são aeróbios e os que não utilizam o oxigênio são
anaeróbios (bactérias, fungos).
Os vegetais absorvem o O2 e eliminam o CO2 através da superfície corporal, pois, mesmo em uma planta
de grande porte, a superfície de contato com o ambiente é extensa. Isto porque seu corpo é ramificado e
suas folhas (onde ocorrem a maior parte das trocas gasosas) têm grande área relativa. Nos vegetais
terrestres, a epiderme apresenta uma camada protetora e impermeável de cutina que evita a perda
excessiva de água pela transpiração, mas também dificulta as trocas gasosas. Nesse caso, existem
aberturas na epiderme das folhas e caules, os estômatos (partes verdes) e as lenticelas (partes velhas),
por onde o oxigênio e o gás carbônico entram e saem.
Os Mecanismos das Trocas Gasosas nos animais:
1 - Pele: respiração cutânea.
2 - Brânquias: são apêndices respiratórios
bem vascularizados, constituídos de filamentos
delgados cobertos por uma delicada epiderme
de superfície ampla, apropriados para o meio
aquático.
3 - Traquéias e filotraquéias: são tubos
finos que se ramificam a partir da superfície do
corpo até o interior dos tecidos, permitindo a
difusão de O2 do ar para os tecidos e do CO2
dos tecidos para as traquéias. A difusão dos
gases é auxiliada por movimentos do tórax e
do abdome, que promovem a distensão das
traquéias de calibre maior, facilitando o bombeamento do ar. A abertura das traquéias na superfície do
corpo denomina-se estigma ou espiráculo. Na porção anterior ventral do abdome dos aracnídeos há um
par de estigmas que se comunicam com cavidades cujas paredes apresentam lâminas foliares ricamente
vascularizadas, por onde acontecem as trocas gasosas. São as filotraquéias.
4 - Pulmões: são órgãos respiratórios típicos de vertebrados terrestres, constituídos por uma ou mais
câmaras revestidas internamente por um epitélio úmido, ricamente vascularizado, com superfície ampla,
que permite a absorção do O2 diretamente do ar atmosférico. Nos mamíferos, os pulmões são alveolares,
isto é, os bronquíolos se subdividem, terminando em numerosos e minúsculos ‘saquinhos’ (os alvéolos
pulmonares), que são ricamente vascularizados.
A Respiração nos Mamíferos:
Para o mecanismo de captura de O2 e eliminação do CO2, os mamíferos dispõem de um sistema
constituído de vias aéreas e de dois pulmões, que são revestidos pela pleura.
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As vias aéreas compreendem as narinas, fossas nasais, faringe, laringe, traquéia e os brônquios. No
interior dos pulmões, os brônquios estão subdivididos em tubos de calibre mais fino (os bronquíolos) que
terminam nos alvéolos pulmonares. Nas paredes externas dos alvéolos existem numerosos capilares
onde se processam as trocas gasosas. Anexo ao sistema respiratório dos mamíferos, existe o músculo
diafragma e os músculos intercostais. O diafragma é exclusivo dos mamíferos, tem a forma de cúpula e
separa a cavidade torácica da abdominal.
Nesses animais a respiração compreende dois tipos de fenômenos: mecânicos e químicos.
Os fenômenos mecânicos compreendem a inspiração e a expiração. A inspiração consiste na entrada
de ar nos pulmões. Com a contração do diafragma e dos músculos intercostais, que elevam as costelas, o
volume da caixa torácica fica aumentado. Com o aumento do volume da caixa torácica e dos pulmões, a
pressão intrapulmonar diminui. Como o ar atmosférico encontra-se a uma pressão maior, penetra pelas
vias aéreas no interior dos pulmões até que as pressões se igualem. Na expiração os músculos se
relaxam. Diminui o volume dos pulmões. A pressão no interior dos pulmões torna-se maior do que a do
ar atmosférico. Com isso o ar é eliminado dos pulmões. Dentro dos alvéolos pulmonares realiza-se uma
troca gasosa. Como no ar inspirado a pressão parcial do O 2 é maior do que a sua pressão no sangue, o O2
difunde-se para o interior dos capilares dos alvéolos. E o inverso acontece com o CO2. O ar expirado
contém cerca de 100 vezes mais CO2 do que o ar inspirado.
O fenômeno químico da respiração se chama hematose e acontece nos alvéolos pulmonares. O
oxigênio é muito pouco solúvel em água, logo é também pouco solúvel no plasma sangüíneo. Por isso
muitos animais possuem proteínas combinadas a um metal que facilitam a absorção e o transporte dos
gases. São os pigmentos respiratórios dos quais vamos estudar apenas a hemoglobina. A hemoglobina é
formada por uma molécula protéica combinada a um grupo molecular não-protéico contendo ferro. Tem
cor vermelha e é encontrada nas hemácias dos vertebrados e no plasma de alguns anelídeos, moluscos e
artrópodes. Uma única molécula de hemoglobina pode ligar-se a quatro moléculas de oxigênio, formando
um composto instável denominado oxiemoglobina.
Hb + O2
HbO2

O transporte do O2: A combinação dos pigmentos respiratórios com o O2, ou a separação dessas
substâncias, depende da pressão parcial desse gás. Nos alvéolos pulmonares dos mamíferos a pressão
parcial do O2 é alta, enquanto nos tecidos é baixa. Quando o ar penetra nos alvéolos pulmonares o O2 é
absorvido pelas hemácias e combina-se com a hemoglobina, formando oxiemoglobina (HbO2). Dessa
forma, o sangue venoso transforma-se em sangue arterial. Essa transformação é chamada de hematose.
A hemoglobina tem afinidade por outras substâncias, especialmente o monóxido de carbono (CO). Nesse
caso, forma-se um composto estável (a carboxiemoglobina - HbCO) que impede a combinação do
oxigênio com a hemoglobina e o seu transporte pelo sangue, podendo provocar a morte por falta de
oxigenação.
Quando o sangue chega aos tecidos, a hemoglobina, totalmente saturada de oxigênio, libera esse
elemento que será utilizado na ‘combustão’ dos alimentos pelas células para a liberação de energia.
Nos pulmões: Hb + O2
Nos tecidos: HbO2
O2 + alimentos



HbO2
Hb + O2
CO2 + H2O + energia
Se a tensão de O2 no sangue descer a menos de 40 mm/Hg, o fornecimento de oxigênio às células
reduzir-se-á a zero, causando-lhe a morte.
A queda no abastecimento de oxigênio pode ser causada por:
. Insuficiência de sangue para a captação do O2, como nas hemorragias;
. Incapacidade de utilização do O2 pela alteração ou bloqueio de enzimas da cadeia respiratória. (O
cianeto bloqueia uma das enzimas respiratórias);
. Redução da ventilação alveolar (a bronquite causa um excesso de muco que impede a passagem do ar)
ou perda da elasticidade dos alvéolos pulmonares ou a sua ruptura (enfisema pulmonar);
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. Redução da tensão de O2 em grandes altitudes (produz fadiga, tonturas e falta de ar). Nesse caso, o
organismo aumenta a produção de hemácias, fornecendo uma taxa maior de hemoglobina e
compensando o baixo teor de O2.
O transporte de CO2: O transporte desse gás é complexo. Uma pequena parte é dissolvida no plasma.
Outra pequena parte se prende à hemoglobina, formando a carboemoglobina. A maior parte, porém, é
carregada na forma de íons bicarbonato dissolvidos no plasma.
A respiração é controlada pelo bulbo raquidiano que controla os movimentos dos músculos intercostais e
do diafragma, e que reage aos altos teores de CO2, baixos teores de O2 ou ao aumento da acidez do
sangue, mantendo a homeostase (equilíbrio interno).
A CIRCULAÇÃO E O TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS
A circulação é o fluxo de líquidos e células que conduzem de uma parte a outra do organismo substâncias
nutritivas e metabólicas, bem como gases respiratórios e elementos do sistema imunitário. Compreende
a circulação sanguínea e a circulação linfática.
O transporte é o fluxo de substâncias nutritivas, mas não gases respiratórios, através de um sistema de
canais pela estrutura das plantas.
O transporte de Substâncias nos Vegetais
Os vegetais retiram do ambiente água e sais minerais. Esta solução, chamada de seiva bruta, inorgânica
ou mineral, deve ser levada pelos vasos lenhosos para as folhas, onde servirá de matéria-prima para a
fotossíntese. Utilizando a seiva bruta e o gás carbônico do ar, as folhas fabricam as substâncias orgânicas
necessárias a seu corpo. Uma parte dessas substâncias permanece na folha; outra parte, dissolvida na
água, é transportada pelos vasos liberianos para todo o vegetal, recebendo o nome de seiva elaborada
ou orgânica.
O transporte da seiva bruta, mineral ou inorgânica é feito através dos vasos lenhosos que formam o
xilema ou lenho.
A transpiração nas folhas é o fator mais importante nesse transporte.
Para que a planta efetue uma boa fotossíntese, os estômatos das folhas
devem abrir-se, ocorrendo então uma inevitável perda de água por
transpiração. Como conseqüência, as células das folhas tornam-se mais
concentradas e, por osmose, absorvem água dos vasos lenhosos
próximos, juntamente com sais minerais. Esta absorção cria uma
constante tensão na coluna líquida, puxando-a. A absorção de água do
solo pelas raízes repõe a quantidade perdida na transpiração e garante a
continuidade do processo.
O transporte da seiva elaborada ou orgânica é feito através dos vasos
liberianos que formam o floema ou líber.
As substâncias orgânicas fabricadas nas folhas pela fotossíntese são
levadas tanto para a raiz e o caule, como para o ápice da planta.
Dissolvidas na água há várias substâncias orgânicas como aminoácidos,
carboidratos e alguns íons minerais. Essas substâncias são transportadas
pelos mecanismos de osmose e transporte ativo.
O Transporte de Substâncias nos Animais
Nos animais de maior complexidade, surgiu um mecanismo de transporte mais complicado, com a
formação de canais definidos para fluir o sangue ou a hemolinfa com válvulas situadas em posições tais
que permitam o fluxo somente numa direção.
A hemolinfa é o fluido circulante dos animais invertebrados em geral. É uma mistura de água com várias
substâncias nela dissolvidas, havendo muitas vezes um pigmento respiratório (molécula que transporta
os gases respiratórios). Nos insetos o sangue não tem função respiratória, funcionando apenas para
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transportar alimentos, excretas e hormônios. Nos animais vertebrados o fluido circulante é constituído
pelo sangue e pela linfa.
Toda a massa de líquido em circulação nos animais necessita de um sistema de bombeamento
funcionando de maneira contínua para manter o fluido em movimento. Os principais mecanismos de
bombeamento são:
. Vasos contráteis,
protocordados;
encontrados
em
anelídeos,
artrópodes
e
. Coração dividido em compartimentos, encontrado em moluscos e
vertebrados. (I – aves e mamíferos, II – anfíbios, III – peixes, IV répteis)
A Circulação no Homem
O sistema circulatório humano consta de coração e de vasos (sangüíneos e linfáticos). Os vasos
sangüíneos estão distribuídos em artérias, veias e capilares. Fisiologicamente, a artéria difere da veia
pelo sentido do fluxo sangüíneo em seu interior. Assim, as artérias transportam o sangue do coração aos
tecidos enquanto as veias o fazem dos tecidos ao coração. No interior das grandes veias há válvulas para
garantir o fluxo de sangue num só sentido. Esses vasos estão ligados entre si de tal maneira que o
sangue completa o circuito sem sair deles. Por isso se diz que essa circulação é fechada. As artérias e
veias se ramificam em vasos de calibre menor chamados de arteríolas e vênulas, que terminam em vasos
de calibre muito pequeno, chamados de capilares.
O coração humano situa-se na caixa torácica, num espaço denominado mediastino, entre os dois
pulmões. Tem o tamanho de um punho fechado. É um órgão musculoso e oco, dividido em 4
compartimentos: átrios (dois superiores) e ventrículos (dois inferiores). O coração funciona como uma
bomba hidráulica, recolhendo e enviando o sangue para todas as partes do organismo. Na realidade, são
duas bombas, uma do lado direito, formada pelo átrio e ventrículo direito e outra do lado esquerdo,
formada pelo átrio e ventrículo esquerdo. Do lado direito circula o sangue venoso, que contém grande
porcentagem de CO2 e que vem dos órgãos e depois vai aos pulmões. Do lado esquerdo circula sangue
arterial, que contém grande porcentagem de O2 e que vem dos pulmões e depois vai aos demais órgãos.
No coração, o sangue circula dos átrios para os ventrículos.
Para impedir o refluxo do sangue, o coração dispõe de valvas - uma
situada no orifício atrioventricular direito e outra situada no orifício
atrioventricular esquerdo. Do ventrículo direito (4) o sangue segue para a
artéria pulmonar (9), e do ventrículo esquerdo (6) o sangue segue para a
artéria aorta (10). Na saída desses vasos existem as válvulas semilunares
ou sigmóides para impedir o retorno do fluxo. O sangue de todo o
organismo chega ao coração pelas veias cavas (2-5) (entram no átrio
direito - 3) e pelas veias pulmonares (1-8) (entram no átrio esquerdo 7).
O coração é revestido por duas membranas serosas (internamente pelo
endocárdio e externamente pelo pericárdio). Entre essas membranas há
um músculo espesso responsável pelo funcionamento do órgão (o miocárdio). O ventrículo esquerdo tem
a parede mais espessa, pois necessita bombear o sangue para todo o corpo.
O coração humano possui um automatismo próprio devido a um
tecido condutor especializado – o marcapasso. O tecido cardíaco
é capaz de se auto-estimular, de tempos em tempos, mantendo
o ritmo de funcionamento, produzindo a contração do órgão,
seguida de um relaxamento. Em cada contração do miocárdio a
pressão sangüínea, no adulto, se eleva para 12 cm/Hg; em
cada relaxamento a pressão cai para 8 cm/Hg. Cada contração
é denominada de sístole (II – IV) e cada relaxamento é
denominado de diástole (I – III). Tanto a sístole como a
diástole se iniciam nos átrios e terminam nos ventrículos. O
conjunto de uma sístole e uma diástole denomina-se batimento
cardíaco. Ao número de batimentos cardíacos por minuto denomina-se freqüência cardíaca. Em atividade
normal, a freqüência cardíaca varia em torno de 80, podendo aumentar em razão de exercícios físicos ou
estados emocionais. Ao aumento da freqüência cardíaca denomina-se taquicardia; a sua diminuição é a
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braquicardia. O tecido cardíaco está relacionado com o bulbo nervoso (sistema nervoso autônomo). O
hormônio acetilcolina diminui a freqüência cardíaca enquanto a adrenalina aumenta.
Durante a circulação, o sangue percorre dois caminhos: a circulação pulmonar (pequeno) e a circulação
sistêmica (grande). Na circulação pulmonar o sangue venoso sai do ventrículo direito pela artéria
pulmonar e vai aos pulmões, onde ocorrem trocas gasosas, voltando arterial pelas veias pulmonares e
penetrando pelo átrio esquerdo. Na circulação sistêmica o sangue arterial sai do ventrículo esquerdo
levando oxigênio a todos os sistemas e volta venoso ao átrio direito.
circulação pulmonar
circulação sistêmica
Nos animais a circulação pode ser aberta ou fechada.
A circulação aberta ocorre nos artrópodes, moluscos e protocordados. É realizada por um conjunto de
vasos que se originam no coração e se ramificam intensamente, terminando em cavidades (lacunas).
Nessas lacunas o sangue fornece nutrientes aos tecidos e recolhe os resíduos metabólicos. Depois de
irrigar os tecidos o sangue é captado por outros vasos e volta ao coração. Durante esse trajeto o sangue
passa pelos órgãos respiratórios onde se realizam as trocas gasosas, levando o oxigênio ao coração e ao
resto do corpo. O movimento do sangue é vagaroso, pois esses organismos não necessitam de grandes
quantidades de alimentos ou oxigênio.
A circulação fechada ocorre nos anelídeos e vertebrados. A corrente sangüínea é impulsionada pelo
coração ou vasos contráteis. O sangue se move rapidamente e não sai dos vasos.
Nos animais vertebrados, a circulação é fechada e se divide em simples e dupla. A circulação é simples
quando pelo coração passa apenas o sangue venoso. Ocorre nos peixes e nos ciclostomados. A
circulação é dupla quando pelo coração passam sangue venoso e arterial. Ocorre nos anfíbios, répteis,
aves e mamíferos.
O coração dos peixes apresenta duas cavidades: um átrio e um ventrículo. A circulação é fechada,
simples e completa. Do átrio o sangue venoso passa ao ventrículo, seguindo pela artéria branquial que ao
chegar nas brânquias se ramifica em arteríolas e capilares. Aí acontecem as trocas gasosas, perdendo
CO2 e recebendo O2 o sangue fica arterial. Esse sangue irriga todo o corpo, tornando-se venoso e
voltando ao coração.
O coração dos anfíbios compõe-se de três cavidades: dois átrios e 1 ventrículo. O átrio direito recebe
sangue venoso proveniente dos órgãos. O átrio esquerdo recebe sangue arterial dos pulmões. Os
sangues venoso e arterial se misturam no ventrículo e essa mistura segue para os órgãos. Dos órgãos o
sangue venoso retorna ao coração. A circulação é fechada e dupla, porém incompleta, pois existe mistura
dos sangues arterial e venoso.
O coração dos répteis em geral consta de dois átrios e 1 ventrículo incompletamente separado em duas
lojas por um septo. No átrio direito entra sangue venoso e no átrio esquerdo entra sangue arterial. No
ventrículo esses sangues se misturam. É uma circulação fechada, dupla e incompleta, como nos anfíbios.
Nos répteis crocodilianos existe uma nítida separação do ventrículo em duas lojas.
O coração das aves e dos mamíferos apresenta quatro cavidades (dois átrios e 2 ventrículos) e não
acontece mistura de sangues venoso e arterial. Nesses animais a circulação é fechada, dupla e completa.
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No homem, o sangue completa uma volta (coração -> tecidos -> coração) em menos de um minuto.
A Circulação Linfática
Nos interstícios dos tecidos, onde se encontram os capilares sangüíneos, existem também capilares
linfáticos que convergem para vasos linfáticos. Ao longo desses vasos existem nódulos ganglionares
chamados de gânglios linfáticos ou linfonodos. Esses gânglios estão distribuídos em diferentes áreas do
corpo. Neles se formam os linfócitos (leucócitos especializados em produzir anticorpos). Esses leucócitos,
misturados com plasma, formam a linfa.
Quando algum componente estranho ao organismo (vírus, bactéria, etc.) invade os tecidos, os gânglios
ficam intumescidos devido a uma superprodução de leucócitos. Além da função de defesa contra
micróbios, o sistema linfático absorve, no intestino, os produtos da digestão das gorduras (ácidos graxos
e glicerol) e os distribui para o sangue.
Os vasos linfáticos se reúnem e terminam em dois grandes vasos: o canal torácico que se comunica com
a veia subclávia esquerda, e a grande veia linfática que termina na veia subclávia direita. Dessa forma a
linfa é devolvida para o sangue.
A EXCREÇÃO: A ELIMINAÇÃO DE PRODUTOS INDESEJÁVEIS
Nos animais, a oxidação de materiais derivados dos alimentos para a liberação de energia, sejam eles
proteínas, carboidratos ou lipídios, produz CO2 e H2O.
Como as proteínas contêm o nitrogênio em sua composição originam, também, catabólitos nitrogenados
como a uréia, a amônia e o ácido úrico. O sangue, ou o fluido corpóreo deve ter uma composição mais ou
menos constante para que haja um equilíbrio dinâmico (homeostase). Logo, alguns compostos não
podem permanecer no organismo ou por serem prejudiciais ou por estarem em excesso.
A eliminação dos resíduos do metabolismo (catabólitos) e das substâncias em excesso denomina-se
excreção.
Portanto as fezes não constituem excreção, pois são originadas de produtos não digeridos e que não
foram absorvidos pelas células, formando apenas materiais de egestão. O CO2 é eliminado através dos
órgãos respiratórios ou através da superfície do corpo. Os demais compostos são eliminados através de
estruturas que variam conforme a espécie.
Parte da excreção dos vegetais ocorre no nível celular; os resíduos, como o ácido oxálico, permanecem
no interior da célula na forma de cristais. O amoníaco e o CO2 podem ser levados para as folhas pelos
vasos lenhosos e aproveitados na fotossíntese ou eliminados pelos estômatos por transpiração. Em
algumas plantas existem aberturas nas bordas das folhas, os hidatódios, que eliminam água na forma
líquida. Muitos resíduos vegetais são eliminados por meio da queda das folhas ou armazenados em
estado sólido no interior do caule.
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A Excreção dos Compostos Nitrogenados nos Animais
Da digestão das proteínas resultam os aminoácidos que, depois de absorvidos, podem ter dois destinos:
. Alguns serão utilizados pelos ribossomos para a síntese de novas proteínas;
. Outros serão oxidados para fornecer energia. Nesse caso, os aminoácidos liberam grupos NH 2 que vão
formar a amônia (NH3). Como a amônia é um produto muito tóxico e bastante solúvel na água deve ser
eliminada. Nos animais aquáticos esse processo é facilitado pela grande quantidade de água que
eliminam. Nos animais terrestres, a amônia é convertida, no fígado, em uréia e ácido úrico.
Os animais apresentam formas diferentes de eliminar os compostos nitrogenados:
. Os aquáticos: esponjas, celenterados, crustáceos, moluscos, equinodermos, larvas de anfíbios e peixes
ósseos eliminam amônia e grande quantidade de água (amoniotélicos);
. Anfíbios adultos, peixes cartilaginosos e mamíferos eliminam uréia, acompanhada de certa quantidade
de água (ureotélicos);
. Os insetos, os répteis e as aves eliminam ácido úrico e pouquíssima água, pois o ácido úrico é
praticamente insolúvel em água (uricotélicos).
Nos animais vertebrados a excreção é feita por meio dos rins que retiram os resíduos do sangue. O
sistema urinário dos mamíferos é formado por dois rins e pelas vias urinárias (bacinetes, ureteres, bexiga
e uretra).
Os rins são dois órgãos castanho-avermelhados, situados na parte posterior da cavidade abdominal logo
abaixo do diafragma, um de cada lado da coluna vertebral. Têm formato semelhante a um feijão.
Apresentam uma face convexa e outra côncava, de onde saem o bacinete, vasos sangüíneos e nervos.
São envolvidos por uma cápsula de tecido conjuntivo.
A unidade renal responsável pela filtração do sangue e formação da urina é chamada de néfron e é
constituída pelo glomérulo renal e túbulo urinífero.
A – veia cava inferior
B – artéria aorta
rim
1 – veia cava
2 - ureteres
3 – artéria aorta
bexiga
néfron
No homem, a excreção de CO2 e vapor de água é feita através dos pulmões; a de suor pela pele; e a de
urina pelos rins. A pele, além de ser um órgão especializado para a excreção, relaciona-se também com a
manutenção da temperatura corporal. A evaporação do suor retira o excesso de calor do corpo e do ar
próximo à sua superfície. O sistema urinário elimina os compostos nitrogenados e o excesso de água e de
sais minerais do corpo, assegurando que o seu volume líquido e a sua pressão osmótica se mantenham
constantes.
São três as funções básicas dos rins: remoção de resíduos do plasma; controle da quantidade de água e
sais nos líquidos corpóreos; manutenção de um pH que produz leve alcalinidade nos fluidos orgânicos.
O trabalho renal engloba dois processos:
. Ultrafiltração do plasma sangüíneo nos glomérulos renais;
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. Reabsorção de algumas substâncias do filtrado capsular, nos túbulos renais.
Por ultrafiltração entende-se o processo pelo qual o sangue, ao passar pelos glomérulos, perde
substâncias de baixo peso molecular. São filtrados, por dia, cerca de 180 litros de fluido. A média de
volume urinário produzido diariamente é de cerca de 1,5 litros. Isso significa que grande parte da água
filtrada é reabsorvida juntamente com outras substâncias. No filtrado capsular encontra-se água, íons
(Na+, Cl-, etc.), glicose, aminoácidos, amônia, uréia, ácido úrico, pigmentos amarelos, etc. O Na+, a
glicose e certos aminoácidos são reabsorvidos.
Quando a glicose não é reabsorvida integralmente, parte dela é eliminada através da urina,
caracterizando o diabetes melito (glicosúria). A reabsorção do excesso de água do filtrado capsular é
controlada pelo hormônio vasopressina ou antidiurético (ADH).
I
cálice
II
bacinete
III
artéria renal
IV
veia renal
V
ureter
VI
córtex (cápsula fibrosa)
VII
camada cortical
VIII pirâmide
A Osmorregulação nos Animais
Toda vez que o suprimento de água para o organismo se reduz, a concentração do ADH tende a
aumentar no sangue e os rins passam a reter mais água e a quantidade de urina diminui. Ao contrário,
quando o organismo está bem suprido de água a concentração de ADH diminui no sangue, a reabsorção
de água pelos rins se reduz e a urina aumenta em quantidade.
As perturbações na produção de ADH causam o diabetes insípido, anomalia na qual o indivíduo, não
produzindo ADH, elimina grandes quantidades de urina diluída (poliúria) e conseqüentemente ingere
grandes quantidades de água.
Certas substâncias, como o álcool, bloqueiam a síntese de ADH.
Por isso, após uma bebedeira o indivíduo urina muito.
Perdendo água, passa a sentir muita sede (ressaca).
Em protozoários, peixes e outros animais o equilíbrio osmótico depende da água e da concentração
salina. Os protozoários marinhos são isotônicos em relação ao meio e não necessitam de
osmorregulação. Os protozoários de água doce são hipertônicos em relação ao meio e absorvem água
através da membrana. O excesso de água é eliminado através de vacúolos.
Certos répteis e aves eliminam o excesso de sal por meio de glândulas.
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A COORDENAÇÃO
O Controle do Ambiente Interno e das Respostas ao Ambiente
Nos metazoários existe a necessidade de um sistema que integre e coordene as diversas partes do
organismo para a realização das várias funções. Essa coordenação é feita pelos sistemas nervoso e
endócrino.
O sistema nervoso atua através de impulsos nervosos (mensagens elétricas). O sistema endócrino é um
conjunto de glândulas que agem por meio de hormônios (mensagens químicas). Enquanto os hormônios
apresentam efeito lento e duradouro os impulsos nervosos têm ação rápida e momentânea. O sistema
nervoso recebe as informações do ambiente, analisa-as, armazena-as e produz uma resposta adequada.
Mesmo em organismos unicelulares já se encontra uma capacidade de responder a estímulos do
ambiente. O movimento em direção a um estímulo é chamado de tactismo e pode ser observado também
nos glóbulos brancos dos animais superiores.
Os vegetais apresentam irritabilidade, (capacidade de reagir a estímulos externos), reagindo apenas
através de hormônios. O crescimento orientado do vegetal em reação a um estímulo é chamado de
tropismo (fototropismo – luz; geotropismo - terra). As plantas são também capazes de executar
movimentos não orientados em resposta a um estímulo. Essas respostas são chamadas de nastismos e
podem ser observadas nas plantas carnívoras e na sensitiva. Quando essas plantas são tocadas elas se
fecham.
Sistema ganglionar - anelídeos
A - sistema nervoso difuso, em rede
B - gânglios nervosos no mesmo plano do corpo
C - aparecem no dorso anteriormente e no ventre.
D - possui os gânglios nervosos muito mais
ramificados
A COORDENAÇÃO NERVOSA NOS ANIMAIS
Nos cordados o sistema nervoso se forma na fase
embrionária como um tubo (tubo neural) que depois se
divide originando o cérebro, hipotálamo, cerebelo e o
bulbo raquidiano.
As mensagens elétricas são transmitidas através de
células especiais do sistema nervoso chamadas de
neurônios. Cada neurônio consta fundamentalmente de
um corpo celular e de prolongamentos, os dendritos e
axônios. O corpo celular é castanho-acinzentado,
enquanto o axônio é branco devido ao revestimento de
mielina. O impulso elétrico é transmitido no sentido
dendrito--->corpo celular--->axônio.
Os neurônios sensoriais ou sensitivos conduzem impulsos dos órgãos sensoriais. Os neurônios motores
conduzem os impulsos para um músculo ou uma glândula.
Entre um neurônio e outro ou entre um neurônio e um músculo (ou glândula) existe um pequeno espaço
chamada de sinapse. Nesse espaço é liberada pelo neurônio uma substância (neurotransmissor) cuja
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finalidade é promover a transmissão do impulso entre os neurônios. Entre elas citamos a acetilcolina, a
adrenalina, a serotonina, etc.
Numerosos corpos celulares reunidos num mesmo local formam o gânglio nervoso.
Numerosos axônios ou dendritos envolvidos por uma bainha de tecido conjuntivo formam o nervo.
Neurônios:
1 - motor
2 - associativo
3 - sensorial.
O SISTEMA NERVOSO DOS VERTEBRADOS
cérebro
encéfalo
Central
cerebelo
bulbo raquiano
medula raquiana
Sistema nervoso
nervos cranianos (12 pares)
Periférico
nervos raquianos (31 pares)
simpático
Autônomo
parassimpático
O Sistema Nervoso Central, através de neurônios sensoriais, recebe informações do meio ambiente e
do organismo, analisa as informações recebidas e elabora uma resposta que será transmitida, por meio
de neurônios motores, aos sistemas somático e autônomo.
O encéfalo e a medula nervosa são revestidos e
protegidos por três membranas denominadas de meninges.
Em contato direto com a massa nervosa fica a pia-máter,
que é fina e delicada. Em contato com o interior do crânio
e a parede do canal vertebral fica a dura-máter. Entre elas
fica a aracnóide, constituída de células que se ligam
formando uma estrutura que lembra uma teia de aranha.
Na região periférica do cérebro e do cerebelo e na região
central da medula raquidiana, os corpos celulares dos
neurônios
encontram-se
concentrados
em
regiões
distintas, originando a substância cinzenta. No interior do
cérebro e do cerebelo e na periferia da medula nervosa,
concentram-se os axônios, cujo revestimento de cor branca (a mielina), forma a substância branca.
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Todos os órgãos do sistema nervoso central estão mergulhados em um fluido, o líquido cefalorraquidiano
ou líquor. A sua função é amortecer os choques mecânicos, protegendo o encéfalo e a medula;
transportar nutrientes recebidos do sangue e levar para o sangue os produtos residuais.
Nos mamíferos e aves, o cérebro (4) corresponde à maior
parte do encéfalo. É dividido em duas metades denominadas
de hemisférios cerebrais. Sua superfície é lisa nos peixes,
anfíbios, répteis e aves; e nos mamíferos é dotada de
circunvoluções (expansões sinuosas) separadas entre si por
cissuras (sulcos). O cérebro apresenta uma região periférica (o
córtex cerebral) de cor cinzenta e uma região interna de cor
branca. Ele comanda as ações voluntárias, a sensibilidade, a
memória, o pensamento, a inteligência, a aprendizagem e os
atos inconscientes. Os hemisférios cerebrais estão unidos
entre si por grupos de axônios que formam o corpo caloso.
Cada região ou área do córtex cerebral é especializada em
diferentes atividades: sensorial (analisa informações dos receptores sensoriais), motora (controla os
movimentos voluntários), de associação (elabora os pensamentos e a compreensão dos fatos).
O cerebelo (1) é a parte do encéfalo responsável pelo equilíbrio do corpo e a coordenação dos
movimentos. Mantém o tônus muscular (estado de contratura permanente). Relaciona-se com o labirinto
(ouvido interno) recebendo informações relativas às posições do corpo (equilíbrio).
Bulbo raquiano (2) é um órgão condutor de impulsos nervosos. Relaciona-se, também com o controle
cárdio-respiratório, com a pressão sangüínea e com alguns reflexos (piscar os olhos, secretar lágrimas e
vomitar).
O tálamo fica situado entre o cérebro e o tronco cerebral. Envia informações dos órgãos dos sentidos
para as áreas sensoriais do córtex cerebral e transmite as informações motoras para os músculos. O
hipotálamo fica na base do tálamo. Controla a temperatura corporal e sintetiza certos hormônios para a
hipófise.
Medula raquiana é o prolongamento do encéfalo e passa pelo
interior do canal vertebral. Externamente é formada pela
substância branca e internamente pela substância cinzenta. A
medula tem como funções básicas a condução de impulsos
nervosos sensoriais e motores e é o centro nervoso de certos
atos reflexos.
O Sistema Nervoso Periférico é um conjunto de nervos que
estabelece as relações entre o sistema nervoso central e os
diversos órgãos do indivíduo, recebendo impulsos sensoriais e
conduzindo impulsos motores. Consta de 12 pares de nervos
cranianos, que partem do encéfalo, e 31 pares de nervos
raquidianos, que partem da medula. Os nervos cranianos
podem ser sensoriais, motores ou mistos. Os nervos raquidianos são todos mistos, a raiz anterior ou
ventral é motora e a raiz posterior ou dorsal é sensorial.
Estímulo ou excitação é a energia (pressão, calor, eletricidade, som, etc.) capaz de produzir uma reação
na matéria viva. Sob a ação de determinados estímulos o organismo reage rápida e involuntariamente,
são os atos reflexos. Ao tocar em objetos quentes ou pontiagudos retiramos a mão imediatamente; a
visão de certos alimentos aumenta a produção de saliva, etc.
A medula raquiana é o principal órgão desses atos. O reflexo medular mais simples é o reflexo patelar ou
do joelho; uma batida com um martelo de borracha abaixo da patela (rótula) faz com que a perna se
levante involuntariamente. Os reflexos constituem geralmente um mecanismo de defesa a fim de evitar a
lesão em um órgão.
O Sistema Nervoso Autônomo é um sistema involuntário, controla os movimentos dos músculos lisos de
todos os sistemas, as glândulas e o músculo estriado cardíaco. É chamado também de neurovegetativo
porque regula as funções da vida vegetativa (digestão, respiração, circulação e excreção), bem como a
temperatura corporal, as secreções glandulares e a reprodução.
O sistema neurovegetativo compreende os sistemas simpático e parassimpático.
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Apesar de autônomos, esses sistemas encontram-se integrados ao sistema nervoso central. O sistema
nervoso simpático origina-se das porções torácica e lombar da medula raquidiana. Ligados aos nervos
raquidianos por meio de pares de gânglios, saem nervos que formam redes nervosas ou plexos
(cardíaco: do coração, solar: do estômago, mesentérico: do intestino). As fibras nervosas do sistema
parassimpático originam-se no tronco cerebral e na medula sacra.
Os dois sistemas têm funções antagônicas, predominando a necessidade do órgão em garantir seu
desempenho adequado.
OS HORMÔNIOS: A COORDENAÇÃO QUÍMICA DOS ANIMAIS
As glândulas são órgãos que produzem, armazenam e eliminam substâncias que são chamadas de
secreções. Quando uma glândula lança suas secreções diretamente no sangue é chamada de endócrina
ou de secreção interna. Seus produtos são chamados de hormônios. O conjunto dessas glândulas
denomina-se sistema endócrino e seu estudo é conhecido como Endocrinologia.
Fazem parte do sistema endócrino: a hipófise (A), a tireóide (B), as
paratireóides, o timo, as supra-renais (C), as gônadas e o pâncreas (D). O
sistema endócrino faz a coordenação química do nosso corpo, colocando
em harmonia as suas partes e relacionando-as umas às outras.
Os hormônios são compostos orgânicos de natureza química variada e que
atuam nas reações do metabolismo, do crescimento, das funções
reprodutoras e do desenvolvimento em geral. Desempenham papel
importantíssimo na homeostase, regulando os níveis de vários
componentes do plasma sangüíneo. Os hormônios circulam pelo sangue,
indo da sua origem até o local de sua atuação; um mesmo hormônio pode
ter mais de um alvo; o hormônio de uma glândula pode interferir na
produção de hormônios de outra glândula. Variações nos níveis hormonais
podem acarretar distúrbios orgânicos.
A hipófise ou pituitária, nos seres humanos, localiza-se logo abaixo do
hipotálamo, encaixada numa concavidade do osso esfenóide. É um pouco maior do que uma ervilha,
embora tenha muitas funções. É chamada de glândula mestra porque se relaciona com todo o organismo
e dirige o funcionamento de outras glândulas e, por sua vez, é controlada pelo hipotálamo. A hipófise
diferencia-se em três porções: anterior ou adenoipófise (de origem epitelial), posterior ou neuroipófise
(de origem nervosa) e a intermediária.
A adenoipófise atua sobre o sistema ósseo, tireóide, ovários, testículos e mamas. Produz vários
hormônios:
. STH ou somatotrofina: age no crescimento do indivíduo, atuando nas divisões celulares de vários
tecidos. A deficiência desse hormônio na infância acarreta o nanismo; e o excesso de produção na
infância e adolescência leva ao gigantismo. Se o excesso de produção acontecer após a adolescência
surgirá a acromegalia (crescimento exagerado das mãos, pés e mandíbula)
. TSH ou hormônio tireotrófico: estimula a produção dos hormônios T3 e T4 pela tireóide.
. ACTH ou hormônio adrenocorticotrófico: estimula a secreção dos hormônios corticóides das suprarenais.
. GH ou gonadotrófico (FSH e LH): o FSH, nas mulheres, estimula os ovários a produzir os folículos que
contêm os óvulos; nos homens, estimula a produção de espermatozóides pelos testículos. O LH, nas
mulheres, estimula a formação do corpo lúteo (corpo amarelo) na região do folículo onde havia o óvulo;
nos homens, estimula a produção de testosterona (hormônio sexual) pelos testículos.
. LTH ou prolactina: atua na secreção do leite após o parto e que é estimulada pela amamentação.
A hipófise intermediária age na produção de hormônios que atuam na pigmentação da pele.
A neuroipófise não é secretora. Apenas armazena e distribui os hormônios produzidos no hipotálamo
(ADH e ocitocina)
. O ADH (antidiurético ou vasopressina) aumenta a permeabilidade à água pelas paredes dos túbulos
renais. Com a reabsorção de parte da água diminui o volume de urina. A falta desse hormônio causa o
diabetes insípido.
. A ocitocina estimula as contrações dos músculos uterinos durante o parto e estimula as glândulas
mamárias durante a lactação.
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Tireóide: localiza-se na porção anterior do pescoço, sobre os primeiros anéis da traquéia.
Os hormônios T3 e T4 estimulam
desenvolvimento do indivíduo.
as
atividades
metabólicas,
atuando
no
crescimento
e
no
O hipotireoidismo ou deficiência na produção de T3 e T4 produz pele grossa e áspera, comportamento
físico lento, cabelos secos e quebradiços, freqüência cardíaca abaixo do normal, aumento de peso,
intolerância ao frio e apatia. Quando ocorre na criança, afeta o seu desenvolvimento físico e mental,
produzindo o nanismo e cretinismo (retardamento mental).
O hipertireoidismo ou produção excessiva de T3 e T4 aumenta a taxa metabólica e apesar de ingerir
grandes quantidades de alimentos a pessoa sofre perda de peso, diminuindo o volume muscular e o
volume do tecido cutâneo, a pessoa sente muito calor e transpira muito, a circulação e a pulsação ficam
muito rápidas, a tireóide pode ficar levemente crescida e os olhos ficam muito arregalados.
A calcitonina estimula o depósito de cálcio nos ossos e a redução dele no plasma sangüíneo. O bócio
ocorre quando a alimentação é deficiente em iodo ou quando o iodo não é absorvido normalmente; nesse
caso a tireóide cresce demasiadamente.
Paratireóides: são dois pares de glândulas situadas na porção posterior da tireóide. Seu hormônio
(paratormônio) retira o cálcio dos ossos, aumentando o nível desse elemento no sangue. Em conjunto
com a calcitonina, mantém o nível de cálcio no sangue. A deficiência de paratormônio produz uma queda
no teor de cálcio no sangue, conduzindo a um quadro de convulsões que poderá levar à morte.
As supra-renais ou ad-renais ficam localizadas sobre os rins. Apresentam duas regiões estruturalmente
distintas: a cortical (externa) e a medular (interna).
Na região cortical ou córtex são secretados hormônios do grupo dos esteróides conhecidos como
corticosteróides que controlam a concentração de sais no organismo e atuam no metabolismo dos
glicídios, proteínas e lipídios. Entre eles está a hidrocortisona que diminui a permeabilidade capilar e é
usada em medicina como antiinflamatório.
Na região medular são secretadas a adrenalina e a noradrenalina. A noradrenalina atua na manutenção
da pressão sangüínea. A adrenalina produz a contração dos vasos sangüíneos, aumento da pressão
arterial e da freqüência cardíaca, maior concentração de sangue nos músculos e outros órgãos, deixando
o organismo pronto a reagir em situações de susto, fortes emoções, raiva, medo ou fuga.
Pâncreas : secreta o glucagon e a insulina. Esses hormônios regulam a taxa de glicemia no sangue,
mantendo-a entre 90 a 100 mg por 100 ml de sangue. Uma produção insuficiente de insulina causa a
hiperglicemia (aumento da taxa de glicose no sangue), a urina passa a eliminar glicose (glicosúria),
caracterizando o diabetes melito ou sacarino.
A insulina aumenta a permeabilidade das células à glicose. O glucagon atua no fígado, estimulando a
despolimerização do glicogênio em glicose.
Gônadas: são os órgãos produtores de gametas e de hormônios sexuais. São os testículos
(masculinos) e os ovários (femininos). Sob a ação do FSH e do LH, as gônadas vão produzir os
hormônios sexuais.
Os testículos produzem a testosterona que estimula a espermatogênese e, durante a puberdade,
provocam o desenvolvimento dos testículos e dos caracteres secundários masculinos (configuração
corporal, crescimento e distribuição dos pêlos, engrossamento da voz) e o surgimento da libido (instinto
sexual).
O ovário produz o estrógeno que desenvolve os caracteres sexuais secundários femininos (configuração
corporal, crescimento e distribuição dos pêlos) e o surgimento da libido; e a progesterona que prepara o
organismo da mulher para a gravidez. Se ocorrer uma gravidez, a placenta secreta a gonadotrofina
coriônica que estimula o ovário a manter o nível de progesterona, garantindo a gravidez.
Epífise ou pineal: situa-se entre os dois hemisférios cerebrais, posterior à hipófise. Sua função ainda não
é bem conhecida. Parece influenciar o desenvolvimento físico, psíquico e social do indivíduo.
Timo: Situa-se na região mediana do tórax, à frente do coração e entre os dois pulmões. É bem
desenvolvida nas crianças, cresce até a puberdade e regride nos adultos. Está ligado ao sistema
imunitário, produzindo linfócitos T.
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OS SENTIDOS
O Relacionamento com o Ambiente e com os Outros Seres
Os cinco sentidos básicos que nos permitem uma verdadeira vida de relação com o ambiente são: a
visão, a audição, o olfato, o paladar e o tato.
Para a percepção dos sentidos são necessárias três estruturas:
- Receptores: estruturas que recebem o estímulo;
- Condutores: nervos que conduzem ao cérebro os impulsos nervosos;
- Transformadores: centros nervosos do córtex cerebral que transformam o impulso nervoso em
percepção.
A VISÃO
Os olhos são os órgãos especializados para a percepção da luz, conseqüentemente, da visão. Cada globo
ocular é formado por 3 camadas:
1 – Esclerótica: de cor branca, é formada por tecido conjuntivo fibroso. Na parte anterior do olho, tornase muito fino, transparente e delicado, formando a córnea.
2 – Coróide: também formada de tecido conjuntivo. Suas células são muito pigmentadas, fornecendo a
cor do olho. A parte visível através da córnea recebe o nome de íris, em cujo centro existe um orifício
circular que é a pupila. A íris possui fibras musculares lisas ao redor da pupila que controlam seu
diâmetro de acordo com a intensidade da luz.
3 – Retina: envoltório mais interno. Tem estrutura nervosa composta por neurônios muito especializados.
Na parte posterior do olho existe uma depressão, a mácula-lútea, onde a luz deve ser projetada. Os
cones são os neurônios que distinguem as cores e os bastonetes são neurônios que só captam o preto e
o branco.
Além dessas camadas, o olho apresenta vários meios transparentes:
1 – Córnea.
2 – Humor aquoso: situado abaixo da córnea, na câmara anterior.
3 – Cristalino: com aspecto de lente biconvexa é sustentado por músculos que o alongam ou curvam,
acomodando e focalizando os raios luminosos sobre a mácula-lútea.
4 – Humor vítreo: meio espesso que preenche a câmara posterior, localizada atrás do cristalino e
preenchendo o interior do globo ocular.
A formação da imagem na retina segue as seguintes etapas: controle da entrada de luz pelas variações
do diâmetro da pupila; acomodação do cristalino pela ação dos músculos; projeção da imagem na
mácula-lútea; irritação dos cones e bastonetes pela decomposição dos pigmentos fotossensíveis.
A AUDIÇÃO
O órgão receptor da audição é o ouvido. Ele se compõe de 3 partes:
1 – Ouvido externo: compreende o pavilhão da orelha e o canal auditivo externo, onde existem células
produtoras do cerume.
2 – Ouvido médio: separado do ouvido externo pela membrana do tímpano, apresenta uma câmara com
3 ossinhos, o martelo, a bigorna e o estribo, que recebem e conduzem as vibrações do tímpano.
Comunica-se com a faringe através da trompa de Eustáquio, que permite o controle da pressão interna
do ar.
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3 – Ouvido interno: é chamado de labirinto. Divide-se em duas partes, o vestíbulo e o caracol ou cóclea.
No vestíbulo existe uma dilatação – o utrículo – que sustenta três canais semicirculares. O interior desses
canais é preenchido por um líquido contendo minúsculas pedrinhas de carbonato de cálcio, os otólitos. Ao
mover a cabeça, a posição dos otólitos se modifica, o que nos dá a sensação de posição e equilíbrio. A
cóclea é a parte responsável pela audição, ela transforma impulsos sonoros em impulsos elétricos
(nervosos).
Os animais desenvolveram importantes estruturas sensoriais
relacionadas com a audição e com o equilíbrio. No homem, a
cóclea (7) é um órgão complexo responsável pela audição.
Em (8) e (9), temos, respectivamente, o nervo vestibular e
o nervo auditivo. O utrículo (5), o sáculo e os canais
semicirculares (6) são estruturas relacionadas com o
equilíbrio do corpo. No ouvido interno, existem três
pequenos ossos, em seqüência, a partir do tímpano,
denominados, respectivamente, bigorna (3), estribo (4) e
martelo (2). Há um canal auditivo externo pelo qual os sons
penetram e movimentam o tímpano (1).
A OLFAÇÃO
Localizada na mucosa pituitária olfativa que reveste o interior das fossas nasais, é a capacidade de
perceber e distinguir os cheiros. As moléculas ou partículas odoríficas do ar são captadas pelas células
receptoras que transmitem o impulso ao cérebro.
A GUSTAÇÃO
O paladar ou gustação é o sentido que nos permite perceber e distinguir os sabores e fica localizado na
língua. As estruturas receptoras são as papilas linguais que se dividem em papilas táteis (filiformes) e
papilas gustativas.
As papilas gustativas são de dois tipos:
1 – Caliciformes: em forma de cálice; grandes; situadas na parte posterior da língua, formando o V
lingual. Percebem melhor o sabor amargo.
2 – Fungiformes: com formato de fungo; muito pequenas; espalhadas por toda a face superior e porções
laterais da língua. Percebem os sabores doce, salgado e azedo.
O TATO
Capacidade de perceber o contato sobre a pele, a dor, o calor e a
pressão. Na estrutura da pele e das mucosas ficam localizados os
receptores do tato:
1 – Terminações Nervosas Livres: percepção dos estímulos
dolorosos. 2 – Corpúsculos de Meissner: distinguem o tato
propriamente dito (contato leve). 3 – Corpúsculos de Pacini ou
Vater-Pacini: percebem a pressão profunda.
4 – Corpúsculos de Krause: percebem a sensação de frio. 5 –
Corpúsculos de Ruffini: distinguem as variações de quente.
Parabéns,
Você chegou ao 3º ano!
Professora Amara Maria Pedrosa Silva
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BIBLIOGRAFIA
Para fazer um bom trabalho de pesquisa, devemos usar diversas fontes: livros, revistas, jornais, vídeos,
entrevistas, cd-rom, Internet, etc.
Ao final do trabalho, devemos citar cuidadosamente as fontes utilizadas. Isso precisa ser feito, antes de
tudo, porque é obrigatório. A cópia, sem indicação de fonte, chama-se plágio e pode constituir crime. Mas
a citação das fontes também dá mais credibilidade ao nosso trabalho, além de permitir que outras
pessoas conheçam e utilizem essas fontes.
As indicações necessárias à identificação de uma obra constituem uma referência bibliográfica. Existem
normas que devemos seguir. Vamos aprender a fazer essas indicações para o livro, a revista e o jornal.
Todas as referências geralmente são colocadas em ordem alfabética.
Quando ocorrer uma seqüência de referências a obras do mesmo autor, usa-se um travessão para
substituir o nome do autor, a partir da segunda referência.
Quando a obra tiver mais de dois autores, cita-se o primeiro, acrescentando-se a expressão “e outros”.
A segunda linha deve começar debaixo da quarta letra do nome do autor.
Como Fazer Referência para um Livro
Os elementos essenciais de uma referência bibliográfica são aqueles que devem ser mencionados para
permitir a imediata identificação da obra.
No caso de um livro, são: *nome do autor * título do livro * número da edição * nome da cidade onde o
livro foi publicado * nome da editora * data de publicação.
Esses elementos devem ser escritos na ordem em que foram mencionados acima e de acordo com alguns
critérios.
FONSECA, Albino. Biologia. São Paulo, IBEP, 1999. (Coleção Horizontes).
LIMA, Maria José de Araújo e BRANDÃO, Marília Lopes. Curso de ecologia. Ceará, Fundação Demócrito
Rocha, 1986.
LINHARES, Sérgio & GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia celular: o fenômeno da vida: a vida celular.
4. ed. São Paulo, Ática, 1985. v. 1.
_____. Biologia dos organismos: classificação: fisiologia: reprodução. 4. ed. São Paulo, Ática, 1985. v.2.
_____. Biologia das populações: genética: ecologia: evolução. 4.ed. São Paulo, Ática, 1985. v.3.
MARTHO, Gilberto. Pequenos seres vivos: viagem ao mundo dos microorganismos. 4. ed. São Paulo,
Ática, 1995. v.2.
MERCADANTE, Clarinda e FAVARETO, José Arnaldo. Biologia. 1.ed. São Paulo, Moderna, 2001
PAULINO, Wilson Roberto. Biologia atual: citologia: histologia. 14. ed. São Paulo, Ática, 1996. v. 1.
_____. Biologia atual: seres vivos: fisiologia. 14. ed. São Paulo, Ática, 1996. v.2.
_____. Biologia atual: reprodução e desenvolvimento: genética: evolução e ecologia. 14.ed. São Paulo,
Ática, 1996. v.3.
SOARES, José Luiz. Biologia; volume único. São Paulo, Scipione, 1997.
_____. Fundamentos de biologia: a célula: os tecidos: embriologia. 1.ed. São Paulo, Scipione, 1998. v.1.
_____. Fundamentos de biologia: os seres vivos: estrutura e funções. 1.ed. São Paulo, Scipione, 1998.
v.2.
_____. Fundamentos de biologia. Genética: evolução: ecologia. 1.ed. São Paulo, Scipione, 1998. v.3.
TOKITAMA, Sônia & GEBARA, Heloisa. O verde e a vida, compreendendo o equilíbrio e o desequilíbrio
ecológico. São Paulo, Ática, 1990.
VASCONCELOS, José Luiz e GEWANDSNAJDER, Fernando. Programa de saúde. São Paulo, Ática, 1982.
Crédito das Ilustrações: Interbits – Colibri Informática (SuperPro)
www.interbits.com.br
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Briófitas
Lá vem o musgo.
Ele vem mostrar pra gente como é que são as briófitas.
Vamos lá!
Sou musgo sim. (é musgo sim)
E vou crescendo.
Vamos lá galera.
Briófita verdinha, aparecendo.
Que é que eu sou?
Sou musgo sim. (é musgo sim)
E vou crescendo. Vou crescendo.
Briófita verdinha, aparecendo.
É criptógama quem diz isso não mente,
pois não apresenta flor
e também nem a semente.
E dependente da água será então,
pois vai precisar de água
quando houver reprodução.
Sou musgo...
É vegetal, maioria é terrestre,
o lugar tem que ser úmido
senão ele não cresce.
O corpo é simples, é avascularizado,
corre seiva por osmose
seu tamanho é limitado.
Sou musgo...
O gametófito, adulto duradouro,
apresenta gametângios
e de lá vem os gametas.
O anterídio, produzindo anterozóides,
arquegônio, oosfera,
todos eles são haplóides.
Sou musgo...
Pra fecundar.
No meio d’água o zoidinho vai nadando,
do arquegônio aproximando,
tá lá dentro a oosfera.
Fecundação o zigoto é originado
por mitoses sucessivas
o esporófito é formado.
Sou musgo...
Pra acabar.
E o esporófito que é muito dependente,
no esporângio, por meiose,
vai esporos produzindo.
E cada esporo que no solo é lançado
origina gametófito.
É o ciclo continuado.
Sou musgo...
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Pteridófitas
Olha aí, nós vamos falar um pouquinho sobre as pteridófitas
como por exemplo a samambaia.
Todo mundo aqui já viu uma samambaia?
Olha lá, hein!
Cante comigo, então.
Olha a samambaia. Vê se não dá fora.
De uma pteridódita é que eu vou falar agora.
Você vai aprender, traqueófita ela é,
pois tem vasos condutores que seiva transportarão.
Sem flores, sem sementes, criptógama, então.
E vai depender de água para a fecundação.
Olha...
Adulto samambaia, esporófito chamado,
tem tecidos condutores, ele é vascularizado.
E dentro do esporângio, a meiose acontece,
os esporos são lançados e o ciclo permanece.
Olha...
Esporo chega ao solo, germinando é protalo.
Tem rizóide, é reduzido, transitório e achatado.
Gametângios e gametas no gametófito haplóide,
arquegônio, oosfera, anterídio, anterozóide.
Olha...
Anterozóide nada, é um gameta flagelado,
se desloca, procurando fecundar a oosfera.
Chegando no arquegônio, o zoidinho penetrou,
oosfera fecundada e o zigoto se formou.
Olha...
Zigoto, que é 2n, vai crescendo no protalo,
por mitoses sucessivas, adulto vai ser formado.
Esporófito adulto já pode reproduzir,
esporângio forma esporo, tudo vai se repetir.
Olha...
E aí moçada! Esse é o ciclo das pteridófitas.
Lembre-se que o adulto duradouro é o esporófito.
Valeu!
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47
Angiospermas - reprodução
E aí moçada, todo mundo conhece angiosperma?
Então vamos lá. Vamos cantar uma musiquinha aqui pra que todo mundo possa aprender.
Falou?
Mangueira ou laranjeira temos exemplos mil.
São todas angiospermas, só não sabe quem não viu.
Evoluídas que têm a semente envolvida pelo fruto.
Fecundação indireta ou direta e a flor pode ser completa,
que pode ter pétalas e sépalas e o receptáculo floral,
e ter pedúnculo, também o gineceu e finalmente ter o androceu.
O gineceu tem carpelo que é formado estigma, estilete e o ovário.
E no androceu estame presente com antera, conectivo e filete.
Saco polínico na antera já vai os micrósporos formar, (por meiose)
e por mitose passam a ter dois núcleos, vão grão de pólen se chamar.
Mangueira ou laranjeira temos exemplos mil.
São todas angiospermas, só não sabe quem não viu.
Presença marcante é o fruto, semente ele cobriu.
Se não tiver o fruto, foi o fruto que sumiu.
Primeiro núcleo é o vegetativo, vai o tubo polínico formar.
Segundo é o germinativo, e dele dois gametas vão surgir.
E os dois gametas que surgem então, os núcleos espermáticos serão.
Esses gametas que têm a função fazerem a dupla fecundação.
E no estigma o grão de pólen, portanto, já vai se fixar,
o tubo polínico chega no óvulo que dentro do ovário vai estar.
Mangueira...
Dentro do óvulo tem oosfera no saco embrionário
e bem no meio dois núcleos polares também serão fecundados.
Núcleo espermático com oosfera surge o zigoto então.
Ele é diplóide e vai por mitoses originar embrião.
Outro espermático fecunda os polares, surge o endosperma 3n,
semente é o óvulo que foi fecundado, o fruto do ovário é formado.
Mangueira...
Ô ô ô ô chalalalalá (bis)
Agora você já aprendeu sobre as angiospermas.
Não vai errar nenhuma questão, hein!
Desconheço a autoria destas músicas
Professora Amara Maria Pedrosa Silva
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MELÔ DA CIRCULAÇÃO
ILARI-ILARIÊ (Xuxa)
Tá na hora, tá na hora
Desse sangue circular
Do ventrículo direito
Prá artéria pulmonar
Do pulmão vai pr‘uma veia
Que se chama pulmonar
Átrio e ventrículo esquerdo
Pra artéria aorta bombear
Ilá – ilá – ilariê, ar – ar – ar
É o sangue venoso
Na artéria pulmonar
Ilá – ilá - ilariê, ar – ar – ar
É o sangue arterial
Indo prá veia pulmonar
Através da veia cava
Sangue pode retornar
Para o átrio direito
Prá tudo recomeçar
INSETO EU QUERO
MAMÃE EU QUERO (Música de Carnaval)
Inseto eu quero (há-há)
Inseto eu quero (há-há)
Inseto, eu quero respirar
Me dá a traquéia (há-há)
Me dá a traquéia (há-há)
Assim meu sangue não vai ter que
transportar
O22 – O22 - O22 ...
Rep – Ave – Mami
Respiram por pulmão
Brânquia é utilizada
Por ostra e camarão
A filotraquéia
É usada pela aranha
O sapo e a minhoca
Têm respiração cutânea
EXCREÇÃO
CORAÇÃO CORINTHIANO (Música de Carnaval)
Planária, cê não me engana
Você excreta por célula flama
Planária, cê não me engana
Você excreta por célula flama
Toda lombriga, tem tubos em “H”
Molusco e anelídeo
Nefrídeo prá “excretá”
A planária não me engana
Ela excreta por célula-flama
Insetos e Aracnídeos
No intestino, tubos de Malpighi
Insetos e Aracnídeos
No intestino, tubos de Malpighi
Toda aranha, glândula coxal
E a glândula verde
Nos Crustáceos em geral
Insetos e Aracnídeos
No intestino, tubos de Malpighi
A planária não me engana
Ela excreta por célula-flama
HORMÔNIOS
Saudades da Amélia (Mário Lago e A. Alves)
Nunca vi fazer tanta insulina
Nem fazer tanta enzima, rapaz
O pâncreas sintetiza a tripsina
Lípase, amilase e outras enzimas mais
Você na boca possui ptialina
Pra digerir o amido do pão
O estômago fabrica a pepsina
Que vai digerir carne, leite e feijão
Enzima que tem final em psina
Só de proteína faz digestão
A bile do fígado não é enzima
Mas emulsiona qualquer gordurão
Enzima é que é proteína de verdade,
reação aumenta de velocidade
BRIÓFITA
(tomo um banho de lua)
A briófita é pequena,
sem sistema vascular,
Anterozóide oosfera,
tão querendo fecundar.
Plim, plim, plim.
caem os esporos,
Plim, plim, plim.
vão germinar, e o protonema,
A planta irá formar.
Professora Amara Maria Pedrosa Silva
HORMÔNIOS
HINO DO CORINTHIANS
Salve a insulina
Que o pâncreas fabrica aos montões
Se não fabrica
Diabete vem, complicações
E adrenalina
É feita na supra-renal
Tiroxina
Tireóide, bócio, iodo e sal
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49
FIGADO
PARABÉNS A VOCÊ (Música de Aniversário)
REPRODUÇÃO VEGETAL
CASAMENTO CAIPIRA (Música de Festa Junina)
Se você come um bife
"Cê" comeu proteína
Forma amônia e uréia
E esta sai pela urina
Com o núcleo espermático
Oosfera ia se casar
E um lindo embriãozinho
Oosfera iria formar
E quem é que transforma
a amônia em uréia ?
Fígado !!!
E pro fígado nada ?
Tuudoooo...
Então como é que é ?
É pique, é pique, é pique, pique pique
É hora, é hora, é hora,é hora, é hora
Rá, tim, bum
Fígado, fígado, fígado...
O outro núcleo espermático
Casou-se com núcleos polares
Assim nasceu endosperma
Em milho e outros lugares
METAGÊNESE
MÁSCARA NEGRA (Zé Kéti e Pereira Matos)
Tanto o musgo
Como a samambaia
Usam água pra fecundação
Gametófito é n
Esporófito é 2n
Alternância de geração
O TEGUMENTO NÃO NEGA
(Lamartine Babo e Irmãos Valença)
O tegumento não nega mulata
Tu tens melanina na cor
E no calor, transpiras mulata
Que é prá eliminar calor
Quando está frio
Entra em ação
Tua vasoconstrição
A hipoderme é um isolante “bão”
Aves e mamíferos
Homotermos eles são
MENTIRA DA BARATA
(Música Infantil)
A barata diz que tem
Metamorfose total
É mentira da barata
Ela tem é parcial
Há, há, há
Há, há, há
Ela tem é parcial
Professora Amara Maria Pedrosa Silva
Esse tal tubo polínico
É o gametófito masculino
O tal saco embrionário,
Gametófito feminino
COAGULAÇÃO
(Fred Jack, Fred Jack...)
Tromboplastina, (bis)
Em presença de cálcio, (bis)
Transforma a protrombina, (bis)
Em trombina. (bis)
E a trombina, (bis)
Transforma o fibrinogênio, (bis)
Em fibrina, (bis)
E o sangue coagulou, coagulou.
TRAQUEÓFITAS
(Yellow submarine - The Beatles)
O xilema conduz seiva bruta,
e o floema, a seiva elaborada.
Xilema é morto, lignificado,
e o floema, vivo e anucleado.
Só traqueófitas possuem xilema e floema,
Possuem xilema e floema, possuem xilema e
floema. Bis
São traqueófitas as pteridófitas,
gimnospermas e angiospermas.
As briófitas não possuem vasos, não!
Transportam por difusão.
Só traqueófitas possuem xilema e floema,
Possuem xilema e floema, possuem xilema e
floema. Bis
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MOVIMENTOS VEGETAIS
(escravos de Jó)
É HORA DE CLASSIFICAR!
Paródia de "Peixe vivo"
O tropismo é um movimento, SEM
deslocamento
Orientado em relação ao estimulador da
ação.
Tropismo positivo ou tropismo negativo.
Como posso estudar a natureza sem errar
Como posso estudar a natureza sem errar
Com a taxonomia
Com a taxonomia
Classifico os seres vivos e estudo biologia
Classifico os seres vivos e estudo biologia
O nastismo é um movimento SEM
deslocamento,
NÃO orientado em relação ao estimulador da
ação.
Foto, quimio, tigmo, e seismonastismo.
O tactismo é um movimento COM
deslocamento
Orientado em relação ao estimulador da
ação.
Tactismo positivo ou tactismo negativo
CONTRAÇÃO MUSCULAR
(ilariê...)
Actina e miosina
para o músculo trabalhar,
utilizam energia
que o ATP deixa pegar
E quando ele relaxa
o ATP recarregou,
o corpo deu energia
que o ADP logo aceitou
Se acumula ácido láctico
é porque já fadigou,
e se não mais relaxar
é contratura muscular
ARTRÓPODES
(você pensa que cachaça é água...)
Você pensa que todo artrópode tem antenas,
Mas não são todos que têm não,
A aranha não tem nenhuma, e há quatro no
camarão.
O inseto tem seis patinhas, e 10 tem o
camarão,
A aranha fica só com oito, centopéia tem um
montão.
Cabeça, tórax e abdome, as partes do
mosquito são.
Céfalotorax e abdome, tem na aranha e
camarão.
MONERAS
Paródia de "Atirei um pau no gato".
Bactérias são procariontes – tes
Cianofíceas – ceas
Também são – são – são
Fazem parte – te – te
Dos Monera – ra – ra
Seres mais primitivos do planeta – ta – ta.
Professora Amara Maria Pedrosa Silva
O reficofage é fácil prá fazer vestibular
O reficofage é fácil prá fazer vestibular
Re de reino fi de filo
C de classe, o de ordem
Fa família, ge de gênero e espécie prá acabar
Fa família, ge de gênero e espécie prá acabar
E os nomes científicos compostos vão ficar
E os nomes científicos compostos vão ficar
Letra grande para o gênero e pequena prá
espécie
Em itálico ou negrito posso ainda sublinhar
Em itálico ou negrito posso ainda sublinhar
"MUSGO EU QUERO"
Ritmo: infantil "mamãe eu quero..."
Musgo eu quero, musgo eu quero,
A água na fecundação,
O anterozóide, o anterozóide,
Fecundando a oosfera vai formar o embrião!!
PROTOCTISTAS
Paródia de "Ilariê" da Xuxa.
Tá na hora, tá na hora
De protoctistas estudar
Algas e protozoários
Carioteca tem lugar
Sua movimentação
Serve prá classificar
Sarcodíneo, Flagelado,
Esporozoário e Ciliado.
Olha a malária – ilariê –o – o – o
É o plasmódium - ilariê –o – o – o
O Mal de Chagas - ilariê –o – o – o
É o Trypanossoma que vai dando seu alô!
Nas algas unicelulares
Classificação por cor
Vermelha é dinoflagelado
Da maré que causa horror
A Euglena é verdinha
Gosta de rio e não do mar
Diatomácea amarelinha
E a carapaça dá prá usar.
Com clorofila - ilariê –o – o – o
É a Euglena - ilariê –o – o – o
Diatomácea - ilariê –o – o – o
Terra amarela que dá sinalizador!
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CICLO DO NITROGÊNIO
Paródia de "Ciranda, cirandinha"
Rhizobium, Nitrossoma,
Nitrobacter que gracinha!
Delas dependem sua vida
E também depende a minha.
A primeira em raízes
de plantas leguminosas
Transforma em sais nitrogenados
O N2 que está no solo
A segunda e a terceira
Também fazem boa ação
Amônia – nitrito – nitrato
Pela nitrificação
Mas venha cianofíceas
Faça parte dessa roda
Desnitrificante tem ofício
Desmanchar os sais de volta.
CNIDÁRIOS
Paródia de "Proibida prá mim", de Zeca
Baleiro / Charlie Brown Jr.
Vamos falar dos Celenterados
Também chamados de Cnidários
Eles que vivem no fundo do mar
Tome cuidado,podem te queimar
Preste atenção em tudo o que eu disser
São bastante diferentes, são sim
Em tamanhos, formas e cores
E a maioria são predadores
Corais, hidras e anêmonas-do-mar
E de medusas, água-viva vou citar
*(e caravela)
Esse tal de Celenterado
Vive sempre interligado
A digestão é in e extra-celular
Têm cavidade gastrovascular
GIMNOSPERMA
PULA A FOGUEIRA (João B. Filho)
Gimnosperma, iá, iá
Nunca tem fruto, iô, iô
É o vento que vai polinizar
A semente é o pinhão
E a pinha é uma flor, ô, ô, ô
Professora Amara Maria Pedrosa Silva
"ESPONJA MUITO ENGRAÇADA"
Ritmo: infantil "era uma casa muito
engraçada..."
Era uma esponja muito engraçada
Não tinha tecido, não tinha nada
Utilizava p'rá fazer xixi
A difusão que existia alí
Do mesmo jeito era a respiração
Só tinha água na circulação !
Ficar nervosa, não poderia
Pois o neurônio ainda não existia
P'rá resolver a sua nutrição
O coanócito faz digestão !
CORDADOS
Paródia de "Meu Erro" dos Paralamas do
Sucesso.
Eu quis dizer
Você não quis escutar
Agora Cordados
Vai ter que estudar
Notocorda que serve
Para sustentação
Presente no dorso
Do novo embrião
Você vai perceber
Que o tubo neural
Formará o encéfalo
E a medula espinhal
E na faringe... do embrião surgem as fendas
branquiais
É prá respiração...
Falta de O2 nunca mais!!!
Mesmo querendo eu não posso esquecer
São deuterostômios
E todos vão ver
Um celoma verdadeiro
E segmentação
Com "cauda" alongada
Em todo embrião
Você tem que saber
Que a circulação
É fechada e existe
Até coração
Que é ventral...
Simetria é bilateral...
Se você não aprendeu
No vestibular "cê" vai mal...
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PLATELMINTOS
Paródia de "Ana Júlia" de Los hermanos.
Para os platelmintos estudar
é sempre bom saber
achatados eles são
com dorso e ventre
turbelários vivem por aí
água doce , solo e mar
e os cestóides o intestino
querem habitar...
Porque são parasitas
coisa mais esquisita
dentro do meu corpo...oh! Não!!
Ô turbellaria......
Ô trematoda....
Ô cestoda......
Sei, que vocês doenças podem causar
mas se eu estudar vou saber me cuidar.....
Ô turbelária...
Ô trematoda...
Ô cestoda.....
PORÍFEROS
Paródia de "Já sei namorar", dos Tribalistas.
Vamos estudar
agora as esponjas que estão dentro do mar
Para começar
Podemos explicar
que a digestão é extracelular
Elas não têm sistema de locomoção
nem de respiração e de circulacão
A água do mar
que entra na esponja tem que mexer sem
parar
Começa a filtrar
Deixando os nutrientes
e os resíduos vão voltar
São multicelulares, não têm órgãos não
São três tipos diferentes: Ascon, Sicon,
Lêucon
Esponjiários que são poríferos
São são esponjosos e também porosos...
uh..uh..uh...uh...uh...uh.....uh..uh.....
uh..uh..uh...uh...uh...uh.....uh..uh.....
OS RÉPTEIS
Paródia de "A Dança da Cordinha", do grupo É o
Tchan!
Esta é a nossa aula
onde vamos aprender
muitas coisas sobre répteis
eu vou ler e entender
para poder conservar
é preciso conhecer
como vivem, onde moram
e o que gostam de comer
-refrãovai jacaré, vai lagartixa
tartaruga tá atrás
lagarto tá com preguiça (2x)
o seu corpo tem escamas
para sua proteção
e todos eles respiram
através de seus pulmões
a membrana nictante
os olhos vai proteger
e dos ovos que eles botam
filhotinhos vão nascer
-refrãosão exemplos de quelônios
cágado e jabuti
eles não tem dente algm
coisa igual eu nunca vi
mas tem grande carapaça
que serve prá proteção
a de cima é a ‘dorsal’
e a de baixo é o ‘plastrão
-refrãocorpo cheio de escamas
tem as cobras e lagartos
ofídios e lacertílios
são do grupo ‘escamados’
peçonhenta ou boazinha
não importa como seja
são igualmente importantes
é bom que você proteja
-refrãocrocodilos, jacarés
são os crocodilianos
tem o corpo alongado
conseguiram em muitos anos
jacaré do pantanal
já foi muito procurado
prá fazer sapato e bolsa
quase acabam com o coitado
-refrãoVai, vai, vai, rastejando...
Vai, vai, vai, nadando...
Vai, vai, vai, que eu também vou...
Jacaré passou
lagartixa passou
tartaruga passou !!!
Professora Amara Maria Pedrosa Silva
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"INVERTEBRADOS DA PÁSCOA
EVOLUTIVA"
Ritmo: Infantil "Coelhinho da páscoa"
SISTEMA CIRCULATÓRIO
PRÁ FRENTE BRASIL (Música da Copa de 1970)
Querida planária, que trazes pra mim?
três folhetos, sem celoma e respiro assim:
através da epiderme gases passam por mim!
Sistema aberto em ação
Molusco e artrópode, anelídeo não
Todo vertebrado. sistema fechado
De circulação
Ó dona lombriga, conta tudo pra mim!
meu tubo digestivo já tem ânus, enfim!
pseudoceloma distribui o alimento pra mim!
Novamente
O ventrículo esquerdo da gente
Bombeia prá aorta com alta pressão
Querida minhoca, se explica pra mim!
circulação fechada com corações tenho sim!
Intestino com tiflossole e celoma pra mim!
Hemácia faz oxigenação
Plaqueta, coagulação
"ARTRÓPODES"
Ritmo de "A Novidade", dos Paralamas do
Sucesso.
Vamos juntos, vamos
Prá frente glóbulos brancos
Contra a infecção
A novidade é o filo dos artrópodes,
Carrapato, camarão e até abelha,
É numeroso é o maior filo do mundo,
Estão no mar, no ar e na areia.
Patas articuladas,
Seu esqueleto é exterior e de quitina,
Seus sexos são geralmente separados,
É que todos eles são metamerizados.
Oh filo essencial
Tudo é essencial,
Ôôôô.
É importante na medicina,
Ecologia e alimentação,
Ôôôô.
Oh filo essencial,
Tudo é essencial, Ôôôô.
SISTEMA NERVOSO
SINOS DE BELÉM (J. Pierpont)
O encéfalo é formado
Lembre sempre bem
Pelo cérebro, cerebelo
E bulbo também
O encéfalo, junto com
Medula espinhal
Constituem o sistema
Nervoso central
O sistema autônomo
Tem duas divisões
Uma é o simpático
Que acelera os corações
O parassimpático
Prá contrabalançar
Faz o coração
Bater mais devagar
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